A Galeria 18 inaugura, a partir do dia 14 de agosto, duas exposições individuais simultâneas: “O direito ao avesso”, de Flavia Fabbriziani e “Assim é, se lhe parece”, de San Bertini.
No primeiro e segundo andar da galeria, sob a curadoria de Lourdes Luz, a mostra “O direito ao avesso” apresenta os trabalhos da artista Flavia Fabbriziani.
Explorando plasticamente as muitas camadas de pinceladas carregadas e combinações expressivas de materiais e cores, o trabalho da artista é uma tentativa de ir além da superfície. As obras são abstratas, desafiando a percepção e criando uma profundidade que convida o espectador descobrir novas dimensões.
Em vez de tentar evocar aparências visíveis do mundo, a exposição comunica ideias e sentimentos que provocam uma resposta emocional direta e visceral. A exploração das camadas de suas obras, seja cavando-as ou escultoricamente adicionando outras, somadas à premissa de comunicar sentimentos, evidencia um processo de “de dentro para fora” que tem como principal intenção o ato de revelar.
Flavia Fabbriziani, natural de São Paulo, mora há mais de 10 anos no Rio de Janeiro. Formada em administração de empresas e pós-graduada em negócios digitais, com MBA em gestão de museus na Associação Brasileira de Gestão Cultural, trabalhou com gestão de projetos e nas áreas editoriais e educacionais e, no núcleo de memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Vinda de uma família que valorizava as manifestações artísticas, com um tio pintor e escultor e uma mãe pianista, Flavia teve seu primeiro contato com as artes através da dança.
Trabalhou no núcleo de memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, sob a coordenação de Margarida Souza Neves, e em paralelo realizou aulas de Arte Contemporânea com o professor Ronaldo Brito além de uma residência artística em Roma e do grupo “Encontros e Reflexões” – Parque Lage – coordenado pela artista Iole de Freitas.
No coletivo UaiArt criou o projeto Mulheres Iluminadas – Laura Laurinda Gabriella, projeto de memória que através de pesquisas biográficas, transformavam histórias de mulheres de vanguarda através de instalações e obras sonoras. Expande então sua atuação também para essas outras vertentes.
Para realizar suas obras, Flavia utiliza grandes painéis para fixar suas telas, pois necessita de superfícies que sustentem o impacto do seu gestual que utiliza o dorso, os braços, os punhos e as mãos. É possível ver em seu trabalho pinceladas vigorosas e espatuladas curtas ou longas, uma mistura de cores e da forma e tonalidades luminosas.
A cidade, a natureza a sua volta, memórias e vivências, servem de inspiração para ela, que através de um gestual cadenciado e intenso constrói e desvenda camadas em sua obra.
O andar superior da galeria, dedicado à artista San Bertini, contém sua mais nova série: “Assim é, se lhe parece”. Transformando temas propositadamente ignorados em belas imagens e assim, tornando-os leves, as obras da artista suavizam a reflexão sobre estes assuntos, eliminando a superficialidade imposta pelo afastamento natural de algo que não gostamos.
Além da característica principal de seu trabalho de abordar temas ignorados pelas pessoas, a mostra propõe uma nova camada sobre o trabalho de San Bertini, de não se ter a certeza do que se tratam as obras: afinal, o que é o que estamos vendo? Sobre qual tema a artista está falando?
Pinturas a óleo e desenhos, alguns com partes encobertas e outras dando a impressão de inacabadas, leva o público à livre interpretação das obras, atraindo o olhar do espectador e ganhando novos sentidos, individuais a cada um.
Instigando assuntos que normalmente não são abordados, seja pela estranheza ou pelo incomodo, deslocados e unidos a novos elementos, a mostra “Assim é, se lhe parece” expõe as belezas que existem em lugares esquecidos.
San Bertini, ou Sandra Bertini (1971), natural de São Paulo, é formada em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
Iniciou os seus estudos de pintura em 1982 na Penha, com o Artista Professor César Sarau, com quem estudou durante sete anos. Estudou História da Arte, Perspectiva, Anatomia e Modelo Vivo no Liceu de Artes e Ofícios, dentre outros estudos, cursos e workshops que participou durante sua trajetória. Em 1995 iniciou as suas atividades como professora de desenho e pintura.
Com quase 30 anos de carreira, participou de mais de 50 exposições individuais e coletivas no Brasil e no mundo desde 1994, que profissionalmente executou trabalhos de ilustração para a revista Alquimia, realizando a primeira exposição durante o lançamento da referida revista.
Sua pesquisa atual aborda temas pouco convencionais além de chamar a atenção para problemas da contemporaneidade, que são apresentados e executados de maneira extremamente técnica e com uma estética demasiadamente agradável, que equilibra a dureza do conceito com a beleza da imagem.
Suas obras podem ser encontradas em coleções particulares, museus e acervos públicos além de ter seu trabalho publicado em diversos veículos nacionais e internacionais.
A 18 é uma galeria de arte contemporânea com uma seleção de artistas renomados e em ascensão, de diferentes vertentes, estilos e suportes.
Desde seu início, preocupa-se em criar e expandir relações dentro do mundo da arte, seja com os artistas, clientes ou espectadores, que encontram na 18 um ambiente receptivo, diferente da hostilidade hermética vista em outras galerias.
Seu time, com diversos artistas representados, oferece vários tipos de experimentações resultando em uma pluralidade visual e cultural que poucos locais possuem.
Exposições “O direito ao avesso”, de Flavia Fabbriziani e “Assim é, se lhe parece”, de San Bertini.
Local: Galeria 18.
Endereço: Rua Simpatia 23, Vila Madalena – São Paulo/SP
Vernissage: 14/08/2024, 19h00 as 22h00
Período: 15/08 a 14/09 de 2024
Visitação: Terça a Sexta | 11h às 20h. Sábado | 10h às 18h
Entrada Gratuita.
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