Emanoel Araujo, artista plástico baiano, nasceu numa tradicional família de ourives, aprendeu marcenaria, linotipia e estudou composição gráfica na Imprensa Oficial de Santo Amaro da Purificação. Em 1959 realizou sua primeira exposição individual em sua terra natal, participando ainda da origem do movimento tropicalista. Mudou-se para Salvador na década de 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.
Foi premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália, em 1972. No ano seguinte recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor. Foi diretor do Museu de Arte da Bahia (1981-1983).
Foi diretor e responsável pela reforma e modernização da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992-2002) e fundador do Museu Afro Brasil (2004), onde é Diretor Curador. Em 2005, exerceu o cargo de Secretário Municipal de Cultura. Lecionou artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988).
Em 2007 foi homenageado pelo Instituto Tomie Ohtake com a exposição Autobiografia do Gesto, que reuniu obras de 45 anos de carreira. Ano passado, participou do projeto Histórias Afro-Atlânticas do Museu de Arte de São Paulo – MASP com uma exposição individual dedicada à sua obra. Em 2019 teve toda a sua obra compilada no livro “O Universo de Emanoel Araujo, Vida e Obra”, lançado pela Capella Editorial no Museu Afro-Brasil.
Expôs em várias galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas.
Texto Crítico
“Emanoel Araújo, aprendeu marcenaria quando jovem, aprendizado que seria mais tarde fundamental para o artista lidar com a madeira e fazer suas esculturas inspiradas nas formas e nos planos geométricos. De origem nagô, seu trabalho deve ser visto como uma segunda geração construtiva, compreendida nos anos 1960. De caráter simbólico abstrato, apresenta formas de raízes culturais africanas inspiradas nos orixás, na geometria pura e em gestos e cosmogonia dos símbolos das religiões afro-brasileiras.
O artista pensa antes com a gravura e o desenho para executar suas esculturas – que nada mais são do que a forma tridimensional do desenho. O esboço tem de ajustar-se na madeira recortada e esculpida. Esses gestos se transformam na escultura de linhas geométricas.” Ricardo Resende