Dossiê

Sérgio Fingermann, o espectador do seu próprio tempo


Sérgio Fingermann (São Paulo, 1953) é uma dos maiores nomes da pintura e gravação contemporânea. Ele estudou desenho e pintura com a húngara, naturalizada brasileira, Yolanda Mohalyi, em São Paulo, 1972. Passou um período em Veneza tendo aulas com Mário de Luiggi entre 1973 e 1974.

Sérgio Fingermann frequentou a Escola Brasil em 1974 e estudou arquitetura na faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade de São Paulo (FAU/USP), de 1975 a 1979.

Ele foi premiado como melhor gravador pela associação paulista de críticos de Arte (APCA), em 1987.


Vídeo: Sérgio Fingermann e o dever do artista


Análise da obra de Sério Fingermann

Sérgio Fingermann atua como gravador desde o início de sua trajetória artística, quando realiza obras figurativas, nas quais dialoga com a produção de Evandro Carlos Jardim .

Evandro Carlos Jardim

Realiza séries como Fragmentos de um Dia Extenso (1976), em que reproduz figuras relacionadas à sua visita a um parque em São Paulo, com um caráter intimista.

Fragmentos de um dia extenso

Nessas gravuras, destacam-se os grafismos e o acentuado claro-escuro.

Posteriormente, como nota o crítico Olívio Tavares de Araújo, o artista estabelece propostas para uma utilização diferente da gravura, não mais como multiplicadora de imagens, mas como o único suporte em que determinada ideia é exequível.

Em exposição realizada em 1986, apresenta imagens obtidas por processos de justaposição de diferentes chapas, e por interferências com apliques de papel japonês colorido pelo artista, quimicamente integrados ao papel de tiragem.



Década de 80

Na década de 1980, Sérgio apresenta telas que se situam entre a figuração e a abstração. Posteriormente, a figuração narrativa de caráter intimista dos primeiros trabalhos dá lugar a obras com uma linguagem mais abstrata.

A partir da metade dos anos 1990, o artista apresenta pinturas com as quais pretende “evocar a memória do espectador” através de inscrições, desenhos e manchas que parecem brotar na superfície.

A “ferrugem” presente nesses quadros (obtida pela tinta com óxido de ferro) dá a impressão de que algo foi retirado dali, ficando apenas a marca de sua passagem. Nas obras mais recentes, associa ainda inscrições, grafismos e desenhos às manchas de cor, realizadas com pinceladas gestuais. Paralelamente à sua produção artística, Fingermann é responsável pela formação de novas gerações de artistas.


Sérgio Fingermann: Críticas a sua obra

“A tela em branco, o branco de uma folha de papel. O tempo pára diante da superfície alva que encara o pintor, o desenhista, o escritor.

Esse cândido enigma o espera e o rejeita, é a confirmação de sua ausência. Marcar com um gesto essa imaculada superfície significa romper um obstáculo, entrar numa dimensão desconhecida, criar. De um reduto emocional, subjacente, inconsciente, vai surgir alguma coisa nova. (…) Sérgio Fingermann reduz intuitivamente a dramaticidade do salto para o novo, com um artifício.

Ele não se armou de um projeto, antes buscou o estímulo da novidade. Esse estímulo pode ser dado pela forma exterior do chassis – que ele improvisa junto com o marceneiro – ou provocado pelas relações internas das linhas, a traçar campos de força, ou pelas sugestões que a cor base vai lhe trazendo. (…) É como se Sérgio Fingermann tivesse aceito o convite da escada que ele encostou ao muro, em uma de suas gravuras, e tivesse subido.

Lá de cima o que se descortina no seu novo horizonte são fachadas com arcos, portas e frestas, pisos e firmamentos, uma arquitetura onírica que define o palco para sua nova representação pictórica”.
Vera D’Horta
TONINHO de Souza. Apresentação de Luiz Henrique Cravo Rizzo. Brasília: Sala de Exposição do Banco Central, 1984.


Obras expostas

Sérgio Fingermann tem obras expostas nos principais museus do país, como Museu Nacional de Belas Artes (2003), Pinacoteca de São Paulo (2012), Museu de arte do Rio (2018) bem como nas principais feiras de arte nacionais e internacionais: SP-Arte (2019), ArteRio (2012), PINTA (2009), ARCO (2008). Sua obra está presente nas principais coleções e museus do país. Publicou em 2010 o livro “As partes do Todos” e em 2013 “E se noite fosse água”.


Veja também:


Exposições Individuais

1979 – São Paulo SP – Individual, na Galeria Seta
1981 – São Paulo SP – Individual, na Galeria Paulo Figueiredo
1983 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na GB Arte
1983 – São Paulo SP – Individual, na Galeria Paulo Figueiredo
1985 – São Paulo SP – Individual, na Galeria Paulo Figueiredo 
1986 – Porto Alegre RS – Individual, na Galeria Tina Presser
1986 – São Paulo SP – Individual, na Galeria Luísa Strina
1987 – São Paulo SP – Individual, no Masp
1988 – São Paulo SP – Individual, na Galeria Luísa Strina
1990 – São Paulo SP – Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1991 – Montpellier (França) – Individual, na Galeria Saint-Ravy Demangel
1991 – Montpellier (França) – Individual, na Galerie Wimmer
1992 – Rio de Janeiro RJ – Fragmentos de um Dia Extenso, no MAM/RJ
1992 – São Paulo SP – Fragmentos de um Dia Extenso, na Galeria de Arte São Paulo
1995 – São Paulo SP – Individual, no Masp
1996 – Poços de Caldas MG – Sérgio Fingermann: pinturas e gravuras, na Casa de Cultura Poços de Caldas
1996 – São Paulo SP – Sérgio Fingermann: pinturas e gravuras, no Instituto Moreira Salles
1998 – São Paulo SP – Individual, na Valú Oria Galeria de Arte
2001 – Rio de Janeiro RJ – Sérgio Fingermann: pinturas e obras sobre papel, no Instituto Moreira Salles
2001 – São Paulo SP – Sérgio Fingermann: pinturas e obras sobre papel, na Pinacoteca do Estado
2001 – Rio de Janeiro RJ – Individual, no Instituto Moreira Salles 
2002 – São Paulo SP – Cinco Formas Clássicas, no Instituto Moreira Salles
2002 – Belo Horizonte MG – Individual, no Instituto Moreira Salles
2006 – Rio de Janeiro RJ – Arte e Poesia: uma experiência gráfica por Sergio Fingermann, no Instituto Moreira Salles. Galeria IMS 
2006 – Porto Alegre RS – Obras em papel: uma experiência gráfica por Sergio Fingermann, no Instituto Moreira Salles. Galeria IMS 
2006 – São Paulo SP – Arte e Poesia: uma experiência gráfica por Sergio Fingermann, na Galeria IMS – Unibanco Arteplex 
2006 – Rio de Janeiro RJ – Pausas, na Anita Schwartz Galeria – Barra 
2006 – Curitiba PR – Arte e poesia: uma experiência gráfica por Sergio Fingermann, na Galeria IMS – Unibanco Arteplex


Exposições Coletivas

1970 – Santo André SP – 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1971 – Santo André SP – 4º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1976 – São Paulo SP – 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Paço das Artes – prêmio aquisição  
1977 – São Paulo SP – Coletiva de Artistas Independentes, na Galeria Pindorama
1977 – São Paulo SP – Premiados no 7º Salão Paulista: Pintura, na Galeria Vasp-Brigadeiro
1978 – Rio de Janeiro RJ- 1º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA
1978 – São Paulo SP – A Arte e seus Processos: o papel como suporte, na Pinacoteca do Estado
1979 – Curitiba PR – 2ª Mostra Anual de Gravura, no Centro de Criatividade – prêmio aquisição
1979 – Rio de Janeiro RJ – 2º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1980 – Belo Horizonte MG – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, na Fundação Palácio das Artes  
1980 – Brasília DF – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, na Galeria Oswaldo Goeldi
1980 – Curitiba PR – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – Curitiba PR – 3ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão
1980 – Porto Alegre RS – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, no Margs
1980 – Recife PE – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, na Galeria Massangana
1980 – Rio de Janeiro RJ –  2º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ – prêmio de viagem ao exterior
1980 – Rio de Janeiro RJ – 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA  
1980 – Salvador BA – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, no Solar do Unhão
1980 – São Paulo SP – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, no Masp
1981 – Liubliana (Iugoslávia) – Bienal Internacional de Gravura
1981 – Rio de Janeiro RJ – 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1981 – São Paulo SP – Salão Paulista de Artes Plásticas e Visuais, no Paço das Artes
1982 – Bradford (Inglaterra) – Bienal de Artes Gráficas
1982 – Cidade do México (México) – Bienal Ibero-Americana do México
1982 – Kioto (Japão) – Impact Art Festival, no Museu de Arte de Kioto
1982 – Assunção (Paraguai) – Centro de Estudos Brasileiros
1983 – Rio de Janeiro RJ – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ 
1984 – Cracóvia (Polônia) – Bienal Internacional de Gravura
1984 – Havana (Cuba) – Bienal de Havana
1984 – Rio de Janeiro RJ – Doações Recentes 82-84, no MNBA  
1984 – São Paulo SP – Arte na Rua 2, em outdoors espalhados pela cidade
1984 – São Paulo SP – Grupo Casa 7 e Sérgio Fingermann  
1985 – Rio de Janeiro RJ – Velha Mania: Desenho Brasileiro, na EAV/Parque Lage
1986 – Bradford (Inglaterra) – Bienal de Artes Gráficas
1986 – San Juan (Porto Rico) – Bienal de San Juan
1987 – Paris (França) – Gravura Brasileira, no Grand Palais
1987 – São Paulo SP – 20ª Exposição de Arte Contemporânea, na Chapel Art Show  
1988 – Veneza (Itália) – Exposição Gráfica Brasiliana, na Galeria Segno Gráfico
1989 – Kioto (Japão) – Impact Art Festival, no Museu de Arte de Kioto
1989 – Rio de Janeiro RJ – Gravura Brasileira: 4 temas, na na EAV/Parque Lage
1989 – São Paulo SP – Acervo Galeria São Paulo, na Galeria de Arte São Paulo 
1990 – Atami (Japão) – 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1990 – Brasília DF – 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea 
1990 – Rio de Janeiro RJ – 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea  
1990 – São Paulo SP – 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão  
1990 – São Paulo SP – 21º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP 
1990 – Sapporo (Japão) – 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea  
1990 – Tóquio (Japão) – Arte Contemporânea Brasil-Japão, no Museu Central de Tóquio
1990 – Tóquio (Japão) – 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea
1991 – Cuenca (Equador) – Bienal de Pintura
1992 – Americana SP – Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana, no MAC/Americana
1992 – Curitiba PR – 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1993 – João Pessoa PB – Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba 
1993 – Rio de Janeiro RJ – Coletiva, na EAV/Parque Lage
1993 – São Paulo SP – Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1993 – São Paulo SP – 23º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1994 – Brasília DF – Cidade Imaginada-Imagined City, na Fundação Athos Bulcão
1994 – Poços de Caldas MG – Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura
1994 – São Paulo SP – Paisagens, na Galeria de Arte São Paulo
1994 – São Paulo SP – Bandeiras: 60 artistas homenageiam os 60 anos da USP, no MAC/USP
1994 – São Paulo SP – Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1994 – São Paulo SP – Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 – Rio de Janeiro RJ – Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ
1996 – São Paulo SP – Bandeiras, na Galeria de Arte do Sesi
1996 – São Paulo SP – Pinturas e Gravuras – Instituto Moreira Salles
1997 – São Paulo SP – Arte em Movimento: Oficinas Interativas, no Sesc Pompéia
1998 – Rio de Janeiro RJ – Pensar Gráfico: a gravura da linguagem, no Paço Imperial
1998 – São Paulo SP – Acervo Galeria de Arte São Paulo, na Galeria de Arte São Paulo
1998 – São Paulo SP – Afinidades Eletivas I: o olhar do colecionador, na Casa das Rosas  
1998 – São Paulo SP – Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles  
1999 – Rio de Janeiro RJ – Mostra Rio Gravura. Coleção Mônica e George Kornis, no Espaço Cultural dos Correios
1999 – Rio de Janeiro RJ – Mostra Rio Gravura. São Paulo: gravura hoje, no Palácio Gustavo Capanema
1999 – Rio de Janeiro RJ – Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 – São Paulo SP – Programa Anual de Exposições de Artes Plásticas, no CCSP
2000 – Curitiba PR – 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma 
2001 – Porto Alegre RS – 3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul  
2001 – Rio de Janeiro RJ – Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2002 – São Paulo SP – 28 (+) Pintura, no Espaço Virgílio 
2003 – Rio de Janeiro RJ – Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 – São Paulo SP – Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc Pompéia
2003 – São Paulo SP – Meus Amigos, no MAM/SP
2003 – Rio de Janeiro RJ – Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2004 – São Paulo SP – Coletiva, na Casa de Cultura Judaica
2007 – São Paulo SP – Elogio ao Silêncio, na Pinacoteca do Estado
2007 – Rio de Janeiro RJ – Elogio ao Silêncio, no Museu Nacional de Belas Artes
2008 – Curitiba PR – Elogio ao Silêncio e Outras Fábulas, no Museu Oscar Niemeyer
2007 – São Paulo SP – Itaú Contemporâneo: arte no Brasil 1981-2006, no Itaú Cultural
2008 – São Paulo SP – Arte Pela Amazônia: arte e atitude, na Fundação Bienal
2009 – São Paulo SP – Branco & Preto, na Galeria Daslu
2009 – Madri (Espanha) – 28ª Arco
2010 – São Paulo SP – Partes do Todo, na Dan Galeria
2010 – São Paulo SP – 6ª sp-arte, na Fundação Bienal
2011 – São Paulo SP – 7ª SP-Arte, no Pavilhão da Bienal


Fonte: Itau cultural, Wikipedia, Escritório de ate

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Paulo Varella

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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