Maxwell Alexandre (1990, Rio de Janeiro, RJ) inaugura sua nova individual, Novo Poder: passabilidade, Miss Brasil, na Casa SP–Arte, o espaço permanente da SP–Arte em São Paulo, no dia 26 de agosto. A exposição é realizada em parceria com a Millan, galeria que representa Maxwell.
Novo Poder: passabilidade, Miss Brasil é a continuidade de Novo Poder: passabilidade que o artista apresentou em fevereiro deste ano no centro cultural La Casa Encendida, em Madri, e também entre abril e julho no 1˚ Pavilhão Maxwell Alexandre, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. A exposição na Casa SP–Arte traz mais de 20 obras inéditas, produzidas especialmente para a ocasião.
Nos trabalhos da série Novo Poder, Maxwell explora a ideia da comunidade preta dentro do que chama de “templos consagrados de contemplação da arte contemporânea”: galerias, museus, centros culturais e fundações. Para isso, ele dá ênfase a três signos, as cores preta, branca e parda.
A cor preta é manifestada pela figuração dos personagens; a branca, aponta para o cubo branco espelhando o espaço expositivo; e a parda, por sua vez, representa a obra de arte e também faz autorreferência ao tipo de papel usado como suporte principal da série.
Maxwell considera que a reivindicação desses espaços está diretamente relacionada a uma posição de poder. “É onde a história se legitima, onde se manipulam as narrativas e a construção de imagens”, afirma.
Além de marcar o início da parceria com a galeria Millan, Novo Poder: passabilidade, Miss Brasil vem na esteira da estreia do Pavilhão Maxwell Alexandre 2. O novo espaço foi inaugurado em 29 de julho na Rocinha, favela onde o artista nasceu e cresceu, no Rio de Janeiro, e é a primeira galeria de arte contemporânea da comunidade. Ali, Maxwell exibe obras da série Entrega: one planet. one health, previamente lançada em Paris, no Cahiers d’Art.
A mostra faz parte do Circuito SP–Arte, que ocorre por ocasião da segunda edição de Rotas Brasileiras e movimenta a cidade com eventos culturais. A feira, que reúne mais de 300 artistas apresentados em 70 projetos das galerias expositoras, vai de 30 de agosto a 03 de setembro na ARCA, na zona oeste da capital paulista. Em seu estande, a Millan apresenta obras de artistas como Vivian Caccuri, Regina Parra, Daiara Tukano, José Bento, Paulo Pasta e Tunga.
Pautada pelo conceito de autorretrato, a prática de Maxwell Alexandre extrapola as categorias e suportes tradicionais do fazer artístico. Criado em berço evangélico, ele também atuou como patinador profissional e cumpriu serviço militar, dados que alimentam fundamentalmente a sua produção.
Por meio de uma lógica de citação, apropriação e associação de imagens e símbolos, bem como pelo uso de materiais de valor simbólico e biográfico, Maxwell constrói uma mitologia imagética que engloba religiosidade e militarismo. Da mesma maneira, sua obra confronta o estatuto institucional da arte contemporânea e os limites do campo da experiência estética.
Graduado em Design na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), em 2016, Maxwell recebeu, em 2018, o Prêmio São Sebastião de Cultura da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro, na categoria Artes Plásticas, e participou da residência artística na Delfina Foundation, na Inglaterra, neste mesmo ano. Em 2020, foi vencedor do Prêmio PIPA e participou de residência artística no Al Maaden Museum of Contemporary African Art (MACAAL), em Marrakech, Marrocos, que resultou em uma instalação para a exposição coletiva HAVE YOU SEEN A HORIZON LATELY na mesma instituição. No ano seguinte, foi eleito artista do ano pelo Deutsche Bank e listado como um dos 35 artistas de vanguarda pelo Artsy. Em 2023, inaugurou o 1˚ Pavilhão Maxwell Alexandre, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro; em julho, estreou o Pavilhão 2, desta vez na favela da Rocinha, também no Rio.
Também realizou exposições individuais em instituições brasileiras e estrangeiras. Em 2023, no Cahiers d’Art, em Paris, França, e em La Casa Encendida, em Madri, Espanha. Em 2021, expôs no Palais de Tokyo, também em Paris. Sua individual Pardo é Papel teve itinerâncias no The Shed, Nova York, em 2022; no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, e Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, em 2021; na galeria David Zwirner, Londres, Inglaterra, em 2020; e no Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, e no Musée d’art contemporain de Lyon, na França, em 2019.
Sua obra integra as coleções da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu de Arte de São Paulo, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do Museu de Arte do Rio, além do Musée d’art contemporain de Lyon, França, do Pérez Art Museum, EUA, e do Guggenheim Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos.
Exposição “Maxwell Alexandre, Novo Poder: passabilidade, Miss Brasil”
Visitação: 26 de agosto a 7 outubro
Casa SP–Arte: Al. Ministro Rocha Azevedo, 1.052, São Paulo
Ter. a sex.: 10h às 19h
Sáb.: 11h às 15h
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