Tomie Ohtake inaugura, em outubro de 2024, duas a exposição “Mira Schendel – esperar que a letra se forme” e também “Carlito Carvalhosa – A metade do dobro”. Confira os detalhes de cada mostra a seguir:
Esperar que a letra se forme é uma exposição-ensaio acerca da presença do sinal gráfico, da letra, da palavra, do texto, da garatuja na obra de Mira Schendel, artista cuja construção poética acontecia, entre tantos processos, no desenho-escritura como exercício do corpo.
Com curadoria de Galciani Neves e Paulo Miyada, as obras estão dispostas de maneira a perfazerem o perímetro da sala em núcleos livremente ancorados na cronologia da artista. Ao mesmo tempo, dispostas no centro do espaço, oferecem convites a coreografias circulares e justaposições do olhar. Nos documentos que pontuam o espaço, nos textos disponíveis em áudios e no jornal que acompanha a mostra, reunimos argumentos que contextualizam nossa leitura acerca desse amplo repertório visual.
A artista transitou entre diversas línguas aprendidas como decorrência de sua origem familiar múltipla e de sua trajetória diaspórica, que não encontrou morada definitiva na Europa ocupada pelo antissemitismo e assentou-se no Brasil.
Esta exposição compõe o ciclo palavra palavra palavra no Instituto Tomie Ohtake, inaugurado com o festival Poesia em presença – Entre cenas, slam, spoken word e rap. Ele contará ainda com o lançamento da publicação Caderno-ensaio 2: Palavra.
Carlito Carvalhosa começou marcando os dedos e as mãos na cera sombria de suas primeiras obras.
Depois de uma vida de imensas e ambiciosas realizações, com grandes séries de pinturas e esculturas, instalações e trabalhos multidisciplinares, concluiu sua obra marcando os dedos e as mãos na cera impecável de suas últimas peças, nas quais reinventa uma possibilidade de coexistência entre a cor e a não cor, entre a forma e o informe, entre o construtivo e o orgânico. Não é pouca coisa.
A cada vez o segredo – ou o enigma – de Carlito Carvalhosa parece ter sido aprender a estar na metade do dobro, possibilitando assim a multiplicação incessante do possível de suas formas.
Com curadoria de Ana Roman, Paulo Miyada, Luis Pérez Oramas e Lucia Stumpf, esta exposição pretende traçar esse elo, essa viagem e seu retorno, como uma odisseia, como Teseu que sai do labirinto levando apenas um fio na mão, ou como Ícaro que cai não para naufragar, mas para celebrar, nas palavras de um poeta antigo, “a glória, ao cair, de ter subido”.
Exposições “Mira Schendel – esperar que a letra se forme” e “Carlito Carvalhosa – A metade do dobro”
Período: de 25 de outubro a 02 de fevereiro de 2025
Local: Instituto Tomie Ohtake
Endereço: Rua Coropés, 88 – Pinheiros, São Paulo – SP
Entrada gratuita
Acesso à visitação até às 18h
Classificação indicativa: livre
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