Moda

Londres expôs o vulgar em centro de artes

Por Marcel Darienzo - janeiro 24, 2017
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“A Vulgaridade expõe o escândalo do bom gosto” (Adam Phillips)

O Barbican, importante instituição cultural de Londres, apresenta uma exposição que redefine moda sob um olhar sincero e preciso. Um dos principais pesquisadores que contribui com os textos que amarram as peças de roupas é Adam Phillips, psicólogo e ensaísta britânico. Ele apresenta o termo vulgaridade como o desejo daquilo que você não pode ser ou não pode ter. Relações do mundo fashion com o estabelecimento de preconceitos, classes e aspirações sociais.

Vulgar 2

A curadora da mostra, Judith Clark expõe nomes de grande peso como Walter van Beirendonck, Chloé, Christian Dior, Pam Hogg, Charles James, Christian Lacroix, Lanvin, Moschino, Miuccia Prada, Agent Provocateur, Elsa Schiaparelli, Philip Treacy, UNDERCOVER, Viktor & Rolf, Louis Vuitton e Vivienne Westwood ao lado de peças históricas. Conforme caminhamos pelas peças percebemos que, conforme bem dito por Adam Phillips, a moda vista sob o olhar vulgar não é garantia de nada, mas, por ser uma ‘ação incompleta’, um experimento, acaba por testar o publico e é capaz de propor novas formas de ocupar o mundo.

Vulgar 3

Por evidenciar as diferenças de classe e as possíveis aspirações sociais, a quebra de convenções proposta pela “moda vulgar” acaba criando brechas e alternativas para o indivíduo no mundo. O vulgar é aquilo que nos deixa sem palavras pelo susto que nos causa. É nítido quando nos encontramos com exemplos absurdos e cômicos presenciados no mundo na moda nos últimos anos, como o desfile da Chanel de 2014 em que Karl Lagerfeld criou um supermercado cheio de produtos com o famoso logo da marca. Ao final do show, a plateia enlouquecida tentou sair do prédio com os produtos que habitavam as prateleiras, mas logicamente, foram pegos pelos seguranças do local.

Vulgar 4

Outro grande exemplo é de expor um vestido feito por Andy Warhol com a famosa estampa das latas de sopa Campbells, intitulado “The souper dress” (O vestido para jantar) de 1966. Este exemplo é popular e pop ao mesmo tempo e demonstra o abismo entre o exclusivo e o massificado proposto pelo consumismo exacerbado e promessa de ascensão social da época.

 

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