Por ocasião da abertura, no dia 23 de janeiro, às 18h, acontece uma apresentação na Galeria 2 com o saxofonista André Vida
A exposição Anri Sala: o momento presente, no IMS Paulista, é a segunda apresentação ampla do artista albanês Anri Sala (Tirana, 1974) no Brasil. Trata-se de um projeto que compreende duas exposições no Instituto Moreira Salles. A primeira delas aconteceu na sede do IMS do Rio de Janeiro, em 2016. A segunda etapa ocupará dois andares do IMS Paulista e apresenta obras ainda inéditas no país.
Na etapa paulista, Anri Sala: o momento presente reunirá trabalhos recentes, sobretudo videoinstalações sonoras, tais como The Present Moment (2014), Long Sorrow (2005), Answer Me (2008), Le Clash (2010) e Tlatelolco Clash (2011). A mostra explicita a dimensão política e ao mesmo tempo sensível da obra de Sala. Por um lado, as obras propõem uma avaliação crítica do mundo contemporâneo; por outro, impactam a sensibilidade do espectador por meio do som. Para a curadora Heloisa Espada, “ao justapor situações pessoais, históricas e políticas, os trabalhos em exibição propõem aos visitantes experiências nada apaziguadoras”.
O grande destaque da exposição no IMS Paulista é a videoinstalação The Present Moment (in D) e The Present Moment (in B-flat) (2014), apresentada pela primeira vez no país, em que o artista reconstrói a composição Noite transfigurada [Verklärte Nacht] , op. 4, de Arnold Schönberg. Nessa e em outras obras, Sala explora o potencial da música de nos conectar de maneira intensa com o presente.
Outro destaque da mostra é a videoinstalação Làk-kat 3.0 (Brazilian Portuguese/Portuguese/Angolan Portuguese) (2016), uma nova versão do vídeo de Làk-kat, filmado em 2009, no Senegal, desenvolvida especialmente para a exibição no Brasil. A obra é composta por três telas mostrando a mesma cena de um diálogo em uólofe (língua original da região onde hoje fica o Senegal) e francês, sendo que cada uma das telas apresenta legendas em português enfocando diferenças entre expressões idiomáticas típicas do Brasil, de Portugal e de Angola. Além de abordar relações de poder por meio da impossibilidade de se traduzir algumas palavras em uólofe, a obra lança um olhar para o passado colonial do Brasil e suas raízes africanas. Para realizar a nova versão brasileira, o artista trabalhou em colaboração com a escritora brasileira Noemi Jaffe, o angolano Ondjaki e o português José Luís Peixoto.
A exposição no IMS Paulista abre em duas datas. Desde o dia 12 de dezembro, a instalação The Present Moment pode ser visitada na Galeria 1. Em 23 de janeiro, abre para o público a segunda parte da exposição, na Galeria 2, com uma performance do músico húngaro-americano André Vida, parceiro de Anri Sala em inúmeros trabalhos. Na apresentação, André Vida interage com a videoinstalação Long Sorrow (2005), em que o saxofonista Jemeel Moondoc faz uma improvisação de jazz pendurado do lado de fora do 18º andar de um prédio em Berlim, um conjunto habitacional modernista apelidado pelos moradores como Langer Jammer, que significa “long sorrow” [sofrimento longo] em inglês. Em sua performance, André Vida também toca saxofone, numa improvisação que responde à música tocada por Jemeel Moondoc no vídeo.
No dia 23, a performance acontecerá de meia em meia hora, das 18h às 22h. No dia 25 de janeiro, dia do aniversário de São Paulo, o público terá a oportunidade de assistir a André Vida durante todo o dia, das 10h às 20h, a cada hora.
Além de Long Sorrow (2005), a partir do dia 23 de janeiro, estarão expostas também na Galeria 2 as obras Answer Me (2008), Le Clash (2010), Tlatelolco Clash (2011), Jemeel Moondoc Responding to His Own Performance in Long Sorrow (2006) e Làk-kat 3.0 (Brazilian Portuguese/Portuguese/Angolan Portuguese) (2016).
No dia 30 de janeiro, às 19h, o professor de filosofia da USP, Jorge de Almeida dará uma aula sobre a composição Noite transfigurada, op. 4, de Arnold Schönberg, e sua apropriação por Anri Sala na obra The Present Moment. O evento é gratuito.
As videoinstalações The Present Moment (in D) e The Present Moment (in B-flat) (2014), a série de fotografias Untitled (Corner) (2004) e as instalações Moth in B-Flat (2015) e Moth in D (2015) seguem em exibição na Galeria 1.
O filme 1395 Days without Red (2011) é exibido no cinema do IMS de terça a sábado, às 12h30. No dia 23 também será exibido às 20h por ocasião da abertura.
Acompanha a mostra um catálogo com textos inéditos de Heloisa Espada, Moacir dos Anjos e Natalie Bell, além da tradução de um artigo de Jacques Rancière. Com projeto gráfico do escritório de design Bloco Gráfico, a publicação recebeu o Prêmio Aloísio Magalhães para melhor projeto gráfico da Biblioteca Nacional e foi escolhido pelo American Institute of Graphic Arts como um dos 50 melhores livros de 2016 no prêmio 50 Books | 50 Covers. O catálogo foi lançado durante a abertura da exposição no IMS Rio em 2016 e está à venda nos centros culturais do IMS e em lojadoims.com.br.
Sobre Anri Sala
Anri Sala é um dos artistas contemporâneos de maior destaque na cena artística internacional. Nasceu em 1974, na cidade de Tirana, capital da Albânia. Estudou na Academia Nacional de Artes de Tirana e na École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs, em Paris, de 1996 a 1998, quando começou a trabalhar com vídeo. Em 1998, deu início à pós-graduação em direção na Le Fresnoy, Studio National des Arts Contemporains.
O vídeo Intervista (Finding the Words), com o qual Anri Sala tornou-se conhecido, recebeu os prêmios de Melhor Documentário no Festival Entrevues, em Belfort, França, e no Brooklyn Film Festival, em Nova York, além de Melhor Curta-Metragem no Festival Amascultura, em Lisboa. Em 2000, o artista participou da Manifesta 3, em Liubliana, Eslovênia. Um ano depois, recebeu o prêmio de jovem artista pelo trabalho Uomoduomo (2000), na 49ª Bienal de Veneza. No ano de 2004, realizou a sua primeira grande individual, Entre chien et loup/When the Night Calls It a Day, organizada pelo Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris. Participou da 25ª Bienal de São Paulo, em 2002, e da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010.
Em 2013, Anri Sala representou a França na 55ª Bienal de Veneza com a videoinstalação Ravel Ravel Unravel, com a qual recebeu o 10º Prêmio Benesse. No ano seguinte, participou da retrospectiva Une histoire, art, architecture et design, des années 80 à aujourd’hui, no Centre Georges Pompidou, em Paris. No início de 2016, o artista realizou a individual Anri Sala: Answer Me no New Museum, em Nova York, com trabalhos do início de sua carreira até obras recentes. Atualmente, ele vive e trabalha em Berlim.
Sobre André Vida
O compositor e saxofonista André Vida, além de se apresentar como solista, tem colaborado com um grupo variado de artistas como Anthony Braxton, Kevin Blechdom, Tarek Atoui, Hildur Gudnadóttir, Max Loderbauer, Rashad Becker, Nico Dockx e Jamie Lidell. Participou de performances com Anri Sala na Galeria Serpentine, em Londres, no Roman Amphitheatre, em Arles, França, na Frieze, em Londres, e na Bienal de Havana.
Anri Sala: o momento presente
Curadoria: Heloisa Espada
De 23 de janeiro a 25 de março
Galeria 1 e Galeria 2 do IMS Paulista
Horário de funcionamento: de terça a domingo e feriados (exceto segunda), das 10h às 20h. Nas quintas, até as 22h.
Performance de André Vida respondendo à videoinstalação Long Sorrow (2005), 12’57”
23 de janeiro, das 18h às 22h, a cada meia hora.
25 de janeiro, das 10h às 20h, a cada hora.
Galeria 2
Evento gratuito. Sujeito à lotação da sala.
31 de janeiro, às 19h, aula com o professor Jorge de Almeida sobre Noite transfigurada, op. 4, de Arnold Schönberg, e sua apropriação por Anri Sala na obra The Present Moment
Sala de Aula
Evento gratuito. Sujeito à lotação da sala.
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