Joana Vasconcelos, artista portuguesa, acaba de inaugurar, na Capela do Castelo de Vincennes em Paris, sua obra “Árvore da Vida”. Com 13 metros de altura, a instalação é uma representação das emoções experimentadas durante o período de confinamento, simbolizando a esperança de um novo começo mais equilibrado e harmônico.
A criação desta obra é resultado da inspiração que deriva de uma história mitológica grega, na qual Dafne, o primeiro amor de Apolo, o rejeita e pede ajuda ao pai para escapar da insistência do deus, sendo posteriormente transformada em uma árvore de louro. A obra também é influenciada pelo contexto em que foi concebida, durante a Temporada Cruzada entre Portugal e França, que aconteceu durante a pandemia de covid-19.
Joana Vasconcelos criou uma instalação artística em forma de árvore, utilizando tons de vermelho, castanho e dourado. A árvore tem um tronco intricado feito de tecido, utilizando diversas técnicas artesanais com lãs e outros materiais, que se expande em dezenas de ramos que sustentam cerca de 140 mil folhas. Algumas das folhas são bordadas à mão com a técnica de Castelo Branco, outras são cobertas de lantejoulas e ainda existem folhas de couro que foram equipadas com milhares de luzes LED.
Joana Vasconcelos descreve a obra como “alta-costura” devido à atenção aos detalhes e à técnica utilizada, já que tudo foi feito à mão.
Além de abordar a problemática da pandemia, a instalação “Árvore da Vida” de Joana Vasconcelos também responde à problemática da guerra, particularmente o conflito na Ucrânia, com sua mensagem harmoniosa. A artista menciona Catarina de Médicis, uma figura importante para a capela em que a obra está exposta, que se dedicou à renovação do Castelo de Vincennes após a morte do marido.
Nos próximos meses, Joana Vasconcelos continuará a inaugurar obras em diferentes países, incluindo “O Bolo de Noiva” no Reino Unido em maio, sua “Valquíria” na China em julho, além de ter instalações nas Galerias Uffizi e no Palácio Pitti, em Florença, e uma exposição no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa em setembro.
Joana Vasconcelos é uma artista plástica contemporânea, nascida em 1971, reconhecida mundialmente pelas suas esculturas monumentais. Com uma prática de 25 anos, a sua obra atualiza o movimento de artes e ofícios para o século XXI, incorporando objetos do quotidiano, com humor e ironia, estabelecendo a ponte entre o ambiente privado e a esfera pública. A artista questiona o estatuto da mulher, a sociedade de consumo e a identidade coletiva.
A sua aclamação internacional chegou com a primeira Bienal de Veneza curada por mulheres, em 2005, com a obra “A Noiva”. Em 2013, voltou a chamar a atenção com “Trafaria Praia”, o primeiro pavilhão flutuante da história do certame, a representar Portugal. Em 2012, tornou-se na mais jovem artista e primeira mulher a expor no Palácio de Versalhes, em França, com uma exposição que foi a mais visitada no país em 50 anos, recebendo um número recorde de 1,6 milhões de visitantes. Em 2018, foi a primeira artista portuguesa a ter uma exposição individual no Guggenheim de Bilbau, que foi também uma das mais visitadas da história do museu e a quarta melhor desse ano, de acordo com o The Art Newspaper. Além disso, a sua obra tem sido exposta em diversas galerias e museus em todo o mundo.
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