Di Cavalcanti: 5 fatos que você não sabia sobre o artista
Vida e obra do grande pintor carioca que idealizou a Semana de Arte Moderna de 1922

Biografia e estilo
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque, conhecido como Di Cavalcanti, nasceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1897. Era filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo com Rosalia de Sena. Foi pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista, escritor e cenógrafo.

Em 1917, muda-se para São Paulo, onde, além de frequentar a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, realiza sua primeira exposição individual de caricaturas na redação da revista “A Cigarra“. Em 1919, trabalhou como ilustrador para o livro “Carnaval”, de Manuel Bandeira e, mais adiante, em 1921, ilustrou a “A Balada do Enforcado”, de Oscar Wilde.
Em 1923, o artista fez sua primeira viagem à França, onde atuou como correspondente do jornal Correio da Manhã e teve contato com obras e artistas das vanguardas, principalmente as de Pablo Picasso. Isso deu um novo direcionamento a sua obra: Conciliando a influência das vanguardas européias com a formulação de uma linguagem própria, adotou uma temática baseada em preocupações relacionadas às questões sociais e de caráter nacionalista, retratando temas como o carnaval, os trabalhadores operários, as favelas e mulheres negras.

Durante a década de 1930, apesar das participações em exposições coletivas, salões nacionais e internacionais e sucessivas prisões de caráter político durante o Governo Vargas, voltou à Europa em 1935 permanecendo lá por cinco anos.
Em 1940 ele retorna ao Brasil, visando a partir de conferências e escritos a combater o abstracionismo. Ao mesmo tempo continuava a expor no Brasil e no Exterior.
Obras em Destaque

Entre as décadas de 1950 e 60 Di Cavalcanti participou da I e II Bienal de São Paulo, realizou exposições no MAM-RJ, Montevidéu (Uruguai) e Veneza (Itália) e publicou seu livro Memórias de Minha Vida.
Di Cavalcanti, um dos principais nomes do modernismo brasileiro, faleceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de outubro de 1976.
Curiosidades
1) Seu contato com a arte se iniciou desde a infância. Aos 11 anos já era aluno do pintor Gaspar Puga Garcia e aos 17 publica sua primeira caricatura na revista Fon-Fon, onde passa a trabalhar como ilustrador.

2) É o idealizador e o principal organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, na qual expõe 12 obras.
3) Fortemente engajado a questões sociais, no ano de 1928, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB).

4) Funda em São Paulo, com Flávio de Carvalho, Carlos Prado e Antonio Gomide, o Clube dos Artistas Modernos em 1932, uma associação contra as agremiações artísticas da época.
5) Ilustrou livros de Oscar Wilde, Álvaro de Azevedo, Jorge Amado, Monteiro Lobato, Mário de Andrade e Vinícius de Moraes.
Principais obras

Pierrete (1922)

Cinco moças de Guaratinguetá (1930) Acervo MASP

Jesus (década de 40)

Duas Mulatas (1962)
Premiações
- Na II Bienal de São Paulo, em 1953, recebeu a láurea de melhor pintor nacional junto com Alfredo Volpi.
- Foi homenageado com retrospectivas de suas obras tanto pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com uma exposição em 1954 quanto pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1971.
- Premiado na Mostra de Arte Sacra de Trieste, na Itália.
- Em 1960, ganhou a medalha de ouro na Bienal Interamericana do México, onde teve uma sala especial para suas obras.
- Premiado pela Associação Brasileira de Críticos de Arte