Instituto Moreira Salles presta homenagem ao professor de literatura, ensaísta e jornalista Roberto Ventura, morto há 10 anos
Bate-papo terá participação de Lilia Schwarcz, Mario Cesar Carvalho e Francisco Foot Hardman
O Instituto Moreira Salles realiza, no dia 10 de setembro, às 19h30, o evento Roberto Ventura: uma homenagem, um bate-papo aberto ao público que reunirá três amigos do jornalista e professor universitário: o também jornalista Mario Cesar Carvalho; a antropóloga e professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP Lilia Schwarcz; e Francisco Foot Hardman, escritor, ensaísta e professor do Departamento de Teoria e História Literária da Unicamp. O evento será no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Os lugares são limitados.
Roberto Ventura (1957-2002) foi dos mais refinados estudiosos de Os sertões, de Euclides da Cunha, e ficou na história literária brasileira como euclidiano indispensável. Nasceu no Rio de Janeiro e estudou letras na Universidade Santa Úrsula, na mesma cidade. Sua dissertação de mestrado – Cara de um, focinho do outro: crítica, história e polêmica em Sílvio Romero – foi defendida na puc-rj, em 1982. Doutor em línguas e literaturas românicas pela Universidade de Rühr, em Bochum, na Alemanha, em 1987, voltou ao Brasil e defendeu tese de doutorado em letras (teoria literária e literatura comparada) na USP. Em 1989, começou a carreira de professor na mesma universidade.
Dominava o alemão, o francês, o inglês e o espanhol. Estabeleceu vínculos com universidades brasileiras e de outros países, onde esteve como professor convidado ou como conferencista. Apaixonado pela célebre obra Os sertões, dedicou-se ao estudo do livro e de seu autor. Publicou inúmeros artigos sobre o tema em variados tipos de periódicos, participou de bancas de defesa de dissertações e teses, mesas de discussões e fez conferências. Antes de eleger Os sertões como principal tema de seus estudos, publicou, em parceria com Flora Süssekind, História e dependência: cultura e sociedade em Manoel Bonfim, em 1984. Analisou a formação da crítica literária brasileira em Escritores, escravos e mestiços em um país tropical, de 1987, a que se seguiram ainda Estilo tropical, de 1991, e Folha explica Casa grande & senzala, de 2000.
Entre 1988 e 2002, Roberto Ventura foi colaborador frequente no extinto caderno “Mais!”, suplemento da Folha de S. Paulo. Ativo na imprensa, entre 1991 e 1992, colaborou também no suplemento “Cultura”, de O Estado de S. Paulo. Mas o grande projeto do professor tinha um título: Euclides da Cunha: uma biografia, livro a que ele se dedicou com a devoção conhecida de todos os que o cercavam e que deixou inacabado quando, em 2002, aos 45 anos, morreu em um acidente de carro, voltando de uma conferência em São José do Rio Pardo.
O que ficou do maior projeto de Roberto Ventura, localizado pela viúva, a jornalista Márcia Zoladz, foi reunido em Retrato interrompido da vida de Euclides da Cunha, de 2003, que teve organização de Mario Cesar Carvalho e José Carlos Barreto de Santana. Roberto Ventura também é autor da cronologia “Memória seletiva”, publicada no ano de sua morte, nos volumes 13 e 14 dos Cadernos de Literatura Brasileira, homenagem do Instituto Moreira Salles a Euclides da Cunha no ano do centenário de Os sertões.
O Acervo Roberto Ventura chegou ao Instituto Moreira Salles em 2005. É formado por uma biblioteca com cerca de 1.650 itens, entre livros, periódicos e teses, parcialmente catalogada no site do IMS. Conta também com arquivo de produção intelectual, contendo aproximadamente 630 documentos, entre os quais 105 cadernos manuscritos de fichamentos e anotações diversas, datiloscritos de artigos que seriam publicados na Folha de S. Paulo ou em outros jornais ou revistas e correspondência com cerca de 130 itens. Há ainda dez documentos pessoais, 650 recortes de jornais e revistas, 320 fotografias (inclui fotos únicas de documentos euclidianos), 30 itens audiovisuais e reproduções valiosas de documentos de Euclides da Cunha.
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