Alexandre, o Grande e Dario III da Pérsia na Batalha de Gaugamela. Mosaico Romano de c.100 a.C. da Casa do Fauno na Pompeia
O Helenismo começa com a morte de Alexandre, o Grande (ou Alexandre Magno, 356 – 323 a.C.) e a incorporação do Império Persa no mundo grego. Nesse momento, o helenístico grego tinha se espalhado por praticamente todo o mundo, incluindo cidades como Alexandria, Antioquia, Pérgamo, Mileto, territórios na Ásia Menor, Anatólia, Egito, Itália, Creta, Chipre e outras ilhas do mar Egeu. A cultura grega era, assim, totalmente dominante.
A morte de Alexandre desencadeou um rápido declínio do poder imperial grego, pois, seu imenso império foi dividido entre três de seus generais — Antígono I, que recebeu a Grécia e a Macedônia; Seleuco I, que assumiu o controle da Anatólia, da Mesopotâmia e da Pérsia; e Ptolomeu I, que governou o Egito.
É interessante ressaltar que, ao mesmo tempo em que este período é marcado por influências culturais massivas em diversos territórios, temos o enfraquecimento do poder grego. Em 27 a.C., a Grécia e seu império seriam dominados por Roma; entretanto, os romanos continuariam a reverenciar e se inspirar na arte grega por séculos.
A divisão do Império grego em entidades separadas, cada qual com seu próprio governante e dinastia, criou enormes variedades artísticas, com influências culturais mescladas.
Na Ásia Menor, uma nova capital foi construída em Pergamon pelos Attalids; na Pérsia, os selêucidas desenvolveram uma forma de construção de estilo barroco; no Egito, a dinastia ptolomaica construiu o farol e a biblioteca em Alexandria. A arquitetura palaciana foi revitalizada e numerosas estruturas municipais foram construídas para aumentar a influência dos governantes locais.
Após um declínio no século III a.C., a arquitetura do templo foi revivida no século seguinte. Um grande número de templos gregos — bem como estruturas de pequena escala e santuários (naiskoi) — foram erguidos no sul da Ásia Menor, Egito e norte da África.
No que se refere aos estilos, o helenismo exigia as formas mais extravagantes das Ordens Iônicas e Coríntias. Admirados pelo arquiteto romano Vitruvius (c.78 – 10 a.C.), exemplos famosos da arquitetura helenística incluem: o Teatro de Éfeso (século III-I); a Stoa de Attalus (c.159 – 138 a.C.); e a Torre dos Ventos em Atenas (c. 50 a.C.)
Escultura grega helenística continuou a tendência clássica de retratar um naturalismo cada vez maior. Entretanto, os artistas não se sentiam mais obrigados a retratar pessoas como ideais de beleza; a serenidade clássica, idealizada dos séculos quinto e quarto, deu lugar a um emocionalismo maior, a um realismo intenso e a uma dramatização quase barroca do assunto.
Como resultado da difusão da cultura helenística, houve também uma demanda muito maior dos recém-estabelecidos centros culturais gregos ultramarinos no Egito, Síria e Turquia por estátuas e relevos de deuses gregos, figuras heroicas para seus templos e áreas públicas.
Esculturas gregas famosas do período incluem: Touro Farnésio (c.150 a.C.); O Gaulês Moribundo (c.230 – 220 a.C.); a Vitória Alada da Samotrácia (c.190 a.C.); O Altar de Pérgamo (c.180 – 150 a.C.) e Vênus de Milo (c.100 a.C.).
A crescente demanda pela escultura em estilo grego nos territórios conquistados por Alexandre foi espelhada por um aumento similar na popularidade da pintura grega, que foi ensinada e propagada em várias escolas separadas, tanto no continente quanto nas ilhas.
Nesse período, favoritos clássicos como mitologia e eventos contemporâneos foram substituídos por pinturas de gênero, animais, naturezas-mortas, paisagens e outros assuntos semelhantes, grande parte em consonância com os estilos decorativos descobertos em Herculano e Pompeia (século I a.C. e depois), muitos dos quais se acredita serem cópias de originais gregos.
Talvez a maior contribuição dos pintores helenistas tenha sido na arte de retratos, conhecidos como “Retratos de Faium”, que datam do século I a.C. em diante.
Essas pinturas, cerca de 900, são o único segmento de arte significativo que sobreviveu intacto desde a antiguidade grega. Encontrados principalmente ao redor da Bacia Fayum no Egito, esses retratos faciais realistas foram anexados ao próprio tecido fúnebre, de modo a cobrir os rostos de corpos mumificados no Egito romano. Artisticamente falando, as imagens pertencem ao estilo grego de retratos, ao invés de qualquer tradição egípcia.
Na época em que a Grécia foi dominada por Roma, durante o século I aC, um grande número de talentosos escultores e pintores gregos já estava trabalhando na Itália, atraídos pela quantidade de comissões lucrativas. Esses artistas e seus descendentes prosperaram em Roma por séculos antes de fugirem da cidade devido às invasões bárbaras, no século IV d.C., para criar outras formas de arte em Constantinopla, a capital do cristianismo oriental.
Assim, na sede da arte bizantina, por quase mil anos antes de deixar a cidade (que em breve seria capturada pelos turcos) para Veneza, ajudando a iniciar o Renascimento italiano, tivemos uma enorme influência da cultura grega em variados territórios mesmo após o fim de seu império.
Durante todo esse período, esses artistas migratórios mantiveram suas tradições (embora adaptadas ao longo do caminho), que influenciaram as eras Renascentista, Barroca, Neoclássica e Moderna.
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