A partir do dia 26 de agosto, a curadora Isabel Sanson Portella apresenta os novos trabalhos de João Magalhães e Jozias Benedicto, na Galeria do Lago e no Coreto, respectivamente.
Após um hiato de sete anos sem expor individualmente, João Magalhães lança seu olhar questionador com a exposição Pinturas, ocupando a Galeria do Lago. O preto, branco e cinza roubam a cena em composições mínimas que dialogam sempre com o vazio e os limites do suporte. Nas telas, João deixa impreterivelmente os vestígios de suas pinceladas, tentando sempre situar-se num momento anterior, no como esse objeto pode constituir-se em pintura.
“Diante das obras apresentadas por João Magalhães, o nosso pensamento sai em busca das questões suscitadas pelo artista. O que é pintura? O que pode ser pintura?”propõe Isabel Sanson Portella, curadora.
Para João Magalhães, a visualidade final não é o resultado da procura da melhor forma, mas sim apenas um meio para responder a solicitações e propor questões cuja execução tende a ser imediata e, sempre que possível, algo displicente. O seu interesse é pelo acaso, pelo fortuito. Nas palavras do artista, “mais do que a investigação das possibilidades que um determinado pensamento sobre pintura poderia gerar, a imagem constituída é produto da curiosidade, da experimentação, da necessidade de me surpreender. Gostaria que minha pintura se desse como uma tentativa de atravessar a linguagem, de não ter linguagem”.
Jozias Benedicto pensou em ,Mesmo como uma performance site-specific para o Coreto, nos jardins do Palácio do Catete. No dia 26 de agosto, a atriz Dalila Duarte encarna o papel de noiva, fazendo sua marcha pela aleia que vai até o Chafariz, no caminho principal.
“Na maioria dos ritos de passagem a água tem papel relevante, e no casamento pode ser entendida como uma purificação, uma lavagem e preparo para um novo momento da vida”, explica o artista, colocando a figura da noiva de branco no centro das atenções. Muda, ela interage com os espectadores silenciosamente enquanto seu véu de 30 metros penetra numa máquina de escrever, tal qual papel em branco. Aos poucos, vai sendo arrastada para dentro da máquina onde o artista escreve seu texto, indiferente ao que acontece. Quando o véu já está quase todo escrito, a noiva é finalmente “libertada” pelo FIM.
“Tendo Marcel Duchamp, um dos precursores da arte conceitual, como referência, sua obra ‘O grande vidro’ ou ‘A noiva despida pelos seus celibatários, mesmo’ – que inspirou o nome da intervenção -, Jozias Benedicto faz sua própria leitura, resultando numa performance bastante reflexiva”, afirma Isabel Portella.
Como resíduos da performance, permanecerão no Coreto a máquina de escrever e o vestido da noiva com o texto datilografado no véu de 30 metros de comprimento. Um vídeo em loop, acompanhado pelo som das caixas acústicas, exibirá o registro. ,Mesmo é uma das propostas do artista para um ciclo de performances denominado Escrita automática que explora questões como o papel do autor, da memória, os textos e a escrita. Jozias Benedicto, que tem uma relação bastante íntima com a literatura, sente-se bem à vontade para conduzir o espectador nessa jornada que perpassa a arte e o escrever.
Pinturas – após um hiato de sete anos sem expor, João Magalhães lança seu olhar questionador com suas pinturas. Local: Galeria do Lago.
,Mesmo – proposta do artista para um ciclo de performances denominado “Escrita automática”, que explora questões como o papel do autor, da memória, os textos e a escrita. Local: Coreto. Curadoria: Isabel Sanson Portella Aberto ao público: de 26 de agosto a 29 de outubro de 2017 Museu da República Rua do Catete, 153, Catete, Rio de Janeiro Telefone: (21)2127-0334 Horário de funcionamento: De terça a sexta das 10h às 12h e das 13h às 17h Aos sábados, domingos e feriados das 13h às 18h Entrada franca Classificação: Livre |