O Filme  “As boas maneiras” no IMS Paulista , de Juliana Rojas e Marco Dutra

Por Paulo Varella - maio 28, 2018
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IMS Paulista apresenta programação especial para a

estreia do filme As boas maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra

Eleito como o melhor filme no Festival do Rio de 2017, As boas maneiras será exibido no IMS Paulista a partir de 7 de junho. O longa-metragem é o trabalho mais recente da parceria entre os cineastas Juliana Rojas e Marco Dutra. Para acompanhar a estreia do filme, o IMS Paulista apresentará uma programação exclusiva, composta por: A companhia dos lobos (1984), de Neil Jordan – escolhido pelos próprios cineastas para integrar essa programação especial –, e Trabalhar cansa (2011), primeiro longa de Rojas e Dutra.

Para filmar As boas maneiras (2017), a dupla pesquisou sobre o imaginário brasileiro em torno da figura do lobisomem. Também identificaram a presença da lenda na literatura e no cinema. Durante esse processo, A companhia dos lobos, dirigido pelo irlandês Neil Jordan e inspirado em um conto da escritora Angela Carter, foi uma influência para Rojas e Dutra, estabelecendo diálogo direto com o lançamento do seu novo filme.

A companhia dos lobos revisita o conto de fadas clássico Chapeuzinho vermelho, em uma mistura de fantasia e horror. Rojas e Dutra comentam a produção: “Angela Carter, autora do roteiro e do conto que inspirou o filme, foi uma escritora fenomenal, que abordou as fábulas de maneira moderna e feminista. Assim como em As boas maneiras, a narrativa do filme é conduzida por personagens femininas”, afirmam. Os dois ainda pontuam que também selecionaram o longa “por não ser uma obra tão popular hoje em dia, sendo uma boa oportunidade de revistá-la numa tela de cinema”.

A programação inclui ainda Trabalhar cansa, primeiro longa-metragem da dupla. Com um viés sobrenatural, o filme mistura gêneros cinematográficos, além de retratar os contrastes sociais do Brasil, representados pelos conflitos entre um casal de classe média e a empregada doméstica que trabalha em sua residência.

Também em diálogo com o gênero do terror, As boas maneiras conta a história de duas mulheres. Clara (Isabél Zuaa) é uma enfermeira que mora na periferia de São Paulo e começa a trabalhar na casa de Ana (Marjorie Estiano), mulher rica e solitária, que está grávida. Mas, nas noites de lua cheia, o bebê apresenta comportamentos estranhos.

Com uma tensão crescente, o longa-metragem evoca os conflitos de classe no Brasil. Em artigo no blog do IMS, o crítico José Geraldo Couto escreve sobre o filme: “Ao abraçar de modo mais atrevido o horror explícito, atualizando o mito do lobisomem, As boas maneiras se insere numa vertente recente do cinema brasileiro que imbrica os códigos do gênero com uma reflexão, direta ou oblíqua, sobre a nossa formação social”.

Encerrada a programação especial, que vai de 7 a 10 de junho, o filme As boas maneiras continua em cartaz durante todo o mês de junho no IMS Paulista.

Depois de passar pela sede paulista, a programação especial será exibida no IMS Rio, de 21 a 30 de junho.

Ingressos

Para As boas maneiras: Terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia).

Para os demais filmes: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia).

Lobisomens no IMS

De 7 a 10 de junho

IMS Paulista

Programação completa

7 de junho

14h

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP

16h30

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP

19h15

A companhia dos lobos

Neil Jordan

Reino Unido, 1984, 93′, DCP

 21h15

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP

8 de junho

14h

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP

16h30

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP 

19h15

Trabalhar cansa

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, 2011, 99′, 35 mm

21h15

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP

9 de junho

14h00

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP 

21h15

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP

10 de junho

16h00

Trabalhar cansa

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, 2011, 99′, 35 mm

18h00

A companhia dos lobos

Neil Jordan

Reino Unido, 1984, 93′, DCP

20h

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas

Brasil, França, 2017, 135′, DCP

Ingressos:

Meia-entrada no IMS Paulista

Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, portadores de deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.

Cliente Itaú

Desconto para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.

Vendas

Os ingressos do cinema são vendidos na bilheteria do centro cultural para sessões do mesmo dia e no site ingresso.com.

Devolução de ingressos

Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site.

IMS Paulista

Avenida Paulista, 2424

São Paulo, SP, Brasil

11 2842 9120

Sinopses

 

A companhia dos lobos

The Company of Wolves

Neil Jordan | Reino Unido | 1984, 93′, DCP

“Uma fera, apenas uma, uiva pelos bosques de noite. O lobo é Carnívoro incarnado e é tão matreiro quanto feroz; uma vez que tenha provado carne, nada mais lhe servirá”, diz o conto de A companhia dos lobos, cuja autora, Angela Carter, foi corroteirista, com Neil Jordan, deste filme que remonta à história de Chapeuzinho vermelho em diversas camadas de sonhos.

A companhia dos lobos é um filme sobre amadurecimento. Uma jovem que supera seus medos imaginários, que foram passados por sua avó e, por implicação, pela sociedade. Ela percebe que esses contos de advertência escondem algo que é de fato libertador”, define Neil Jordan em entrevista para o portal Film Ireland.

[Entrevista completa em inglês: bit.ly/2s2YKAb]

 

Trabalhar cansa

Marco Dutra e Juliana Rojas | Brasil | 2011, 99′, 35 mm

Helena, uma jovem dona de casa, decide realizar o sonho de abrir seu primeiro empreendimento: um mercadinho. Para tomar conta das tarefas do lar, ela contrata a empregada doméstica Paula. Quando seu marido Otávio perde o emprego como gerente em uma grande corporação, as relações pessoais e de trabalho entre os três personagens sofrem uma inversão inesperada e, ao mesmo tempo, ocorrências perturbadoras passam a ameaçar os negócios de Helena.

Marat Descartes, que interpreta Otávio, descreve o trabalho com Juliana Rojas e Marco Dutra: “O ingrediente de terror que os filmes da dupla sempre apresentam me interessa muito, porque nunca é um terror gratuito, sempre está associado a estados psíquicos das personagens. Mais do que isso, em Trabalhar cansa, o terror surge na trama traduzindo a monstruosidade, ou a desumanidade, com que as relações de poder podem se estabelecer na sociedade, mais precisamente entre os papéis sociais que surgem nas relações de trabalho.”

Em 2011, Trabalhar cansa fez parte da Seleção Oficial do Festival de Cannes, na mostra Un Certain Regard, e revebeu, no Festival de Paulínia, o Prêmio Especial do Júri e o prêmio de Melhor Som.

[Entrevista completa com os atores Marat Descartes e Helena Albergaria para o site Cinema na Rede: bit.ly/2GGHKFq]

As boas maneiras

Marco Dutra e Juliana Rojas | Brasil, França | 2017, 135′, DCP

Ana está grávida e vive sozinha em São Paulo. Ela contrata Clara para ser babá de seu futuro filho. Mas, nas noites de lua cheia, o bebê fica um pouco mais agitado do que o normal.

No site Mubi, Juliana Rojas conta: “A ideia original de As boas maneiras veio de um sonho de Marco: duas mulheres morando em uma casa isolada e criando um bebê estranho. Começamos a investigar o folclore do lobisomem em diferentes culturas e vimos como o mito geralmente se relaciona com impulsos de violência e sexo, e também com valores religiosos e conservadores. Nós começamos a mergulhar mais fundo nas duas principais personagens femininas e seus conflitos de classe, raça e desejo. Em relação à criança lobo, nós o vimos como alguém que está descobrindo algo crucial sobre sua própria natureza, da mesma forma que todos nós fazemos enquanto crescíamos.”

O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno em 2017 e, no mesmo ano, foi premiado no Festival do Rio nas categorias de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Filme LGBT (Prêmio Felix) e Melhor Filme pela associação de críticos Fipresci.

[Leia a entrevista completa, em inglês, no linkbit.ly/2IAmSB7]

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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