O encontro entre Joan Miró e Alexander Calder foi marcado por uma das mais fecundas amizades artísticas e diálogos visuais do século XX. Esses dois artistas se conheceram em Paris no final de 1928 e mantiveram um contato próximo até a morte de Calder, em 1976. Já em 1936, o jornal The New York World-Telegram descrevia os móveis de Calder como “abstrações vivas de Miró”. Essa caracterização é particularmente relevante para as Constelações de mesa e de parede que Calder criou em 1943, as quais apresentam uma forte afinidade com a série homônima de Miró de 1940-41, embora tenham sido concebidas de maneira totalmente independente. O conceito de uma imagem em constelação era um princípio formal presente no trabalho de ambos. Ao invés de construírem suas imagens em torno de um núcleo central, como nas abordagens tradicionais da pintura e da escultura, Joan Miró e Alexander Calder concebiam suas obras como estruturas abertas, nas quais as formas flutuavam livremente no espaço ou estavam distribuídas uniformemente na superfície da tela.
As obras de Joan Miró e Alexander Calder frequentemente foram exibidas juntas. Quando próximas, as esculturas móveis, estáveis e de parede de Calder pareciam ativar as qualidades espaciais intrínsecas às pinturas de Miró, assim como o universo imagético de Miró, com seus signos e apontamentos esquemáticos de figuras, explorava em duas dimensões muitas das sugestões presentes nas esculturas de Calder. Juntos, Miró e Calder representam duas das mais importantes realizações do século XX em pintura e escultura, cada um abrindo novos caminhos formais que seriam explorados por artistas na Europa, América e Japão nas décadas seguintes.
A exposição é organizada pela Fundação de Serralves em colaboração com a Fundació Joan Miró, Barcelona, e tem a curadoria de Robert Lubar Messeri.
A mostra apresenta obras de Joan Miró pertencentes às Coleções do Estado Português, sob a guarda do Município do Porto e em depósito de longo prazo na Fundação de Serralves, além de um importante grupo de obras dos dois artistas emprestadas pela Fundació Joan Miró, Barcelona.
O Museu de Serralves, também conhecido como Fundação de Serralves, é uma importante instituição cultural localizada na cidade do Porto, em Portugal. Ele está situado em um amplo e belo espaço, o Parque de Serralves, que abrange cerca de 18 hectares de jardins paisagísticos.
O Museu de Serralves foi inaugurado em 1999 e é dedicado à arte contemporânea e moderna. Ele abriga uma extensa coleção de arte, incluindo obras de artistas portugueses e internacionais, bem como exposições temporárias de artistas consagrados e emergentes. A coleção do museu inclui pinturas, esculturas, fotografias, vídeos e outras formas de arte contemporânea.
Além do museu, a Fundação de Serralves é composta por outros espaços culturais, como a Casa de Serralves, uma elegante casa art déco, e o Parque de Serralves, que é um espaço verde de grande importância arquitetônica e paisagística.
A Fundação de Serralves também promove uma série de atividades culturais, incluindo eventos, workshops, programas educacionais e festivais de arte. Sua missão é promover a arte e a cultura contemporânea, estimular a criatividade e o conhecimento, e envolver a comunidade local e os visitantes em uma experiência artística enriquecedora.
O Museu de Serralves é considerado um dos principais centros culturais em Portugal e é uma visita obrigatória para os amantes da arte e da cultura contemporânea que visitam o Porto.
Exposição “Joan Miró / Alexander Calder: Espaço Em Movimento”
Data: até 07 JAN 2024
Local: Casa de Serralves, Porto
Preço: 20€
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