O MAC-USP encontra o artista Gilbertto Prado

Por Paulo Varella - maio 4, 2018
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O MAC USP retoma o programa O MAC Encontra os Artistas, agora sob orientação dos docentes curadores da Divisão de Pesquisa em Arte, Teoria e Crítica do Museu, que atuam na mediação de cada encontro.  Em seu novo formato, selecionamos os artistas participantes para que abordem sua trajetória e, dentro dela, tratem em especial de suas obras pertencentes ao acervo do MAC USP. Com isso, além de contribuir para a ampliação do debate em torno da produção artística contemporânea brasileira, pretendemos aprofundar o conhecimento sobre a história do Museu e seu papel na história da arte no Brasil.

Gilbertto Prado inicia seus estudos na década de 1970 na Unicamp, onde estudou Engenharia e Artes plásticas. Por volta do mesmo período, inicia sua carreira artística com trabalhos ligados ao movimento de arte postal (mail art), sendo um dos artistas presentes na seção dedicada a esse movimento na XVI Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1981). Em 1985/86 organizou a exposição Welcomet Mr. Halley, Mostra Internacional de Arte Postal, no Centro de Convivência de Campinas e no Paço das Artes em São Paulo, que contou com a participação de 257 artistas de 31 países.

Explorando os aspectos da arte em rede, passou a empregar tecnologias de comunicação a distância em suas peças, participando e organizando eventos de fax art, como o Faxarte I (março de 1989), Faxarte II (junho de 1989) e Connect (1991).

Ainda em 1989 passa a integrar o grupo Art-Réseaux, com Christophe le François, Isabelle Millet, Delphine Notteau, Karen O’Rourke e Michel Suret-Canale. Nesse grupo participou de diversos projetos, por exemplo o City Portraits (1990) concebido e dirigido por Karen O’ Rourke, com imagens realizadas pelo grupo e seus correspondentes de nove cidades europeias e americanas e Mutations de l’image (1994). Em 1992 participou da exposição Machines à Communiquer – l’Atelier des Réseaux, com o projeto Moone: La face cachée de la lune, no qual participantes em locais distintos (Electronic Café de Paris, França e o de Kassel, Alemanha) construíam imagens em uma tela partilhada conectada via rede.

Em fevereiro de 1994 defendeu sua tese de doutorado, Expériences artistiques d’échange d’images dans les réseaux télématiques – La lingne lune imaginaire, na Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne, sob a orientação de Anne-Marie Duget. Nesse trabalho Prado buscou refletir acerca da exploração e dos modos de operação nas redes artísticas em meio às tecnologias de comunicação (principalmente o fax e computador) como espaços de possíveis trocas culturais.

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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