Jansen Vichy é morador da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, desde 1960. É um artista autodidata e sua proximidade com a arte vem desde criança. É na Faculdade de Arquitetura da UFF e na Faculdade de Comunicação Hélio Alonso que ele descobre que a composição gráfica e a modelagem das coisas podem lhe dar várias possibilidades de interagir com a matéria artística de maneira profissional.
Numa antiga e abandonada fábrica de ladrilhos do pai ele encontra a motivação necessária para criar uma nova atividade: desenhar, esculpir e produzir uma nova geração de ladrilhos em relevo, inédita no mercado e destinados ao revestimento de paredes e painéis decorativos. Envereda pelas esculturas, pelas luzes e sombras e, durante 30 anos, é o responsável por toda a parte artística da empresa Rerthy revestimentos Ltda.
Em 2009 funda o Atelier JVichy que, além de cuidar de todos os projetos da empresa, lhe dá a oportunidade de expandir sua arte para um outro segmento: a pintura artística. Seus trabalhos agora fazem parte de um momento novo e muito especial onde ele consegue expressar suas ideias em uma outra linguagem. “Sempre me interessei pela composição das coisas, pelo universo diminuto e infinito da matéria que nos rodeia e, por consequência, pelo começo e pelo fim de tudo isso. Nos meus trabalhos essa força está muito presente, influenciando graficamente a forma e o conteúdo.”
Participa em 2014 de Feiras e exposições de arte em Milão, Nova York, Estocolmo e Paris onde tem a oportunidade de conhecer novos artistas e divulgar sua nova e singular estética pessoal, um constante estranhamento sobre a decomposição das coisas que é, agora, seu elemento mais ativo e transformador.
Todo grupo social tem seus códigos e se você os infringe corre o risco de ser excluído. Em volta de uma mesa figuras fantasmagóricas nos fitam, surpresas com a nossa presença em seu misterioso ritual. Às vezes é melhor pensar um pouco e recuar, e começar tudo de novo, mais uma vez.
Os personagens desse quadro parecem condenados à uma força em constante movimento. De maneira diferente, cada um deles vai reagindo e se transformando lentamente em outras coisas ou personagens. “O vento” não seria uma metáfora para o tempo que passa?
Toda família tem suas regras, suas formas de sobrevivência e sua maneira de se manter viva. Pode ser sua prisão, um destino cruel ou a porta para sua liberdade. Vida, prazer e amor são ideias imaginadas que habitam nossos melhores pensamentos enquanto a morte, o vazio e a solidão se escondem nos cantos mais escuros.
Esse trabalho pode ser visto em 4 diferentes posições. Ele gira. Isso nos remete à ideia do tempo que passa e das marcas que esse processo vai provocando em nossas vidas. Uma hélice, com 4 enormes pás em movimento frenético que vai triturando, cortando e transformando em pasta todas as nossas lembranças.
“O espanhol” não é apenas mais uma obra sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos construindo. Controle das pessoas, manipulação de dados, doutrinação de nossas consciências e, sobretudo, o fim do nosso pensamento crítico. Quando um objeto subjetivo e inspirador como a arte se transformar finalmente em produto, não haverá mais nenhum outro caminho para o pensamento humano.
2014, Affordable Art Fair, Magasin 9, Stockholm, Suécia
2014, Affordable Art Fair, Superstudio Più, Milano, Itália
2014, Affordable Art Fair, Metropolitan Pavilion, New York, EUA
2014, Enchanté Paris, Le Chêne, Paris, França
2014, Enchanté Paris, Alter Brasilis, Paris, França
2014, Fragmentos, Sala José Cândido de Carvalho, Niterói, Brasil
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Muito interessante as obras!!
O que vc quer dizer com: "Quando um objeto subjetivo e inspirador como a arte se transformar finalmente em produto, não haverá mais nenhum outro caminho para o pensamento humano."?
Grato.
Mauro