MAC Niterói: três novas exposições ocupam Varanda e Salão Principal
Obras de Regina Vater, Bruno Faria e Rafael Alonso
No dia 21 de outubro, sábado, a partir das 10h, três novas exposições serão abertas, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. A Varanda e o Salão Principal vão estar totalmente ocupados com obras, fazendo um verdadeiro Percurso artístico, que se complementa com a bela vista para a Baía de Guanabara. São elas: “Oxalá que dê bom tempo”, de Regina Vater; “Versão oficial”, de Bruno Faria; e “Don’t you (Forget about me)”, de Rafael Alonso. A curadoria é de Pablo León de La Barra e Raphael Fonseca.
Em “Oxalá que dê bom tempo”, a importante artista carioca Regina Vater apresenta uma retrospectiva da sua longa carreira, que tem mais de cinquenta anos. “Assim como seus companheiros geracionais dos anos 1960, Regina experimentou diversas linguagens no seu percurso. Inicialmente, trabalhou nos campos do desenho, gravura e pintura, e, posteriormente, se dedicou à fotografia, à escultura, ao vídeo e à instalação”, explica Raphael Fonseca.
A exposição conta essencialmente com cinco diferentes áreas do trabalho de Vater: uma parede com trabalhos apenas dos anos 1960 – com uma série de gravuras chamada de TROPICÁLIA; a reconstrução de uma escultura mostrada na Bienal de São Paulo de 1969 – chamada MULHER MUTANTE; um trabalho em vídeo-objeto – VIDE O DOLORIDO; uma série de fotografias intitulada TINA AMÉRICA; a série de fotografias COMIGO NINGUÉM PODE – produzida em torno de 1980; a série de fotografias NATURES MORTES –produzida há cerca de 30 anos; a instalação OXALÁ QUE DÊ BOM TEMPO; três vídeos: VIDE O ART, DANCING TO THE GODDESS e MEGARON; entre outros trabalhos, que ocuparão o Salão Principal. Importante ressaltar que a maioria destas obras nunca foi mostrada no Brasil antes.
Na ocasião, haverá, ainda, o relançamento do livro X–Range, que foi concebido por Regina Vater e publicado originalmente em 1977, pela Galería Artemúltiple, em Buenos Aires, Argentina.
Esta reedição do projeto – da Ikrek Edições, 2017 –, cujos editores são Luiz Vieira e Pedro Vieira, visa colocar novamente em circulação esta obra, que marca as práticas do período e que se tornou também um documento.
Em um único objeto, agrega práticas experimentais de Regina e o ambiente doméstico de artistas como Hélio Oiticica, John Cage, Lygia Clark e Vito Acconci. O álbum é composto por 8 lâminas com fotos das casas de Hélio Oiticica, John Cage, Lygia Clark e Vito Acconci e poemas para cada um dos artistas.
Ocupando parte da varanda do museu está Bruno Faria com a sua “Versão oficial”, uma instalação com dimensões variadas de 2014 a 2017. Trata-se de uma versão reduzida com 88 vinis da sua instalação INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA. Nesse trabalho, o artista reúne discos cujas capas foram feitas por artistas brasileiros, entre os anos 1960 e 1990. A relação entre design, artes visuais e censura (visto que muitos dos vinis foram censurados durante a ditadura) se faz presente.
Em diálogo com a exposição de Regina Vater, o artista propõe um trabalho novo chamado “Versão oficial” – também título da exposição – e que parte de um fato histórico no qual a artista Regina Vater, em 1968, foi convidada para realizar a capa do disco Tropicália ou Panis ET Circensis – de Caetano, Gal, Gilberto Gil, entre outros. Esta capa, porém, não foi publicada e a versão de Rubens Gerchman foi a que ficou conhecida. Para a criação da obra, o artista solicitou a colaboração de Regina que refez o desenho, já que o mesmo se perdeu – a artista o viu pela última vez, em 1972, emoldurado na parede da gravadora Philips. Então, Bruno apresenta, na mostra, a capa que seria a verão oficial. Daí o nome da exposição e da obra, que é acompanhada de um aparelho de toca-discos, o que propiciará ao público ouvir Tropicália. “Essa ideia de recuperar o desenho original da artista, a partir da memória e das impressões de Regina, foi fantástica! O público vai ter a oportunidade de conhecer como poderia ter sido a capa de Tropicália”, explica Pablo León de La Barra.
Dividindo o espaço da varanda com Bruno, está o Niteroiense Rafael Alonso com a sua individual “Don’t you (forget about me)”. Tendo em vista a experiência e a trajetória do artista como pintor e, mais do que isso, como alguém nascido e criado em Niterói, Rafael compartilhará com o público uma série de 7 gravuras digitais que vem do interesse na relação entre pintura e paisagem. Majoritariamente um pintor que lida com a abstração e com cores fortes, Alonso apresentará, no museu, uma série, que estabelece uma referência com tipo de visualidade dos anos 80 e 90, mas que a geometria sugere algumas relações com a paisagem que o público vê pela varanda – ou seja, as imagens da própria cidade de Niterói.
Ao optar por não mostrar óleos sobre tela, mas impressões digitais coladas em madeira, as tradições de cartazes de turismo e mesmo de cinema tão comum aos anos 1980 será ecoada nessa série de imagens. Por fim, o próprio título da exposição vem de uma famosa música do Simple Minds, de 1985, “Don’t you (forget about me)”. “Pode-se sair de Niterói, mas ousar esquecer de sua cultura visual de balneário certamente é difícil”, finaliza Raphael Fonseca.
SERVIÇO:
Exposições:
“Oxalá eu dê bom tempo”, da artista Regina Vater (Salão Principal)
“Versão oficial”, do artista Bruno Faria (varanda)
“Dont’t you (forget about me)”, do artista Rafael Alonso
Curadoria de Pablo León de la Barra e Raphael Fonseca
Abertura: 21 de outubro, às 10h
Em cartaz até 18 de fevereiro
Visitação: de terça a domingo, das 10h às 18h
A bilheteria fecha 15 minutos antes
Ingressos: R$ 10 (inteira). Estudantes, professores e pessoas acima de 60 anos pagam meia (R$ 5). Entrada gratuita para estudantes da rede pública (ensino médio), crianças de até 7 anos, portadores de necessidades especiais, moradores ou nascidos em Niterói (com apresentação do comprovante de residência) e visitantes de bicicleta. Na quarta-feira, a entrada é gratuita para todos.
Local: Museu de Arte Contemporânea de Niterói – MAC Niterói
Endereço: Mirante da Boa Viagem, sem número, Niterói-RJ
Telefone: (21) 2620-2400
Lançamento do livro X–Range, que foi concebido por Regina Vater e publicado originalmente em 1977, pela Galería Artemúltiple, em Buenos Aires, Argentina.
Esta reedição do projeto visa colocar novamente em circulação esta obra, que marca as práticas do período e que se tornou também um documento.
Em um único objeto, agrega práticas experimentais de Regina e o ambiente doméstico de artistas como Hélio Oiticica, John Cage, Lygia Clark e Vito Acconci. O álbum é composto por 8 lâminas com fotos das casas de Hélio Oiticica, John Cage, Lygia Clark e Vito Acconci e poemas para cada um dos artistas.
Autora: Regina Vater
Edição: Luiz Vieira e Pedro Vieira
Ikrek Edições, 2017
41×41 cm
Preço de capa: R$ 100,00