O povo Yanomami, seus costumes e suas tradições estão retratados em uma série de 80 fotografias de Claudia Andujar em exposição no Museu Municipal de Arte – MuMA. As imagens foram capturadas durante expedições da fotógrafa, nos anos 1970 e 1980, para retratar o cotidiano do povo do extremo Norte da Amazônia.
Para a exposição especial em homenagem ao Mês do Meio Ambiente e ao povo Yanomami, e que também celebra uma das fotografas mais renomadas da atualidade, as fotos foram reproduzidas em grande escala. A mostra ficará em cartaz até 1º de setembro, com entrada gratuita, de terça a sexta-feira, das 10h às 19h.
As imagens da exposição Yanomami pertencem ao acervo do Museu da Fotografia Cidade de Curitiba. Foram adquiridas pelo município em 1998, quando a fotógrafa participou da 2ª Bienal Internacional de Fotografia, promovida pela Fundação Cultural de Curitiba, presidida na época pela primeira-dama Margarita Sansone.
Minha relação com os yanomami, fio condutor da minha trajetória de fotógrafa e de vida, é essencialmente afetiva. Esse sentimento, através dos tempos, me levou a compartilhar meu tempo de fotógrafa com atividades em defesa dos direitos territoriais e diretos de sobrevivência dos yanomami. Uma tarefa árdua e que requer muita perseverança”, descreveu Andujar, no livro editado com apoio da Fundação Cultural de Curitiba em 1998 e que reúne as imagens da mostra.
Nesta coleção, a fotógrafa trata de três grandes temas: a vida comunitária, a vida na floresta e os rituais. Com uma estética apurada, desenvolvida no processo analógico, em preto e branco, Claudia Andujar convida o público a sentir e compreender a alma yanomami. “Conhecer e compreender a alma yanomami também é poder sair em sua defesa contra a violência, que ainda hoje ameaça a sua sobrevivência”, diz Margarita Sansone no texto de apresentação da mostra.
Nascida na Suíça e naturalizada brasileira, Claudia foi repórter fotográfica de publicações brasileiras e estrangeiras. Foi durante uma reportagem sobre a Amazônia para a revista Realidade que teve contato com os yanomami pela primeira vez.
De 1972 a 1976 permaneceu longos períodos de convivência com os indígenas, até que, com outros antropólogos, foi enquadrada na Lei de Segurança Nacional e forçada a deixar a terra yanomami. Ela retornou em 1978, desta vez para dar início a uma forte campanha pela demarcação de terras indígenas e registrar os efeitos da invasão de garimpeiros.
Aos 92 anos, completados nesta segunda-feira (12/6), Claudia Andujar contabiliza um acervo de mais de 40 mil imagens feitas ao longo de sua carreira, a partir de 1955.
Contudo, quando assumiu a coordenação da campanha pela demarcação da terra indígena, seu ativismo político passou a tomar mais tempo que seu trabalho fotográfico. Nesses anos mobilizou instituições e ONGs, atuou em programas de saúde e educação, realizou viagens pelo mundo para angariar recursos para a causa e denunciar o genocídio contra povos indígenas.
A demarcação da reserva yanomami aconteceu em 1992, às vésperas da Rio-92, conferência da ONU sobre o clima realizada naquele ano no Brasil.
Mostra Yanomami, de Claudia Andujar
Local: Museu Municipal de Arte – MuMA – Portão Cultural (Avenida República Argentina, 3.430 – Portão)
Abertura, 14 de junho, às 19h
Até 1º de setembro – De terça a sexta-feira, das 10h às 19h
Entrada gratuita
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