FELIPE CAMA na Zipper Galeria/SP

Por Paulo Varella - novembro 3, 2017
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FELIPE CAMA | VOCÊ CHEGOU AO SEU DESTINO
Abertura 11 de novembro, sábado, às 11h

A nova série de trabalhos de Felipe Cama foge do suporte tradicional da pintura – telas únicas, quadrangulares ou retangulares – para formar mosaicos cartográficos criados a partir do método próprio do artista: a investigação sobre os processos de produção, distribuição e consumo de imagens e a representação digital da vida cotidiana. Os trabalhos estão reunidos em “Você chegou ao seu destino”, primeira individual do artista na Zipper, que inaugura no dia 11 de novembro. A abertura da exposição acontece durante o Art Weekend São Paulo, um roteiro artístico em que as galerias da cidade funcionam em horário estendido e oferecem programação especial.

As pinturas põem em confronto – ou em diálogo – as concepções de abstração e figuração na arte. “Os trabalhos apagam a fronteira que haveria entre o abstrato e o figurativo. Eles são ambos ao mesmo tempo”, reflete o artista. Paralelamente, refletem sobre os territórios mapeados pelas novas tecnologias e o controle que grandes corporações de tecnologia exercem sobre cada um de nós a partir do smartphone e o GPS, ferramentas hoje banalizadas.

Com um celular à mão, Felipe registrou durante anos seu deslocamento diário em serviços de geoposicionamento online – que monitoram em tempo real a trajetória realizada pelo usuário; depois, o artista verificou o traçado resultante pelo deslocamento em um dia, que foi tomado como ponto de partida para as telas. “Grande empresas de tecnologias monitoram nosso cotidiano, onde vamos, o que vemos, o que consumimos, e oferecem os dados para que outras empresas formulem suas estratégias comerciais. Os trabalhos refletem sobre privacidade e liberdade”, afirma o artista.

Sua individual levanta, ainda, questões ligadas à fragmentação na era digital. As pinturas não são compostas como peças únicas. São chassis individuais que, montados como peças, formam a totalidade do trabalho. Com texto crítico de Giselle Beiguelman, a mostra fica em cartaz até 16 de dezembro.

O vernissage no dia 11/11 tem apoio da Stella Artois.

Sobre o artista
Felipe Cama (Porto Alegre, 1970, vive em São Paulo) examina os processos de produção, distribuição e consumo de imagens no mundo contemporâneo. Para tanto, apropria-se de representações em diversos meios – desde imagens digitais que circulam pela internet, fotografias publicitárias, fotos encontradas em álbuns de viagem virtuais e reproduções em livros de História da Arte – para compor obras em suportes como a pintura, a fotografia, a colagem e o vídeo. Seu trabalho consta em importantes coleções institucionais: Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Instituto Figueiredo Ferraz, Museu de Arte de Porto Alegre, Centro Cultural Carpe Diem Arte e Pesquisa (Lisboa) e Universidade de Arte de Musashino (Tóquio).

Texto crítico: Giselle Beiguelman
Giselle Beiguelman investiga a estética da memória e desenvolve projetos de intervenções artísticas no espaço público e com mídia digital. É professora associada do Departamento de Arquitetura Histórica e Estética do Projeto na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo (FAU-USP). Beiguelman é o autora de vários livros e artigos sobre o nomadismo contemporâneo e as práticas da cultura digital. Ela foi chefe do Curso de Design da FAU-USP de 2013 a 2015, onde tem ensinado desde 2011. Entre seus projetos recentes estão “Memories of Amnesia” (2015), “quão pesada é uma nuvem?” (2016) e a curadoria da “Arquinterface: a cidade expandida pelas redes”. Ela é membro do Laboratório de OUTROS Urbanismos (FAU-USP) e do Laboratório Interdisciplinar de Informação de Imagem – Humboldt-Universität zu Berlin. Suas obras de arte estão em coleções de museus do Brasil e no exterior, como a ZKM (Alemanha), a coleção latino-americana da Universidade de Essex, MAC-USP e MAR (Museu de Arte do Rio de Janeiro), entre outros.

Serviço
“Você chegou ao seu destino”
Exposição individual de Felipe Cama na Zipper Galeria
Texto crítico: Giselle Beiguelman
Abertura: 11 de novembro de 2017, às 11h
Em cartaz até 16 de dezembro de 2017
R. Estados Unidos 1494, Jardim América – Tel. (11) 4306-4306
Segunda a sexta, 10h/19h; sábado, 11h/17h
ZONA DE REMANSO – EXERCÍCIOS DE PERMANÊNCIA
PROJETO ZIP’UP: Filipe Acácio
Abertura – 11 de novembro, sábado, às 11h
“Zona de remanso” define uma porção de água que, ao ocupar um recorte na margem de um rio ou no litoral, forma uma pequena enseada tranquila. Por analogia, a expressão figura também como repouso, algo que teve o movimento cessado. É a partir de ações de resistência e permanência em zonas de remanso no litoral de Fortaleza que o artista cearense Filipe Acácio reúne em sua individual “Zona de remanso: exercícios de permanência” registros de performances, dejetos e desenhos que investigam uma potente tensão entre ir e ficar. Com curadoria de Galciani Neves, a exposição é mais uma abrigada pelo projeto Zip’Up e inaugura no dia 11 de novembro.

A mostra sintetiza uma pesquisa realizada pelo artista entre 2011 e 2017 no litoral de Fortaleza, Ceará, nos muros de contenção construídos entre o mar e a cidade. “Os trabalhos buscam estabelecer uma noção de vizinhança acompanhar o fluxo de marés”, afirma o artista. Como na videoinstalação “O farol, a parede, o porto”, em que o artista discute a resistência do corpo com exercícios de permanências em Serviluz, região portuária no litoral cearense, que registou uma série de chacinas entre 2015 e 2016. Ou nas séries fotográficas “Detrito” e “Futuro anunciado”, que formam composições de imagens produzidas a partir de mergulhos e da coleta de objetos à deriva. A montagem inclui, ainda, desenhos e estudos produzidos durante o processo.

Idealizado em 2011, um ano após a criação da Zipper Galeria, o programa Zip’Up é um projeto experimental voltado para receber novos artistas, nomes emergentes ainda não representados por galerias paulistanas. O objetivo é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores independentes e o público, dando visibilidade a talentos em iminência ou amadurecimento. Em um processo permanente, a Zipper recebe, seleciona, orienta e sedia projetos expositivos, que, ao longo dos últimos seis anos, somam mais de quarenta exposições e cerca de 60 artistas e 20 curadores que ocuparam a sala superior da galeria.

“Zona de remanso: exercícios de permanência” fica em cartaz até 16 de dezembro. O vernissage tem apoio da Stella Artois.

Sobre o artista
Filipe Acácio (1985) é cearense. Mestre no Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará. Desde de 2012, atua como diretor de fotografia em longas e curtas metragem. Em 2014, foi artista residente do Laboratório em Arte Contemporânea oferecido pelo Centro Cultural Banco do Nordeste/Fortaleza e do Laboratório Olhares em Conexão – Itinerários Formativos em Fotografia Contemporânea. Em 2015, participou da residência Fotografia contemporânea: Criação e estudos avançados. Integrou exposições como o 67º e 66º Salão de Abril, Mostra Triangulações, Unifor Plástica 2015, Estou cá: Sempre algo entre nós e Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas 2015/2016. Em 2016, recebeu o Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia 2016 – SECULT – CE. Atualmente é pesquisador no Laboratório de Artes Visuais do Porto Iracema.

Sobre a curadora
Galciani Neves é curadora, professora e pesquisadora no campo das artes visuais. Possui mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC – SP. Atualmente, é professora do curso de Artes Visuais, da Pós-Graduação em Fotografia e da Pós Graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará. É co-coordenadora da Escola Entrópica (Instituto Tomie Ohtake – SP). É autora do livro “Exercícios críticos: gestos e procedimentos de invenção” (EDUC, 2016). Desenvolve projetos curatoriais e educativos, atividades relacionadas à crítica, acompanhamento de artistas.

Serviço
Zip’Up: Zona de remanso: exercícios de permanência
Exposição individual de Filipe Acácio na Zipper Galeria
Curadoria: Galciani Neves
Abertura: 11 de novembro de 2017, às 11h
Em cartaz até 16 de dezembro de 2017
R. Estados Unidos 1494, Jardim América – Tel. (11) 4306-4306
Segunda a sexta, 10h/19h; sábado, 11h/17h

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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