Pinacoteca de São Paulo apresenta obra de Tunga no Octógono

Por Paulo Varella - fevereiro 20, 2018
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Pela primeira vez, a Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado, apresenta “Tríade Trindade” (2001), do artista pernambucano Tunga, obra adquirida em 2016 pelo Programa de Patronos da Pinacoteca. Ela será exposta no Octógono a partir de 24 de fevereiro e a sua montagem baseia-se na primeira apresentação do trabalho, realizada durante uma retrospectiva do artista ocorrida no museu Jeu de Paume, de Paris (França), em 2001, onde luzes vermelhas coloriam a peça. A mostra tem patrocínio do Iguatemi São Paulo.

 

“‘Tríade Trindade’ contém as cargas simbólica e energética que particularizam a produção de Tunga. Tanto por sua constituição física, de uma estrutura composta de metais e imãs com cinco metros de altura e quatro toneladas de peso, como pelas representações de trança, cabelereira, sinos, caldeirão, tacape, jarras, taças e outros objetos recipientes. Partes que têm em comum as formas orgânicas e, mais que isso, alusivas ao corpo humano; partes que se “ligam”, conectam-se por magnetismo, entrelaçamento, encaixe, e se dispersam, espalham-se pelo espaço”, explica José Augusto Ribeiro, curador da mostra.

 

A exposição representa também uma homenagem do museu ao artista, às vésperas completar dois anos de sua morte, em 6 junho de 2016. “Tríade Trindade” permanece em cartaz até 04 de junho de 2018, no primeiro andar da Pina Luz – Praça da Luz, 02. A visitação é aberta de quarta a segunda-feira, das 10h00 às 17h30 – com permanência até às 18h00 – os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Crianças com menos de 10 anos e adultos com mais de 60 não pagam. Aos sábados, a entrada é gratuita para todos os visitantes. A Pina Luz fica próxima à estação Luz da CPTM.

 

Mais sobre o Projeto Octógono 

Criado em 2003, o projeto Octógono Arte Contemporânea ocupa um espaço importante do museu que apresenta produções de arte contemporânea em consonância com o acervo da Pinacoteca. Ao longo desses 15 anos, o projeto apresentou cerca de 40 sites-specifcs de artistas brasileiros e estrangeiros. Entre eles Carlito Carvalhosa, Artur Lescher, João Loureiro, Rubens Mano, Joana Vasconcelos, Alexandre Estrela, Laerte Ramos, Antoni Abad, José Spaniol, entre outros.

 

Mais sobre o Programa de Patronos da Arte Contemporânea da Pinacoteca

Programa inédito no momento de sua criação, em 2012, que reúne hoje cerca de 80 casais da sociedade civil que apoiam e incentivam as atividades da Pinacoteca de São Paulo e cujas doações são revertidas em aquisições de obras de arte contemporânea brasileira para o museu. Desde sua fundação, já foram adquiridas 34 obras dentre elas o primeiro vídeo da coleção da Pina, adquirido em 2012 (“Duas Margens (2003-2012)”, de Carla Zaccacgnini) e a primeira performance, adquirida em 2014 (“O nome (2010-2014)”, de Maurício Ianês).

 

Mais sobre Tunga 

Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, consagrado no cenário da arte contemporânea como Tunga (Palmares, Pernambuco, 1952 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016), conhece o modernismo brasileiro muito cedo. Inicia sua carreira nos primeiros anos da década de 1970, época em que se concentra no campo de desenhos e esculturas. No final dos anos 70, o artista se volta para a realização de peças tridimensionais e instalações. Utiliza correntes, lâmpadas, fios elétricos e materiais isolantes, como o feltro e a borracha, atrelados a investigações de diversas áreas de conhecimento, tais como literatura, filosofia, biologia e teatro. Os elementos são bem cuidados formalmente e têm desenho elegante. Tunga busca relações fortes entre os diferentes materiais.

 

Em 1990, recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas e, em 1991, o Prêmio Mário Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA pela obra “Preliminares do Palíndromo Incesto”. Entre 1989 e 1990, amplia a presença de sua obra no circuito internacional, com mostras individuais em Londres, Chicago, Glasgow e Toronto. Em 1994, participa da 22ª Bienal de São Paulo e da 10ª Bienal de Havana, Cuba.

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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