Joaquim Pinto de Oliveira (1721-1811), mais conhecido como Arquiteto Tebas, foi um homem escravizado cuja contribuição para a arquitetura São Paulo passou por um processo de apagamento. Até pouco tempo, sua própria identidade era considerada uma lenda. Não há dúvida, no entanto, sobre a importância de seu trabalho, que resiste ao tempo no centro da capital paulista nas fachadas da Igreja da Ordem 3ª do Carmo e da Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco.
Tebas foi fundamental na modernização de uma São Paulo construída basicamente com taipa, a técnica de utilizar barro para moldar edificações. Seu trabalho foi explorado por diversas ordens religiosas como beneditinos, franciscanos, carmelitas e católicos na ornamentação de igrejas, como o Mosteiro de São Bento e a antiga Catedral da Sé.
Tebas-Rememória é um projeto de arte pública digital que parte da trajetória de Joaquim Pinto de Oliveira, popularmente conhecido como Arquiteto Tebas. O artesão e arquiteto brasileiro, nascido em Santos em 1721 e falecido em São Paulo em 1811, foi escravo, teve sua alforria assinada aos 58 anos e, a partir de então, se tornou um grande arquiteto durante o Brasil Colonial.
A trajetória do Arquiteto Tebas se funde com a história da cidade de São Paulo, ambas perpassadas por uma série de edições, apagamentos, descobertas e mitos.
A arte digital do videomapping se funde ao patrimônio histórico e cultural da cidade de São Paulo, sob a ótica do Coletivo Coletores, da Zona Leste da cidade. A dupla de artistas Toni Baptiste e Flávio Camargo ‘SERES’ vem pensando como criar e manter diálogos seguros no espaço público em meio a uma pandemia. Nos dias 5 e 6 de dezembro eles assinam três shows de arte digital, gratuitos e ao ar livre, para presentear a cidade ao mesmo tempo em que abordam a questão racial no Brasil.
O projeto “Tebas-Rememória” acontece dentro da Jornada do Patrimônio 2020, assim como a terceira instalação de videomapping “Pujança Editada”, que será realizada em 5 de dezembro na zona sul da cidade.
PUJANÇA EDITADA é uma intervenção de arte digital, mais um show de videomapping que será realizado no polêmico monumento do Borba-Gato (Praça Augusto Tortorelo de Araújo, 2590). O show abordará o momento como uma espécie de estrutura oca, vazia, pela qual será revelado um “raio-x histórico” contendo iconografias que contam as memórias e resistências de povos que foram subtraídos, violentados e esquecidos ao longo da história.
Todo o conteúdo dos projetos partirão de um olhar histórico em consonância com a proposta da jornada do patrimônio, além de apresentar não apenas leituras visuais, mas também trazer imagens, textos e documentos que promovam – para além de ação visual estética – uma homenagem a memória da cidade de São Paulo.
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