Antes de falarmos sobre a arquitetura gótica, é importante delimitarmos o significado do nome desse período. “Gótico” é o adjetivo que designa o que é proveniente dos Godos, povo germânico. O termo ganhou a conotação pejorativa de “bárbaro”, provavelmente por Giorgio Vasari (influenciado pela cultura renascentista, posterior à gótica). Desde o século XVIII, também é usado para se referir a coisas diferentes, excêntricas.
No âmbito artístico, refere-se à produção dominante na Idade Média dos séculos XII ao XIV, como resposta ao estilo românico, em um contexto de transformações culturais e econômicas. Teve sua principal significação nas construções das monumentais catedrais, refletindo, secundariamente, nas esculturas e pinturas.
Sendo, majoritariamente uma forma pública de arte cristã, esse estilo teve início na França e depois se espalhou pela Europa até o advento do Renascimento. Sua fase é dividida em: gótico inicial (1120 – 1150); alto gótico (1150 – 1375) e gótico internacional (1375 – 1450).
Com a consolidação dos reinos feudais e aumento constante do poder da Igreja Católica, a Europa passou a vivenciar uma crescente prosperidade e estabilidade política.
Tivemos, nesse contexto, a formação de novos centros de poder como as primeiras monarquias e grandes cidades, aumento na organização estrutural do clero, desenvolvimento do comércio e dos bancos. Essas mudanças impactam na forma que a sociedade enxerga o mundo e a sua realidade, além, é claro, de influenciar consequentemente a produção artística.
Como dito anteriormente, a arquitetura gótica surge como resposta ao estilo arquitetônico românico (veremos as diferenças abaixo) em meio a novas transformações sociais e econômicas.
Além de apresentarem as mais recentes inovações arquitetônicas, os arquitetos góticos e seus patronos empregaram milhares de artesãos, incluindo dezenas de artistas, isso porque as catedrais demoravam, frequentemente, entre 50 e 100 anos para serem construídas. Como consequência, dentro da própria arquitetura havia uma mistura de estilos góticos, pertencentes a uma ou mais das suas três fases citadas acima.
A arquitetura foi o principal expoente desse novo estilo artístico. Para entender o porquê da existência desse novo estilo gótico e a justificativa de sua estrutura, precisamos fazer um efeito comparativo entre os dois projetos arquitetônicos.
O estilo antigo da arquitetura românica, que surge no século X, apresentava as seguintes características:
O estilo gótico, em contrapartida, apresenta uma enorme verticalidade. Os tetos em abóboda de berço foram substituídos por arcos ogivais (dois arcos iguais que se encontram na parte superior) e paredes finas enormes. Além disso, temos agora a instalação de vitrais, que permitiram que entrasse muito mais luz dentro da Igreja, que era ornamentada também com estátuas, relevos, esculturas de madeira, pinturas murais, tapeçarias, manuscritos iluminados e preciosa ourivesaria, caracterizando-a como um vasto tesouro de arte cristã.
A arquitetura românica transmitia uma sensação de solidez, robusteza; expressava a sua força protetora em tempos instáveis, podendo, inclusive, servir de fortaleza militar. Já a arquitetura gótica, representava a grandiosidade de Deus em um contexto de mudanças e desenvolvimento.
Por fim, a verticalidade e intensa luminosidade interna, ao mesmo tempo em que torna o fiel “pequeno” em relação a Deus, retrata um tipo de paraíso divino onde é possível se contemplar. A questão da segurança e instabilidade estava mudando, e isso acabou por refletir nas produções artísticas arquitetônicas.
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