“Balé Ralé” estreia no Sesc Ipiranga

Por Paulo Varella - junho 21, 2018
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Com texto de Marcelino Freire, “Balé Ralé” estreia no Sesc Ipiranga

 

Entre os dias 22/6 e 15/7, o Sesc Ipiranga recebe o espetáculo “Balé Ralé”, baseado nos textos do escritor Marcelino Freire e com direção de Fabiano de Freitas. A companhia Teatro de Extremos, traz uma dramaturgia que discute marginalidade e as mazelas das personagens excluídas no dia-a-dia pela pobreza. A peça acontece sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 18h, no Teatro da Unidade. Os ingressos podem ser adquiridos no Portal Sesc ou nas Bilheterias.

O balé

A partir da seleção de textos de Marcelino Freire, na integra em sua maioria, a companhia Teatro de Extremos e a Quintal Produções propõe o debate de sentimentos primitivos como amor, ódio e a própria miséria. A dramaturgia busca desvendar o humano, atravessando camadas do gênero, do grotesco, da fúria e da revolução.

As obras de Marcelino pulsam e vibram as ruas, nas quais os marginais são a própria paisagem. Ao percorrer tais margens, os depoimentos das personagens surgem como erupções, carregando memórias vivas e mortas.

 “VI MEU AMOR PELOS ARES.

(…) SE EU SOUBESSE NÃO

TERIA DESCIDO. DO VEÍCULO.

DOS CÉUS. AO LADO DELE,

EXPLODIDO. DENTRO DOS

FERROS ESTARIA PARA

SEMPRE O MEU AMOR

RETORCIDO.”

 

 

Na concepção de Fabiano de Freitas, os contos retirados do livro homônimo de Marcelino são ambientados em um cabaré espelhado. Como em um sarau, os personagens se alternam em cenas performáticas, trazendo a marca de um teatro de depoimentos. Blackyva, Leonardo Corajo, Maurício Lima, Samuel Paes de Luna, Vilma Mello e Tatiana Henrique, desabafam em suas personas a dor e os abusos cotidianos vividos pela ralé, essa “quase gente” ignorada pela sociedade.

Da mulher que troca seus filhos por uma quantia qualquer, ao personagem que nega qualquer possibilidade de um movimento pela paz, “Balé Ralé”  discute a moral sem hipocrisia, mas delimita um lugar de escuta para compreensão dos personagens.

Colocando em xeque a civilidade humana, o espetáculo revive o espírito de vingança presente nos textos do autor pernambucano.

Balé Ralé é uma peça que se renova a cada dia, mesmo que nada mude na cena.”, afirma Fabiano de Freitas.  “A peça chega a São Paulo em processo criativo contínuo, um levante que se repete e é sempre novo. Porque é sobre o incêndio da ocupação do prédio no centro de São Paulo em abril de 2018; sobre Marielle, a ativista, parlamentar, preta, lésbica e mãe […]”.

 

O autor

Marcelino Freire completou 50 anos em 2017. Nasceu em Sertânia, Pernambuco, mas vive em São Paulo desde 1991. Escreveu, entre outros títulos, “Angu de Sangue” (Ateliê Editorial, Contos, 2000) e “Contos Negreiros” (Editora Record, 2005), com o qual foi vencedor do Prêmio Jabuti. Em 2013 lançou, pela Record, o romance “Nossos Ossos” (Prêmio Machado de Assis), também publicado na Argentina, França e Portugal, que está ganhando versão em longa-metragem, protagonizado pelo ator Gero Camilo. É o criador e curador da BALADA LITERÁRIA, evento que reúne, anualmente, desde 2006, uma centena de escritores, nacionais e internacionais, pelo bairro paulistano da Vila Madalena.

 

Serviço

Balé Ralé – Com Blackyva, Leonardo Corajo, Maurício Lima, Samuel Paes de Luna, Vilma Mello e Tatiana Henrique.

Direção e concepção: Fabiano de Freitas

Quando: de 22/6 a 15/7| Sextas e sábados, às 21h00 | Domingos, às 18h00.

Onde: Teatro (200 pessoas)

Quanto: R$ 30,00 (inteira) | R$ 15,00 (meia) | R$ 9,00 (credencial plena)

Classificação: 16 anos

Sesc Ipiranga

Rua Bom Pastor, 822

 

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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