Soft Power é a capacidade de um país influenciar o cenário internacional por meio de atração ou persuasão, ao invés de força econômica ou militar (NYE, 1990). O Brasil usa soft power em suas relações internacionais desde 1900, mesmo que sob outras denominações (SARAIVA, 2014) e hoje centra sua política externa principalmente nas relações econômicas de comércio e investimento. Entretanto, se o Brasil chegou a ser a sétima economia do mundo, de 2012 a 2014, e foi capa da revista “The Economist” em 2009, com a manchete “O Brasil decola”; em termos de reputação internacional, medida por meio de índices de consultorias internacionais, o país jamais esteve entre os 15 primeiros colocados e tem piorado sua performance nos últimos anos.
Se os objetivos do Brasil somente poderão ser alcançados por meio de soft power, como melhorar a sua reputação internacional?
A tese de Doutorado em Estética e História da Arte do Programa de Pós-Graduação Interunidades da Universidade de São Paulo, escrita por Katya de Castro Hochleitner demonstra, do ponto de vista do mercado, que a arte brasileira pode contribuir de forma positiva para a imagem do Brasil no exterior.
Utilizando a Bienal de São Paulo e a feira de arte SP-Arte como estudos de caso, o estudo percorre cinco etapas para fundamentar tal afirmação. Contextualizando o tema, na primeira etapa o estudo caracteriza tais instituições, na segunda etapa examina o desenvolvimento e a internacionalização do sistema e do mercado da arte em que elas se situam, e na terceira etapa analisa a evolução da imagem do Brasil no exterior. Na quarta etapa, como contribuição inédita, o trabalho apresenta a revisão sistemática dos artigos jornalísticos que mencionavam Bienal de São Paulo ou SP-Arte, publicados em jornais selecionados nos Estados Unidos e Inglaterra de 2012 a 2019, resultando na avaliação positiva de ambas as instituições, na maior parte dos artigos selecionados, e em uma lista de aspectos favoráveis e desfavoráveis que a imprensa internacional associa a cada uma delas. Na quinta etapa as características positivas da Bienal de São Paulo e da SP-Arte, como percebidas pela imprensa internacional, são comparadas com as forças e fraquezas da imagem do Brasil, identificadas por meio de análise SWOT, a partir de várias pesquisas pré-existentes. A conclusão da tese é que ambas as instituições transmitem para a imagem do Brasil as ideias de legado artístico e institucional, crescimento, importância, respeito e relevância no âmbito das artes visuais, colaborando positivamente para a construção da imagem do Brasil.
Você pode assistir ao bate papo de Paulo Varella e Katya Hochleitner no canal Art Talks, no YouTube.
Ou ouvir à conversa pelo Podcast do ArtTalks:
Para ler a tese completa, acesse este link.
Leia também:
SP-Arte comemora sucesso de “Rotas Brasileiras”
Nesta matéria enumeramos algumas tendências de arte mais estranhas da história que você já viu.…
Um dos artistas abstratos mais conhecidos do século XX é Piet Mondrian, e seu caminho…
Bob Esponja – A Experiência desembarca no MIS Experience para celebrar os 25 anos de…
Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista, mostra que apresentará ao público…
Como ganhar dinheiro com impressão sob demanda, sem ter que vender o seu quadro original…
Emanoel Araujo, artista, curador e idealizador do Museu Afro Brasil, é considerado uma referência para…