Exposições e Eventos

Galerias Almeida & Dale e Millan apresentam mostra de Rodrigo Andrade

As galerias Almeida & Dale e Millan trazem, em parceria, um conjunto de 100 obras, organizadas em duas exposições e exibidas nas duas casas. Na Millan, a mostra será exibida de 6 de outubro a 5 de novembro e na Almeida & Dale, de 8 de outubro a 10 de dezembro. 

Ambas focam na pintura de paisagem, um gênero caro à produção de Rodrigo Andrade. Enquanto a seleção apresentada na Almeida & Dale reúne de forma inédita obras realizadas desde 2001 até os dias atuais, na Millan são apresentadas apenas obras recentes. O conjunto traz ao público a variação de estilos e procedimentos do artista, com destaque para dois conjuntos de pinturas: obras feitas em ateliê e ao ar livre, estas exibidas pela primeira vez.

Rodrigo Andrade é um pintor reconhecido como um dos principais nomes de sua geração a se dedicar ao pictórico desde a década de 1980. Desde o início, seu trabalho revela uma vontade por vezes visceral em tensionar as certezas limitantes e explorar a abstração e figuração em suas pinturas. 

Rodrigo Andrade.

Seu percurso começa no neoexpressionismo brasileiro da década de 1980, derivando para uma pintura não figurativa, que em parte reestabelecia o contato com o expressionismo abstrato americano e o informalismo europeu, e por outra parte, radicalizava a compressão (mais que a redução) do espaço tridimensional ao plano, aprofundando a experimentação com os materiais.

Segundo o curador, “de modo geral, a pintura de paisagem de Rodrigo é, por um lado, reflexão sobre a história da pintura, a partir de um dos gêneros mais sensíveis às mudanças das técnicas e dos estilos. Por outro, resgate de uma relação direta com o mundo ao redor, testando as convenções da pintura na vivência e na percepção do espaço. Códigos da representação e experiência do real não vão disjuntos, mas remetem constantemente um a outro”. 

Sobre a seleção de obras, Mammì complementa: “Procuramos organizar de forma a captar os saltos contínuos entre os códigos, propondo um enfrentamento de uma parede para a outra, deixando sempre a pergunta ao espectador: O que é real e o que é tirado de uma imagem”.

Rodrigo Andrade carrega essa dualidade, a experiência do que é real, se apropriando da paisagem, ou revivendo a pintura por dentro. Sua relação com o território e o entorno está implícita nas obras. “Sempre foi um artista inquieto, que carrega a crença na pintura com sua vivência no mundo, como se escapasse do cercadinho, com seu cavalete nas periferias e o olhar que recupera a experiência do espaço”, reflete Mammì. 

Na seleção, destaca-se a multiplicidade de técnicas e procedimentos operados por Andrade no tratamento do tema: as paisagens são criadas a partir da observação ou a partir de um repertório de imagens que inclui fotografias; cenários de vídeo games e obras de pintores históricos.

A exposição marca a publicação de um livro homônimo, organizado pela Millan e pela Almeida & Dale em parceria com a editora Martins Fontes e com projeto gráfico de Luciana Facchini. A publicação traz ensaios do curador Lorenzo Mammì e do crítico de arte português Delfim Sardo, além de uma cronologia comentada, assinada por Marina Frúgoli.


Sobre Rodrigo Andrade

Rodrigo Andrade nasceu em 1962, em São Paulo. Iniciou sua formação em gravura no ateliê de Sérgio Fingermann, em 1977. Entre 1982 e 1985, integrou o Casa 7, grupo com o qual participou da 18ª Bienal Internacional de São Paulo. A partir de 1999 passa a produzir pinturas com blocos cor. Andrade expôs no Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1996 e 2005 e em 2010 apresenta a série “Matéria Noturna” na 29ª Bienal de São Paulo.

Em 2017 é organizada a mostra retrospectiva de sua obra “Rodrigo Andrade: Pintura e Matéria” na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 2022, a mostra é apresentada no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba e na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, onde o artista também realiza o projeto “Assombrações – um diálogo pictórico com Iberê Camargo”. Além disso, realizou intervenções de pinturas em espaços públicos e instituições, entre as quais se destacam os projetos “Lanches Alvorada”; “óleo sobre”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo e o “projeto parede”, do MAM-SP.

Sobre o curador

Lorenzo Mammì é professor de filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e crítico de arte e de música. Foi diretor do Centro Universitário Maria Antonia de 1999 a 2005 e diretor de programação do Instituto Moreira Salles (IMS) de 2015 a 2018. É autor de O que Resta. Arte e Crítica de Arte (2012) e A Fugitiva – Ensaios sobre Música (2017).

Sobre a Almeida & Dale Galeria de Arte

Fundada em 1998, a Almeida & Dale Galeria de Arte tornou-se, em mais de duas décadas de existência, uma das mais relevantes no Brasil, inserindo o trabalho e o legado de artistas brasileiros em importantes acervos, coleções e arquivos nacionais e internacionais. Entre eles: Willys de Castro, Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Mestre Didi, Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Jandira Waters e Roberto Burle Marx. Nos últimos anos, com Antônio Almeida e Carlos Dale como diretores, a programação da galeria revisitou o trabalho de diversos expoentes de nossa arte, promovendo exposições retrospectivas, elaboradas por curadores convidados e produzidas com rigor museológico. Publicações amplamente reconhecidas pelo ineditismo e notoriedade dos ensaios acadêmicos e resgate de textos históricos acompanham as exposições. Recentemente, a Almeida & Dale realizou mostras individuais de artistas fundamentais no panorama histórico e crítico da arte brasileira, como Agnaldo Manuel dos Santos, Miriam Inez da Silva, Luiz Sacilotto e Sidney Amaral, contando com empréstimos de colecionadores e instituições, e estimulando o interesse da crítica no Brasil e no exterior. Junto com a promoção constante de exposições e publicações, a Almeida & Dale apoia projetos de preservação de obras de artistas brasileiros. Exemplo disso, está a representação do espólio de Luiz Sacilotto, destacado artista do movimento da arte concreta brasileira.

Sobre a Millan

Fundada em 1986, a Millan vem trabalhando com artistas cujas práticas atemporais abrangem, sobretudo, aspectos transcendentais nos âmbitos espacial, contextual e linguístico, tendo contribuído para a preservação da memória histórica de produção em sintonia com à contemporaneidade. Desde sua formação, a galeria reconhece a importância de diálogos entre a produção de artistas modernos e sua contribuição para a formação da nova geração. Ao longo de seus mais de trinta anos de atividade, a Millan se consolidou como referência nacional por fomentar a potência de cada artista, posicioná-lo dentro do mercado internacional e apoiar sua participação em importantes exposições coletivas, incluindo a Documenta de Kassel e a Bienal de Veneza e mostras individuais em grandes instituições, como Louvre, Palais de Tokyo, Jeu de Paume, Museo Tamayo, Museo Reina Sofía e Tate Modern. Atualmente, sua programação está direcionada a integrar essas práticas a partir da produção de artistas internacionais e nacionais, bem como suas contextualização e consolidação em diferentes cenários dentro e fora do Brasil. A galeria trabalha com artistas em ativa produção, incluindo Ana Prata, Elena Damiani, Henrique Oliveira, José Damasceno, Miguel Rio Branco, Paulo Pasta, Peter Halley e Thiago Martins de Melo bem como espólios consolidados como de Feliciano Centurión e Tunga. Atualmente é dirigida por André Millan, Socorro de Andrade Lima, João Marcelo Andrade, Hena Lee e Camila Siqueira e composta por dois espaços expositivos na Rua Fradique Coutinho, em São Paulo.


Serviço

Rodrigo Andrade – Pintura Paisagem
Curadoria: Lorenzo Mammì
Assistência curatorial Marina Frúgoli

De 8 de outubro a 10 de dezembro

Visitação:
Segunda à sexta, das 10h às 19h. Sábado, das 11h às 15h (Millan)
Segunda à sexta, das 10h às 19h. Sábado, das 10h às 16h (Almeida & Dale)

Almeida & Dale Galeria de Arte
Rua Caconde, 152 – Jd. Paulista | Tel: 11 3882-7120

Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho, 1360/1460 – Pinheiros | Tel: 11 3031-6007


Leia também:
Galeria Millan estreia coletiva com curadoria de Rodrigo Naves

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