A partir de 30 de setembro, o Grupo XIX de Teatro volta a apresentar as cinco peças criadas nas oficinas ministradas pelos integrantes do grupo entre fevereiro e julho, durante seu Núcleo de Pesquisas 2017.
A programação chamada Remostra traz A Palavra e o Abismo, com direção de Luiz Fernando Marques (dias 30 de setembro e 1º de outubro), In Cômodos, com direção de Juliana Sanches (também nos dias 30 de setembro e 1º de outubro), Plantar Cavalos Para Colher Sementes, com direção de Ronaldo Serruya (dias 7, 8 e 9 de outubro), Invenção Do Eu, com direção de Rodolfo Amorim (dias 14 e 15 de outubro) e Feminino Abjeto, com direção de Janaina Leite (dias 4 e 5 de novembro). As sessões acontecem na Vila Maria Zélia, com ingressos pague quanto puder.
Os núcleos são coletivos formados a partir de seleções – que já chegaram a atingir o número de 600 inscritos-, que ao longo do ano e sob a orientação dos artistas do Grupo XIX de Teatro, desenvolvem pesquisas nas áreas de atuação, direção, dramaturgia, corpo e direção de arte. No total mais de mil artistas já participaram destas atividades e delas surgiram novos coletivos teatrais.
Programação dos espetáculos:
REMOSTRA NÚCLEO DE PESQUISAS 2017 DO GRUPO XIX DE TEATRO
A PALAVRA E O ABISMO
Dias 30 de setembro e 1º de outubro – Sábado e domingo às 16h.
Com orientação de Luiz Fernando Marques a partir do texto Destinos, de Paulo Emílio Salles Gomes (escrito e encenado na Vila Maria Zélia em 1936), o núcleo desenvolveu uma pesquisa que une esta dramaturgia pré-elaborada com uma dinâmica de improviso. No texto duas/dois e irmãs/irmãos discordam das questões políticas e comportamentais de seu tempo, aflitos com as escolhas, próprias e do outro, influenciando em seus destinos. No experimento, atrizes, atores e público se divertem entre a palavra e o abismo.
Ficha técnica:
Direção: Luiz Fernando Marques. Co-direção: Paulo Arcuri. Participantes: Alexandre Quintas, Ayiosha Avellar, Carlin Franco, Carlitos Tostes, Carol Kern, Eduardo Pires, Fernanda Stein, Joana Pegorari, Larissa Morais, Leticia Tavares, Luiz Rodrigues, Priscila Jácomo, Mariana Cordeiro Serra, Mariel Fernandes e Tatiana Vinhais. Duração: 70 minutos. Classificação etária: 16 anos. Capacidade: 24 lugares.
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IN CÔMODOS
Dias 30 de setembro e 1º de outubro – Sábado às 19h e domingo às 20h.
Com orientação de Juliana Sanches o núcleo foi estimulado por obras de Virginia Woolf, Clarice Lispector, Susan Sontag e em escritos das próprias artistas criadoras. O experimento apresenta uma casa e suas moradoras. As paredes que limitam o espaço, o chão que as suporta e acolhe, as divisões que são impostas, e uma busca constante em ser, só ser.
Ficha técnica:
Direção: Juliana Sanches. Assistência de direção: Evelyn Klein. Colaboradora do processo: Lucimar De Santana. Artistas criadoras: Bruna Iksalara, Camila Ferreira, Carol Andrade, Carol Gierwiatowski, Carol Vidotti, Carol Pitzer, Carolina Catelan, Caru Ramos, Elisete Santos, Ericka Leal, Gabi Gomes, Gabriela Segato, Giovana Siqueira, Ju Terra, Lidi Seabra, Natália Martins, Natasha Sonna, Patrícia Faria, Rita Damasceno, Samara Lacerda, Thaís Peixoto, Victoria Moliterno e Vivian Valente. Classificação: 16 anos. Duração: 70 minutos. Capacidade: 60 lugares.
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PLANTAR CAVALOS PARA COLHER SEMENTES
Dias 7, 8 e 9 de outubro – Sábado e domingo às 19h e segunda-feira às 20h.
Orientado por Ronaldo Serruya a performance é livremente inspirada no manifesto Falo Por Minha Diferença do ativista chileno Pedro Lemebel. A ideia é criar uma peça-manifesto onde cada artista traduz em cena seu lugar de fala, revelando a vivência como algo que se inscreve no corpo e na carne, a experiência como discurso.
Ficha técnica:
Direção: Ronaldo Serruya. Assistência de direção: Bruno Canabarro. Participantes: Ailton Barros, Ana Vitória Prudente, Bruno Canabarro, Camila Couto, Carlos Jordão, Cristina Maluli, Gabi Costa, Gil Gobbato, Hebert Luz, Isabela Marioti, Jonathan Moreira, Mateus Menezes, Mayra Bertazzoni, Patrícia Cretti, Tatiana Ribeiro, Thaís Sanches Thiago Félix e Tomás Decina. Duração: 80 minutos. Classificação etária: 18 anos. Capacidade: 45 lugares.
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INVENÇÃO DO EU
Dias 14 e 15 de outubro – Sábado e domingo às 20h.
Necessário fazer inscrição prévia pelo Facebook.com/grupoxixdeteatro.
Com orientação de Rodolfo Amorim a proposta do núcleo foi a investigação em torno da ideia de um “eu” e de que como este pode ser revelado e/ou inventado a partir de nossas memórias. Por meio de questionários, observações, imersões, breves narrativas, entre outras experimentações, o grupo buscou desnudar-se e abrir-se para o contato com o outro, como um caminho para revelar-se a si mesmo.
O grupo formulou algumas estratégias para criar dispositivos cênicos que anseiam por fazer com que o público vivencie algumas dessas experiências e atue neste rito de descobrir e inventar quem é ou o que é este “eu” que nos define.
Ficha técnica:
Direção: Rodolfo Amorim. Participantes: Alberto Magno, Bruno Rocha, Camila Spinola, Érica Arnaldo, Fernanda Möller, Iago Índio do Brasil, Jean Le Guévellou, Julia Diniz, Kaline Barboza, Leo Braz, Manuel Fabrício, Marcella Piccin, Paula Medeiros, Paulo Maeda e Rafael Theophilo. Duração: 60 minutos. Classificação etária: 14 anos. Capacidade: Reduzida. Necessário fazer inscrição pelo Facebook.com/grupoxixdeteatro
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FEMININO ABJETO
Dias 4 e 5 de novembro – Sábado às 20h e domingo às 19h.
Com orientação de Janaina Leite, o núcleo se apoiou sobre a obra da artista espanhola Angélica Liddell e sobre o conceito de “abjeção” proposto por Julia Kristeva para investigar as representações do feminino hoje. Para essa abertura de processo, o grupo trabalhou a partir de quatro disparadores tomados de obras de Liddell: Minha Relação com a Comida, Fuck You Mother, Eu Não Sou Bonita e O Que Farei Com Essa Espada?
Ficha técnica:
Direção: Janaina Leite. Assitência de direção: Tatiana Caltabiano. Dramaturgismo: Tatiana Ribeiro. Performers: Ana Laís Azanha, Bruna Betito, Cibele Bissoli, Débora Rebecchi, Emilene Gutierrez, Florido, Gilka Verana, Juliana Piesco, Letícia Bassit, Maíra Maciel, Olívia Lagua, Ramilla Souza e Sol Faganello. Duração: 90 minutos. Classificação etária: 18 anos. Capacidade: 55 lugares.
SOBRE O GRUPO XIX DE TEATRO
Desde 2001 o Grupo XIX de Teatro desenvolve pesquisa autoral que deu origem aos espetáculos Hysteria, Hygiene, Arrufos, Marcha Para Zenturo (em parceria com o Grupo Espanca), Nada Aconteceu, Tudo Acontece e Tudo Está Acontecendo, Estrada do Sul (em parceria com o Teatro Dell’Argine) e Teorema 21. A exploração de espaços não-convencionais, a criação colaborativa e a relação direta com o público nas encenações são elementos constitutivos dessa trajetória. Todos os espetáculos seguem em repertório até hoje tendo sido apresentados em quase uma centena de cidades pelo Brasil e cinco países do mundo com as encenações realizadas em inglês, italiano e francês.
A partir de 2004, o grupo realiza uma residência artística na Vila Maria Zélia na Zona Leste de São Paulo. A “Vila” é hoje um espaço de pesquisa, difusão e formação que abriga projetos como os Núcleos de Pesquisa que acolhem anualmente cerca de cem artistas, além de diversos espetáculos e oficinas. Com esta ação contínua o grupo tem conseguido criar uma relação com o público da cidade de São Paulo que vai além de suas próprias peças e transborda o meio teatral fazendo parcerias com as áreas do cinema, das artes plásticas, dança, fotografia, arquitetura e história.
Este trabalho só é possível graças aos subsídios públicos com os quais o grupo vem contando de forma intermitente em sua trajetória. Em 2017, o grupo conta com o apoio da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo para o projeto A Estufa e Cidade.
Vila Maria Zélia – Rua Mário Costa 13 (Entre as ruas Cachoeira e dos Prazeres) – Belém. Telefone – (11) 2081-4647. Informações, de terça a sexta-feira das 14 às 18h ou pelo e-mail [email protected]. Acesso para deficientes físicos. Bilheteria – Abre 1 hora antes de cada espetáculo exceto para Invenção Do Eu que é necessário fazer inscrição prévia. Estacionamento: gratuito.