Jens Haaning, artista dinamarquês, foi condenado por um tribunal de Copenhage a reembolsar o Museu Kunsten de Arte Moderna , depois de ter apresentado duas molduras vazias à instituição no lugar da sua encomenda. O caso ganhou a mídia em 2022, quando a exposição contou com duas molduras vazias, intituladas de “Take the money and run” (“Pegue o dinheiro e corra”).
Haaning recebeu um empréstimo de 532.000 coroas (cerca de US$ 49.500) dos cofres do museu para recriar sua obra “An Average Danish Annual Income” (Uma renda média anual dinamarquesa), de 2007, que exibia notas de dinheiro fixadas em uma tela. A ideia era reproduzir obras semelhantes a quadros exibidos pelo artista em 2011, onde usava notas de euro para debater rendimentos médios na Austrália e na Dinamarca.
O contrato, portanto, tratava-se de um empréstimo do dinheiro para a produção das obras de arte encomendadas pelo museu, além de um pagamento pelo trabalho do artista. O valor que deveria ser utilizado para a produção dos quadros deveria ser devolvido ao museu em uma data estipulada pela instituição. Porém, dois dias antes da abertura da exposição “Work It Out ”, as obras foram entregues ao museu e, ao desembalar as obras, verificou-se que ele havia enviado duas molduras vazias e intituladas “Take the Money and Run” (“Pegue o dinheiro e corra”). A equipe do museu apresentou os quadros na exposição, que funcionou de 24 de setembro de 2021 a 1º de janeiro de 2022.
Após o período expositivo, a direção do museu exigiu que Haaning reembolsasse o empréstimo, afinal, além dos recursos oferecidos pelo museu para a produção dos quadros, o artista também recebeu o pagamento de 40.000 coroas, ou cerca de US$ 3.700 para produzi-las. De acordo com o Guardian , o contrato de Haaning estipulava que o dinheiro fosse devolvido até 16 de janeiro. Essa data chegou e passou sem que Haaning devolvesse o dinheiro.
“Não somos um museu rico”, disse o diretor Lasse Andersson . “Temos que pensar cuidadosamente sobre como gastamos os nossos fundos e não gastamos mais do que podemos pagar.” De acordo com Andersson, o dinheiro emprestado a Haaning destinava-se a pagar a manutenção do edifício.
Haaning, cujo trabalho se centra no poder e na desigualdade, parece ter voltado as suas lentes artísticas para si próprio. Em declarações à estação de rádio dinamarquesa DR em 2021, Haaning disse que não devolveria o dinheiro e deu a entender que o museu não compreendia o seu trabalho. “[ Take the Money and Run é sobre o fato de] eu ter pegado o dinheiro deles. Não é roubo. É quebra de contrato, e quebra de contrato faz parte do trabalho.” Ele alegou que recriar as obras o teria deixado no vermelho.
Haaning continuou incentivando as pessoas “que têm condições de trabalho tão miseráveis quanto as minhas a fazerem o mesmo. Se eles estão em algum emprego de m***a e não são pagos, e na verdade estão sendo solicitados a pagar para ir trabalhar, então pegue o que puder e vá embora.”
Jens Haaning (1965) é um artista conceitual e contemporâneo dinamarquês que vive e trabalha em Copenhague.
Haaning produz desde a década de 1990 e é conhecido por suas obras de arte provocativas. Suas obras tentam oferecer um reflexo agudo de uma sociedade complexa. Suas produções abordam as estruturas de poder e comunicação existentes na sociedade global e necessitam de um debate em torno de temas como migração, deslocamento, nacionalismo e outros aspectos relacionados à coexistência humana.
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