Jean-François Rauzier Speto no CCSP

Por Paulo Varella - março 9, 2018
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Debate antecede a abertura da mostra Hiperfoto – Brasil, individual do artista francês que tem, entre os destaques, painéis fotográficos que cultuam a arte urbana paulistana

No próximo dia 14, o fotógrafo francês Jean-François Rauzier participa de uma conversa com o paulistano Speto, considerado hoje um dos principais nomes do grafite do país. A dupla integra o debate O grafite no mundo da arte, evento promovido pelo Centro Cultural São Paulo que tem como intuito apresentar o trabalho do fotógrafo e ainda discutir o posicionamento da expressão no meio cultural. No dia seguinte, 15, a instituição inaugura a exposição Hiperfoto – Brasil, projeto que chega à capital depois de ter passado pelas cidades do Rio de Janeiro, Brasília e Salvador.

Com curadoria de Marc Pottier e idealização de Bertrand Dussauge, a mostra apresenta ao público cerca de 100 obras de Rauzier, reconhecido por um trabalho singular, que mescla fotografia com manipulação digital. Entre os destaques da exposição, uma série de painéis que registram e cultuam a arte urbana da metrópole – fonte de inúmeras polêmicas nos últimos anos.

Grande marca de São Paulo, o grafite chamou a atenção do francês, para quem a expressão artística é o principal termômetro de uma democracia e da relação da juventude com a própria cidade. A seu ver, a maneira como se expressam sobre os muros diz muito sobre seus sonhos. Durante a conversa, Rauzier contará sobre como os quilômetros de muros grafitados que encontrou por aqui foram essenciais para a relação que estabeleceu com a capital e, principalmente, como isso se refletiu em sua produção. Muitos dos trabalhos registrados pelo fotógrafo já não existem mais, razão de uma nova política adotada pela Prefeitura de São Paulo no ano passado.

Tido como um dos precursores dessa manifestação artística no país, Speto desenvolveu um estilo próprio e original. Inspirado pela tradição folclórica da literatura de cordel nordestina, o artista imprime em seus trabalhos uma expressão genuinamente brasileira. Durante a conversa, o grafiteiro vai apontar os desafios e os limites da institucionalização da arte urbana: O grafite pode ser considerado arte? Por qual razão não ocupa ainda espaços de destaque nos principais eventos de arte contemporânea? Não seria sua essência a fugacidade? Se sim, faz sentido exibi-los em galerias e museus? Esses serão alguns dos levantamentos colocados em discussão.

Desse encontro também participam o curador e o idealizador da mostra, além de Maria Adelaide Pontes, curadora de Artes Visuais do CCSP. Aberta ao público, a palestra não exige inscrição prévia, mas está sujeita a lotação.

O grafite no mundo da arte, debate com Jean-François Rauzier, Speto, Marc Pottier e Maria Adelaide Pontes
Local: Centro Cultural São Paulo | Piso Caio Graco
Horário: 11h
Inscrição: gratuita
Lotação: 60 lugares

Hiperfoto – Brasil
, individual de Jean-François Rauzier
Local: Centro Cultural São Paulo
Endereço: Rua Vergueiro, 1000
Abertura: 15 de março, a partir das 18h
Período expositivo: de 16 de março a 6 de maio
Visitação: Terça a sexta, das 10h às 20h | Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Telefone: (11) 3397 4002

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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