Conhecido pela sua produção abstracionista, Araken apresenta, a partir do dia 6 de novembro, sua primeira exposição com trabalhos figurativos, passada uma década desde a sua última individual.
“Mameluco” ocupa três salas no 3.º andar do Centro Cultural Correios com pinturas coloridas em técnica mista de grandes formatos — algumas chegam a medir 5 metros —, esculturas e “penduráveis” (definição do artista para as instalações que pendem do teto).
As telas são “povoadas” por tipos populares brasileiros, como negros, índios, caboclos e mamelucos, que dão nome à exposição, tendo como pano de fundo abstrações.
Aviador, filósofo, teólogo e arquiteto, além de artista, Araken coordena um grupo de estudo do pensamento brasileiro, o que o influenciou bastante na escolha deste título, uma vez que era o termo empregado na época do Brasil Colônia para designar mestiços de índios com brancos. Ou seja, a origem de toda a miscigenação brasileira.
“Um aspecto relevante a ser destacado é o encontro das culturas em novo território. Chegando nestas terras, o conquistador português já encontrou os indígenas, incorporando ao território, logo depois, o trabalho escravo do negro africano. As peculiaridades de cada uma dessas etnias, somadas, gerou uma verdadeira miscigenação cultural, que hoje perfaz concretamente a nossa cultura”, afirma Araken.
“Confrontado com os tipos populares retratados nas dez pinturas de grandes formatos em exposição, o título da mostra tem sua significação ampliada para além do processo de miscigenação de índios e brancos sugerida pelo título. Muitas dessas telas nos mostram outras formas de mistura étnica que compõem o mosaico populacional brasileiro. Nestas pinturas, negros, índios, caboclos e brancos são frequentemente extraídos e isolados dos contextos histórico-antropológicos específicos em que circulam cotidianamente. A solidão dos retratados nestas telas sugere, por analogia, o isolamento classificatório dos discursos e das ilustrações dos viajantes dos séculos XVIII e XIX”, analisa o curador, Fenando Cocchiarale.
Transferido para Fortaleza, Ceará, para trabalhar como instrutor de caça de 1972 a 1974, Araken teve contato com artistas locais na Casa de Raimundo Cela e na Galeria Gauguin, como os pintores Giberto Cardoso, Heloísa Jaçuaba, Roberto Galvão e Aderson Medeiros.
Lá, faz sua primeira exposição no XXII Salão de Abril, conquistando Prêmio de Aquisição. Em 1974, realiza sua primeira individual, na Casa de Raimundo Cela. Em 1985, participa da coletiva Novíssimos, na Galeria do IBEU, no Rio de Janeiro.
Em 1986, individual na Galeria Macunaíma/FUNARTE, RJ. Em 1988, é selecionado para o 1º Salão Baiano de Artes Plásticas (Salvador), integra a coletiva “Composto – 80 Anos de Imigração Japonesa”, na Casa de Cultura Laura Alvim (RJ) e na Fundação Mokiti Okada (SP).
Em 1989, integra a coletiva “Artistas do Rio”, com Daniel Senise, João Magalhães, entre outros, no Museu do Ingá, Niterói. Expõe, em coletiva, no Espace Latin Americain e na Galerie de Nesle, ambos em Paris.
Em 1990, expõe na “Quinzaine Brésil”, em Renner, na França, e na “Avant Première” ao 22º Festival de Pintura, na Embaixada do Brasil em Paris e no Chateau-Musée de Cannes-Sur-Mer, França. Participa da mostra “Três Latino-Americanos” (Ramirez, Araken e Fernando Barata), na Galeria Akie Aricchi, e participa da coletiva “Pinturas sobre Papel, Pequenos Formatos” (Araken e Duthoit), ambas em Paris. Retorna ao Brasil neste ano.
Em 1991, participa da mostra “Mougins-Prestige, 3º Salon”, em Maire de Mougins, na França. Em 1992, participa da exposição-concurso “L’Art et les Quatre Elements”, na Galerie Akie Aricchi, e da coletiva “Brésil Aujourd’hui”, na Galerie Debret, ambas em Paris. Em 1993, participa da coletiva “O Espaço”, ao lado de Rubens Gerchman e Gustavo Zalamea, na Galeria Toulouse, no Rio.
Em 1994, faz parte da coletiva “1994”, no Museu da República. Também participa da coletiva “Brésil: Espace et Couleur”, com itinerância em Bruxelas, Paris, Frankfurt, Porto e Lisboa. Participa da coletiva “Espaço”, ao lado de Barrão, Tozzi, Granato, João Magalhães, Zerbini e Rubens Gerchman, no Espaço Cultural Correios, no Rio. Também participa do 1º Salão MAM-Bahia de Artes Plásticas, em Salvador. Integra a coletiva “Action Painting”, na Galeria Metara.
Em 1995, participa da coletiva “Da Cor do Rio”, no Espaço Cultural dos Correios, no Rio. Também realiza uma individual na Galeria Marlene Gastal, em Brasília, com apresentação de Fernando Bicudo. Integra a coletiva “Frente a Frente”, no Centro Cultural Correios.
Em 1996, participa do 28º Festival Internacional de Pintura, no Chateau-Musée de Cannes-Sur-Mer, na França. Participa de coletiva itinerante, com mais três artistas (Vergara, Tozzi e Gerchman), na Galeria Casa Grande (Goiânia), Galeria Referência (Brasília), Galeria Toulouse (Rio de Janeiro) e Aeroportos Internacionais de Bra´silia e de São Paulo.
Participa da coletiva “Danses e Couleurs du Brésil”, em Lyon, na França. Em 1997, realiza uma individual na Galeria Referência, em Brasília, onde, além da pintura, expõe objetos. Também realiza individual na Galeria Toulouse (Rio de Janeiro).
No mesmo ano, é incluído no Dicionário de Pintores Brasileiros de Walmir Ayala.
Em 1998, participa do “12ems Salon des Arts”, de Mangeny, em Paris. Participa da coletiva “Uma homenagem a Dali”, na Galeria Metara, e da coletiva “Brésil: Espace et Couleur”, na Galeria da Villa Riso, no Rio de Janeiro. Realiza individual no Espaço Cultural dos Correios. Integra coletiva na Gallery 98, no Casa Shopping, e realiza individual no Clube de Aeronáutica.
Em 1999, realiza exposição conjunta com José Veras, no Centro Cultural Cândido Mendes (RJ), integra coletiva “Pintura: 500 anos depois no Rio”, no Espaço Cultural dos Correios (RJ) e ilustra a capa do livro de poesias “Os Sinais”, de José Lívia Dantas.
Em 2000, leciona pintura no Ateliê do Bureau do Artista, no Rio. Expõe na mostra “Ipanema, onde a arte acontece”, na Atualidade Galeria de Arte (RJ). Participa de coletiva na Galerie Maison de Clotilde de Vaux, Chapelle de l’Humanité, em Paris, e expõe ao lado de Cláudio Kuperman, David Largman, John Nicholson e Manuel Fernandes, na Galeria da Vila Riso (RJ).
Em 2001, integra a coletiva “Imaginatrium”, no Instituto de Arquitetos do Brasil, e expõe ao lado de Christina Oiticica e David Largman, na Galeria de Arte Ipanema (RJ). Apresenta uma individual no Espaço Cultural Mauá (RJ).
Em 2002, inaugura a individual “Transcendência”, na Galeria Cândido Mendes.
Em 2003, apresenta a individual “Série Amarela”, na Galeria Toulouse.
Em 2004, inaugura individual na Galeria de Arte Ibeu e “Objetos do Tempo”, no Espaço Cultural Maurice Valansi.
Em 2005, apresenta a individual “Campo de Pouso”, no Memorial da América Latina (SP) e no Museu Histórico Nacional.
Em 2006, expõe “Objetos do Tempo”, na Folic Galeria, e participa da Feira Internacional de Arte de Bogotá (Art Bo), na Colômbia.
Em 2007, apresenta a individual “Dourado”, na Galeria Toulouse, e integra a coletiva “IBEU 70 anos / 70 obras do acervo”, na Galeria de Arte Ibeu.
Em 2009, expõe “Biblioteca”, no MAM-Rio e participa das coletivas “Memorial revisitado – 20 anos”, no Memorial da América Latina (SP), e “Nano”, no Studio 44, em Estocolmo.
Em 2011, inaugura a individual “Casais”, na TAC Galeria.
Em 2014, apresenta a individual “Cor”, na Galeria Canvas (SP) e integra a coletiva “Mergulho no bailado de Flávio de Carvalho”, no SESC-Rio.