Objeto Fronteiriço
Exposição apresenta o trabalho de 15 artistas sobre três campos: fluxo, comum e fronteira, e coloca em evidência a relação de trabalho entre os espaços autônomos da cidade
A partir de três palavras: fluxo, comum e fronteira, um universo de criação infinito se abre. Provocados por exercícios individuais e coletivos, 15 artistas mergulharam nesses campos em um processo de experimentação da prática artística. Da imersão resulta a exposição Objeto Fronteiriço. Ela se refere a uma ação de troca que provoca os artistas a experimentar também uma fronteira geográfica e, a partir da complexidade da experiência, recriar uma relação do objeto com o outro sob a fronteira do próprio olhar.
A mostra abre dia 2 de setembro, sábado, no Elefante Centro Cultural, na Asa Norte. Objeto Fronteiriço também serviu como experiência formativa entre três espaços culturais da cidade – Elefante, Nave e deCurators. O objetivo é usar da potente simbiose deles em favor da produção artística independente. A exposição fica em cartaz até 10 de setembro, de segunda à sexta, das 14h às 18h, e sábado com hora marcada. Além disso, na véspera do feriado, dia 6 de setembro, às 19h, haverá uma projeção de vídeos experimentais produzidos pelos artistas.
Objeto Fronteiriço nasceu dentro do Laboratório de Processo Criativo da Nave. Em sua terceira edição, o projeto, coordenado por Yana Tamayo, propôs exercícios em torno de três ideias-chave que traduzem formas de se relacionar com o espaço e com o outro no presente. Comum, fluxo e fronteira guiaram os artistas. “São desafios cotidianos que se baseiam na busca por diálogos mais diretos sobre arte com a cidade, compreendendo a arte também como forma de participação política, social, econômica e claro, afetiva”, esclarece Yana. Para a coordenadora, são urgências subjetivas, coletivas, de imaginação, políticas, da arte atualmente. “A ideia é deixar um espaço para que essas questões venham à tona”, complementa.
Dessa forma, Bia Leite, Cainan Rodrigues, Gabi, Henrique de Siqueira, Júlia Godoy, Luciana Ferreira, Mari Velasco, Matias Monteiro, Melke, Michelle Bastos, Natalia Yamane, Renata Neves, Ricardo Caldeira, Sylvana Lobo e Tatiana Duarte mostram nesta exposição parte de uma produção provocada por contaminações, partilhas e pela extensão de pesquisas individuais. São experiências em vídeo, discussões sobre o corpo, desenho, instalação, objeto e pintura.
A exposição é também a materialização de uma parceria entre alguns espaços independentes de Brasília. Nave, deCurators e Elefante Centro Cultural estão em um processo de organização e de criação em rede, de compartilhamento de pesquisa, de formação em espaços de educação não-formal e de circulação da produção artística local. Neste ano, a participação de cada um foi mais ativa. Cinara Barbosa e Manuel Neves, curadores do Elefante Centro Cultural, realizaram leituras críticas de portfólio coletivas, Gisel Carriconde e Phill Jones, coordenadores da deCurators, propuseram uma edição do Eksperimentalis Som, Dani Estrella, sócia da Nave, ministrou uma aula sobre processo criativo e etapas de trabalho em artes visuais. Além de estimular e ampliar repertórios para os artistas, essas ações promoveram, simultaneamente, a experimentação de possíveis modelos educacionais não-convencionais.
O Laboratório
Com o intuito de tornar-se mais um espaço de interlocução para a produção artística da cidade, o Laboratório de Processo Criativo propõe a cada edição um novo roteiro que visa enriquecer os processos que atravessam o trabalho de cada artista. A análise coletiva de trabalhos e portfolios, os exercícios e experiências de imersão são algumas das atividades que buscam ampliar as possibilidades construtivas e as trocas poéticas em grupo. Como metodologia, Yana Tamayo usa a cartografia inspirada nas aulas de ateliê do artista plástico Gê Orthof. Os primeiros encontros do grupo visam criar um espaço de confiança e compartilhamento das práticas artísticas de cada participante. Em 2016, a proposição conceitual partiu da observação sobre os diferentes estados da matéria para provocar os participantes a pensarem sobre a vida material de suas proposições poéticas.
Serviço:
Abertura: 2 de setembro
A partir das 18h
Visitação: até 10 de setembro
De segunda à sexta-feira, das 14h às 18h, e sábado com horário marcado
Local: Elefante Centro Cultural – SCLRN 706, Bloco C, Loja 45, Asa Norte, Brasília, DF – atrás das Óticas Brasilienses, casa laranja do beco
Dia 6 de setembro haverá uma projeção de vídeos experimentais produzidos pelos artistas durante o laboratório.
Horário: 19h
Mais informações:
Elefante Centro Cultural
(61)3541-3146
Roberta Pinheiro
(61) 9958-2712