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Fernanda Feher apresenta “Udada – Sisterhood”

maio 9, 2019junho 7, 2019

Fernanda Feher convida para talk sobre a exposição “Udada – Sisterhood”. A gineologista Dra. Ana Luiza Fagundes Faria também participa do bate-papo. Na mesma ocasião, a artista lançará o catálogo do projeto que envolve arte e ativismo.

Exposição reúne obras que retratam mulheres africanas; artista direcionará lucro das vendas para ONG envolvida com causas relacionadas à mutilação genital e violência sexual feminina

A mostra reúne 16 obras que retratam mulheres africanas, entre elas aquarelas, pinturas a óleo e tecido. Os trabalhos são resultado de uma viagem ao Quênia (África), onde participou de um projeto da ONG COVAW, braço da instituição Orchid, numa missão sobre casamento infantil, violência e mutilação genital feminina.

Com o objetivo de conscientizar a comunidade local em relação aos temas por meio de conversas e informação, Fernanda conheceu pessoas e ouviu histórias que a inspiraram. Portanto, as obras de “Udada – Sisterhood” representam muito mais que figuras femininas locais: refletem um conteúdo social.

O nome da exposição remete à sororidade, ou seja, à união e empatia de mulheres em busca de um objetivo comum. Em kiswahili, língua local com influências de expressões em inglês, udada significa sisterhood, irmandade.

“Os meus retratos contam histórias, mostram a força e alegria de mulheres que são mutiladas ou de garotas das escolas que visitei. O objetivo não é só colocá-las, necessariamente, no lugar de vítimas. Acho que se eu pintasse vaginas mutiladas não estaria colaborando em nada com esse processo e talvez ninguém viesse me perguntar quem são elas”, declara Feher.

Sobre a mutilação genital feminina

De acordo com a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), a mutilação genital feminina é realidade para cerca de 200 milhões de mulheres no mundo. A prática ocorre, principalmente, em países da África e do Oriente Médio, também em regiões da Ásia, América Latina, e entre imigrantes que residem na Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

Dentre os motivos das transformações do órgão genital feminino – que inclui técnicas que podem resultar em remoção do clitóris e dos pequenos lábios, corte ou reposicionamento dos grandes lábios e costura – estão questões sociais e religiosas que envolvem a preservação da virgindade, castidade e passagem para a vida adulta. Em muitas culturas, inclusive, é um pré-requisito para o casamento. Porém, os métodos podem causar problemas de saúde física e mental.

Além da falta de preparo sanitário durante o processo, que é doloroso, a anatomia original é alterada para anular o prazer sexual da mulher e intensificar a do homem. Como resultado, as condições de higiene também são afetadas, principalmente quando o há fechamento da vagina e da uretra, deixando uma pequena abertura para a passagem de menstruação e urina (no caso da infibulação).

Sobre Fernanda Feher

Fernanda Feher nasceu em São Paulo, é formada em teatro pela Escola Celia Helena, tem curso de desenho pela NY students league of Art e Bacharelado em Fine Arts pela Pratt Institute, também de Nova York. Pintura a óleo, aquarela e colagem são as principais técnicas que utiliza. Também está envolvida com poesia, esculturas e até letras de rap. De descendência húngara e belga, reside atualmente em Lisboa e já expôs em galerias como BG27 e Arte 57, em São Paulo; Collectionair (online); Lazy Susan Gallery, em Nova York; e na Casa Pau-Brasil, em Portugal.

Detalhes

Início:
maio 9, 2019
Final:
junho 7, 2019
Evento Tags:
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Local

BG 27
R. Francisco Leitão, 265
São Paulo, São Paulo 05414-025 Brasil
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Telefone
(11) 3824-0697