IMS Paulista exibe os filmes 11 × 14, de James Benning

Por Paulo Varella - julho 25, 2018
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IMS Paulista exibe os filmes 11 × 14, de James Benning, e História da noite, de Clemens Klopfenstein, na primeira edição da Sessão Mutual Films 

Neste mês, o IMS Paulista expande a sua programação de cinema com a inauguração de um novo evento: a Sessão Mutual Films. Com curadoria de Aaron Cutler e Mariana Shellard, o cineclube acontecerá a cada dois meses no centro cultural. O intuito é criar diálogos entre diferentes filmes exibidos em sessões duplas. A primeira edição será nesta quinta-feira (26/7), às 19h30. O cinema do IMS Paulista projetará, uma após a outra, as novas restaurações digitais dos filmes 11 × 14, do diretor norte-americano James Benning, e História da noite, do suíço Clemens Klopfenstein. Após a sessão dupla, haverá um debate com os curadores.

Durante a exibição, o público poderá verificar as diferenças e semelhanças entre os dois longas-metragens, especialmente como a paisagem aparece em cada um.  Lançado em 1977, 11 × 14 é um estudo do meio-oeste americano. O longa, que é considerado um marco do cinema de vanguarda, compõe um mosaico de imagens coloridas do cotidiano do país. Já História da noite, lançado em 1979, registra, em película em preto e branco, cenas noturnas em cerca de 50 cidades europeias.

“Nos dois filmes, observamos paisagens representativas de culturas distintas que também são reflexos das gerações do pós-guerra”, afirmam os curadores. “Em 11 × 14, construções imagéticas plácidas mostram uma realidade pacata e segura nos Estados Unidos. Em História da noite, imagens trêmulas, sem contraste, transmitem uma realidade precária e instável na Europa. Ainda que partindo de pontos de vista pessoais, ambos os cineastas expressam visões recorrentes dos locais retratados.”

Além de expor as diferenças entre as culturas americana e europeia da década de 1970, a sessão dupla evidencia as distintas opções formais adotadas por cada cineasta. “Benning escolheu os lugares e situações de 11 × 14 para que refletissem seus sentimentos de inflexibilidade e resistência da vida americana, que ele absorveu, em grande parte, por meio da cultura pop. Enquanto isso, Klopfenstein, pintor de formação, projeta uma sensibilidade modernista ao expor sensações de transformação e fragmentação da vida em cidades europeias”, pontuam os curadores.

 

Os dois filmes serão exibidos novamente no dia 28 de julho (sábado), às 18h. Dessa vez, não haverá debate após a exibição.

 

Os ingressos para a sessão dupla custam R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia).

Sessão Mutual Films – Paisagens:  James Benning e Clemens Klopfenstein

26 de julho, quinta-feira, às 19h30*

28 de julho, sábado, às 18h

IMS Paulista

*Sessão seguida de debate

Ingressos R$ 8 (inteira) R$ 4 (meia)

Meia-entrada no IMS Paulista

Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, portadores de deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.

 

Cliente Itaú

Desconto para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.

Compra

Os ingressos do cinema são vendidos na bilheteria do centro cultural para sessões do mesmo dia e no site ingresso.com.

Devolução de ingressos

Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site.

IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo, SP, Brasil
11 2842 9120

Sinopses

11 × 14

James Benning | EUA | 1977, 82’, DCP

 

11 × 14 é um estudo sobre o meio-oeste americano. Uma série de breves tableaux que mostram o cotidiano iconicamente estadunidense, sob um olhar desapegado de significados que transcendem a superfície da imagem. Campos verdes arados por tratores, carros passando por avenidas, pessoas caminhando. A câmera ocasionalmente se desloca para revelar uma ação que complementa a cena. Ela também viaja dentro de carros e trens, observa através de janelas de dentro para fora e vice-versa. Como num jogo de memória, o desdobrar do filme suscita conexões entre cenas que são criadas por nossa própria lembrança do que se passou. Tudo é mistério, pois não há desenlace para o que se vê, apenas lembranças de ações ou iterações que podem sugerir narrativas fragmentadas.

 

O primeiro longa-metragem do renomado cineasta experimental norte-americano James Benning é um marco no cinema de vanguarda dos últimos 50 anos. Ele foi restaurado pela parceria Arsenal – Institut für Film und Videokunst e.V., em Berlim, e Austrian Film Museum, em Viena, a partir do material original em 16 mm, e convertido em cópias 35 mm e DCP. Essa restauração estreou no Festival de Berlim em fevereiro de 2018, junto a um novo filme de Benning.

 

História da noite

Geschichte der Nacht

Clemens Klopfenstein | Suíça | 1979, 64’, DCP

 

História da noite é uma jornada por uma Europa pós-apocalíptica, filmada integralmente à noite, com película em preto e branco supersensível e uma câmera Bolex. Somos carregados por paisagens sombrias e melancólicas de cidades não identificadas, onde observamos edifícios em ruínas, uma estação de trem que acolhe alguns poucos desabrigados, monumentos que sugerem antepassados imponentes, porém inanimados. Salvo alguns raros encontros com seres humanos – jovens dançando uma música que não ouvimos, uma procissão religiosa e transeuntes ocasionais –, o passeio noturno é deserto e amedrontador, pois nos sentimos constantemente testemunhas de um ato de violência que está por acontecer ou que se perdeu no decorrer do tempo. Mas essas expectativas se diluem ao longo da jornada, envolvidas pelo silêncio da noite.

 

O primeiro longa-metragem do cineasta suíço Clemens Klopfenstein teve pouca repercussão quando estreou, mas hoje é considerado uma obra-prima do cinema de vanguarda europeu da geração pós-guerra. Esta nova restauração digital foi realizada pela Cinemateca Suíça, em parceria com a Universidade de Basileia e apoio do laboratório Cinegrell, a partir do material original em 16 mm. A restauração estreou no Festival de Locarno em 2016, como parte de uma homenagem ao cineasta, que segue ativo, produzindo e fotografando filmes.

 

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Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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