Exposições

Os Dorminhocos de Pierre Verger

EXPOSIÇÃO REÚNE FOTOS INÉDITAS DE PIERRE VERGER NA CAIXA CULTURAL RIO DE JANEIRO

 Mostra Dorminhocos exibe série de imagens com trabalhadores descansando em espaços públicos ao redor do mundo

O antropólogo e fotógrafo francês Pierre Verger rodou o mundo com um olhar apurado e uma câmera nas mãos, sempre fugindo dos clichês e se interessando por temas pouco comuns. Na exposição Dorminhocos, em cartaz na CAIXA Cultural Rio de Janeiro de 20 de janeiro a 18 de março de 2018, uma série de imagens retrata o modo como as pessoas descansavam em lugares públicos. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

Com curadoria de Raphael Fonseca, a mostra reúne 145 fotografias que exibem o ponto de vista característico do fotógrafo, produzidas entre as décadas de 1930 e 1950, em vários países como Argentina, Peru, Congo, China, Polinésia Francesa, Guatemala e México. No Brasil, Verger fotografou os dorminhocos na Bahia, onde viveu por 50 anos, e também em Pernambuco e no Maranhão.

As fotos reunidas na mostra fazem parte do acervo da Fundação Pierre Verger, em Salvador. A maior parte dessas imagens nunca foi revelada. Geralmente banhados pela luz solar, são corpos de trabalhadores anônimos e fatigados pela recente rotina modernizadora estabelecida pelos processos de expansão industrial e urbana. Os tons de preto e branco, constantes na fotografia de Pierre Verger, criam uma ambiência em que o trabalho é contemplado como uma atividade permeada de melancolia e distante de qualquer discurso construtivo.

“Neste momento em que estamos cada vez mais conectados e acelerados, a mostra contribui com as discussões contemporâneas a respeito de uma superaceleração do cotidiano, já naturalizada no Brasil e no mundo. É um recorte inusitado da obra de Pierre Verger, mas ao mesmo tempo provoca reflexões muito interessantes nos visitantes”, explica Raphael Fonseca.

Dorminhocos é uma oportunidade para o público conhecer outro aspecto da obra de Verger, que é marcada pelo tema afro-brasilidade. Além disso, a mostra provoca questões como a relação entre a estafa que o trabalho gera no corpo humano e a necessidade de descanso (pertinente às discussões atuais dos trabalhadores brasileiros); a relação entre classe, raça e contrastes sociais; o lugar da mulher no mercado de trabalho e no espaço público (são poucas as fotos com presença feminina na exposição); e a relação das pessoas com esse espaço. Os visitantes também poderão conhecer um aspecto comum ao olhar do artista que é a exploração fotográfica do corpo masculino.

A exposição convida o público para uma viagem no tempo com destino às sutilezas e peculiaridades do universo interpretado pelo fotógrafo, seja como caderno de viagem, obra de arte ou documento histórico. São várias as maneiras como se dá a observação da seleção de imagens.

No dia 03 de fevereiro (sábado), às 16h, o público terá a oportunidade de participar de uma visita guiada com o curador Raphael Ferreira. A visita tem entrada franca e marca o lançamento do catálogo da exposição, que será distribuído gratuitamente.

Serviço:

Exposição “Dorminhocos”

Entrada franca

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Galeria 4

Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro (Metrô e VLT: Estação Carioca)

Telefone: (21) 3980-3815

Abertura: 20 de janeiro (sábado), às 16h

Visitação: de 21 de janeiro a 18 de março de 2018

Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 21h

Visita guiada com o curador e lançamento do catálogo: 03 de fevereiro (sábado), às 16h

Classificação indicativa: Livre

Acesso para pessoas com deficiência

Patrocínio: Caixa Econômica Federal e Governo Federal.


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Paulo Varella

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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