Oju Orum, criação do Coletivo Quizumba, com direção de Johana Albuquerque, estreia curta temporada
no Centro Cultural São Paulo
De 05 de abril a 31 de maio
Terças e quartas-feiras, às 20h, na Sala Adoniran Barbosa
O papel da mulher e os muitos discursos de poder por trás da construção de gênero são alguns dos temas abordados no terceiro espetáculo do grupo.
Tendo como elemento disparador o mito da negra Anastácia (cujo nome verdadeiro seria Oju Orum), o espetáculo apresenta a história de quatro mulheres (Anastácia, Alice, Alzira e Anita), em quatro períodos históricos distintos. Em comum, elas tem o fato de serem mulheres que, em algum momento de suas trajetórias, experienciaram algum tipo de violência, seja ela simbólica ou não. Caladas em suas falas e corpos, essas jovens procuram construir uma voz que lhes permita questionar e ressignificar suas vidas. O espetáculo estreou no mês de outubro de 2015 na Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho, no Ipiranga, fez apresentações esporádicas e agora retorna ao cartaz em temporada no Centro Cultural São Paulo.
Quatro vozes que tentam ser ouvidas
A inspiração para as histórias e construção da dramaturgia vieram das pesquisas que o grupo realizou em parceria com diversas Ongs do bairro do Jabaquara. A história da negra Anastácia (cujo nome verdadeiro seria Oju Orum) possui muitas versões sobre sua origem: há relatos de que ela teria sido uma princesa africana trazida à força para o Brasil. Outras fontes dão conta de que ela teria nascido aqui mesmo, em terras tupiniquins, mas teria uma ascendência real. Qualquer que tenha sido o local exato do seu nascimento, todas as versões concordam em afirmar que, apesar do contexto histórico de escravidão em que estava inserida, Anastácia/Oju Orum se levantou como uma voz que não se conformava com o destino que lhe haviam traçado. Em alguns lugares do país, ela é cultuada como santa popular até os dias de hoje.
Há ainda as histórias de outras três mulheres: Alice, uma adolescente que acabou de virar “mocinha”, vive com o pai no sertão nordestino do início do século passado.
O espetáculo não pretende trazer uma versão da mulher como vítima, e sim como ser histórico, trazendo à tona histórias de mulheres comuns, suas vivências, experiências e lutas. “Buscamos narrativas que vão para além da história hegemônica que impõe, em geral, a perspectiva masculina, heteronormativa, adulta, branca e urbana”, – fala o dramaturgo Tadeu Renato.
FICHA TÉCNICA:
Encenação – Johana Albuquerque.
Dramaturgia – Tadeu Renato.
Assistente de Direção – Sofia Botelho.
Elenco – Camila Andrade, Jefferson Matias, Kenan Bernardes/Jorge Peloso, Thais Dias/Doralice Odilia e Valéria Rocha.
Direção e Concepção Musical– Jonathan Silva.
Músicos – Bel Borges e Melvin Douglas/Bruno Lourenço.
Orientador de Pesquisa – Salloma Salomão.
Cenografia– Julio Dojcsar (Casadalapa).
Figurinos – Éder Lopes.
Adereços – Brincante Claydson Catarina.
Iluminação – Wagner Antonio.
Preparadora Musical– Bel Borges.
Preparação corporal e treinamento em Capoeira Angola – Pedro Peu.
Direção de Movimento – Verônica Santos.
Documentarista– Alicia Peres.
Designer Gráfico – Murilo Thaveira (Casadalapa).
Produção Executiva – Ana Flávia Rodrigues e Patrícia Torres.
Realização – Coletivo Quizumba.
Serviço:
ESPETÁCULO OJU ORUM
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
Rua Vergueiro, 1000 – ao lado da estação de metrô Vergueiro
Telefone (011) 3397 4002
Temporada– Abertura em 05 de abril, terça-feira, às 20h
Terças e quartas-feiras, às 20h
Até 31 de maio.
Preços – R$ 15,00 (inteira)/ R$ 7,50,00 (aposentados, estudantes,classe artística (com DRT), idosos (Acima de 60 anos), professores da rede pública, portadores de necessidades especiais + acompanhantes e crianças de 02 a 12 anos. É necessária a apresentação do comprovante de meia entrada no ato da compra e na entrada do espetáculo.
Duração: 95 minutos
Recomendação etária: 14 anos
Sala Adoniran Barbosa
Capacidade: 600 lugares
Ingressos à venda pelo Ingresso Rápido – 11 4003 1212 ou pelo site www.ingressorapido.com
Ponto de Venda Sem Taxa de Conveniência: Bilheteria do Centro Cultural São Paulo (CCSP) – Horário de Funcionamento: De terça a sábado, das 13h às 21h30 E domingos, das 13h às 20h30.