Exposição sensorial explora os sentidos em uma verdadeira imersão nas artes plásticas “Vertigem”: sensação repentina de movimento giratório do próprio corpo ou dos arredores. Os giros provocados pelo trabalho de sobreposição de círculos usando colagem fazem jus ao nome da exposição em cartaz no Sesc Cajuína, em Teresina, com assinatura e curadoria do artista plástico Junior Bezerra.
Após lançamento no dia 10 de janeiro, a produção permaneceu em cartaz até o dia 10 de fevereiro de 2024. Além da imersão nas obras de Junior, o público teve acesso a visitas guiadas e a oficinas ministradas pelo próprio artista. “Comecei a trabalhar com papel como forma de terapia ocupacional, até que fui convidado para realizar exposições. Desta vez, tive o apoio da Coppo Consultoria, uma empresa do Espírito Santo, que permitiu aprovação do nosso projeto através da Lei Rouanet e a realização dele”, revela.
Com um trabalho marcado pela cor em complexos sistemas circulares, as obras de Junior provocam diferentes sensações no espectador, que pode, inclusive, sentir vertigem ao observar a sobreposição imagética que compõe cada obra. No entanto, o principal sentimento é o encantamento perante o trabalho de minúcia e paciência realizado pelo artista.
Para estimular tantas sensações, a exposição conta com os quadros, inspirados na “vertigem periférica” que representa sistema nervoso periférico, e uma instalação inspirada na “vertigem central” inspirada no sistema nervoso central e os sintomas da
vertigem. Dentre os objetos espalhados pela Galeria Dora Parentes, chamam atenção o conjunto circular de espelhos, uma coluna vertebral simbolizada com bolas vermelhas, uma cadeira torta e uma vitrola, que toca o som de gotas d’agua. No ar, corre uma
essência de folhas, que é potencializada com uma bala de menta servida no início da visita.
A verdade é que “Vertigem” é para olhos, ouvidos e narizes. Como a condição descrita por neurocientistas, que pode provocar estímulos em múltiplos sentidos, a exposição de Junior Bezerra configura mecanismos de ação no cérebro, disparando impulsos elétricos pelos neurônios que traduzem sensações. “Muitas pessoas perguntam se eu fico tonto ao produzir as obras, que são feitas apenas com a colagem de círculos. A sensação de vertigem perpassa todos os trabalhos apresentados na exposição”, acrescenta o artista.
No início, o artista passou pelo papercraft, que é a produção de objetos tridimensionais em papel. A necessidade de fazer telas fez com que ele chegasse até a a colagem. “Eu não queria trabalhar com tintas, então pesquisei técnicas de colagem e cheguei nos círculos. Eu sempre gostei do excesso da mesma imagem e do mesmo formato. A estética dos círculos chamou minha atenção”, considera Bezerra.
A exposição passará por 03 cidades (Teresina/PI, Parnaíba/PI e Vitória/ES). Após a estreia em Teresina, “Vertigem” vai para Parnaíba, litoral do Piauí e terra natal de Junior Bezerra, além de Vitória, Espírito Santo, cidade onde o artista viveu, o que marca a conexão capixaba do projeto. Além do trabalho da Coppo consultoria para realizar o projeto, a exposição conta com financiamento do Ministério da Cultura (MinC) e apoio do Sesc.
Patrícia Mendes, coordenadora do Ministério da Cultura no Piauí, elogiou a exposição, que conta com o apoio do Governo Federal. “Essa é uma das ações do Ministério, através da Lei Rouanet. Essa exposição representa um ganho imenso na parte de arte. O Junior vem trazendo uma ideia vibrante, com a geometria”, aponta.
A escolha do Sesc Cajuína para sediar a exposição em Teresina aconteceu em razão do perfil técnico da equipe e do espaço. “O Sesc abre as portas para novos artistas, e isso é fundamental”, revela Campelo Filho, diretor regional da instituição.
“Vertigem” mostra a potência do trabalho de Junior Bezerra. Entre colagens de círculos e múltiplas sensações, o artista crava espaço na arte brasileira com muito talento e qualidade das obras.
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