Artista russo Fyodor Pavlov-Andreevich é modelo vivo em performance inédita na mostra Educação como matéria-prima
Público é convidado a fazer desenho de observação do artista, que posa nu para os participantes.
Os presentes também podem se unir ao artista para serem desenhados juntos
Repensar o papel de modelos vivos no ambiente acadêmico das escolas de arte e a distância estabelecida entre o desenhista e o modelo é a proposta inicial de Fyodor Pavlov-Andreevich, artista russo que encena a performance inédita Um retrato com o artista e o vazio em que convida o público a desenhá-lo enquanto posa como modelo vivo nu por mais de cinco horas, durante a tarde do dia 9 de abril (sábado), no espaço expositivo de Educação como matéria-prima, mostra do MAM que discute processos pedagógicos na arte.
“Apesar da nudez remeter, muitas vezes, à sexualidade e à erotização, os modelos vivos em escolas de arte, que posam durante horas e recebem baixa remuneração por isso, trazem um aspecto que beira à monotonia. No Brasil, praias naturistas ou locais onde se pode permanecer sem roupa são escassos, e é comum a associação desses à práticas de orgia. O tabu sobre a nudez faz com que ela seja cada vez mais compreendida como um conteúdo não apropriado, não existindo, assim, a possibilidade do corpo público, ” reflete o artista.
Na performance, a cada 15 minutos um sinal alerta para que o artista troque de posição e os participantes troquem de cadeira em sentido anti-horário e iniciem um novo desenho. Para desenhar ou assistir, é preciso ter mais de 18 anos ou o consentimento dos pais ou responsáveis.
Os educadores do museu estimularão os visitantes a desenhar oferecendo materiais como pranchetas, papéis A4 e lápis carvão. “Os visitantes também são convidados a se juntarem a mim como modelos vivos. Desta forma, posso posar sozinho em alguns momentos e em outros posso formar um casal com voluntários aleatórios que queiram participar”, explica Fyodor.
Depois das cinco horas de performance, os desenhos passam a fazer parte de Educação como matéria-prima, em cartaz até 5 de junho. Os retratos colados nas paredes ajudam a refletir ainda mais sobre processos educativos da produção de desenhos e da realização de performances.
Bio
Fyodor Pavlov-Andreevich é russo e vive entre Moscou, Londres e São Paulo. É artista, curador, escritor, diretor de teatro e cineasta. Recentes trabalhos incluem Hygiene (2009), performance nos Deitch Projects (NY); My Mouth is a Temple (2009), instalação no Marina Abramovic Presents, no Festival Internacional de Manchester; Whose Smell is This (2010) instalação especial para feiras Armory/Volta, em NY; EGOBOX (2010) instalação/performance no Festival Internacional de Performance de Moscou; My Water Is Your Water (2010), instalação/performance curada por Maria Montero (Galeria Luciana Brito, Bienal de SP 2010); The Great Vodka River, escultura/performance Art Basel Miami Beach; Laughterlife (2013) um show solo e performance comissionados pelo Centro Cultural São Paulo; Fyodor’s Performance Carousel, instalação site specific em colaboração com nove artistas no Faena Arts Center (BA); O Batatódromo (2015) escultura performática no CCBB Brasília.
Serviço:
Performance Um retrato com o artista e o vazio
Artista: Fyodor Pavlov-Andreevich
Local: Sala Paulo Figueiredo
Dia: 9 de abril (sábado), das 13 às 18h
Para participar é necessário ter mais de 18 anos ou autorização dos responsáveis.
Aberto ao público
Educação como matéria-prima
Curadoria: Felipe Chaimovich e Daina Leyton
Local: Sala Paulo Figueiredo
Visitação: até 5 de junho
Entrada: R$ 6,00 – gratuita aos domingos
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3)
Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Tel.: (11) 5085-1300
Estacionamento no local (Zona Azul: R$5 por 2h)
Acesso para deficientes / Ar condicionado
Restaurante/café