Lenora de Barros é artista visual e poeta. Iniciou sua carreira na cidade de São Paulo, onde vive e trabalha atualmente. Formada em linguística pela Universidade de São Paulo na década de 1970, Lenora inicialmente explorou a palavra em forma de texto. Suas primeiras obras podem ser colocadas no campo da “poesia visual”, associada à poesia concreta da década de 1950.
Atualmente, Lenora de Barros é representada pela Galeria Gomide & Co e é umas principais artistas contemporâneas brasileiras. Foi indicada ao PIPA 2010 e tornou-se membro do comitê de indicação do PIPA nos anos 2012 e 2016. Em 2022, foi umas das cinco artistas brasileiras a representar o país na Bienal de Veneza. Também em 2022, destaca-se a exposição “Lenora de Barros: Minha Língua” na Pinacoteca, com curadoria de Pollyana Quintella, e que reúne cerca de 40 obras da artista, incluindo inéditas.
Em 1983, publicou o livro Onde Se Vê, conjunto de poemas um tanto incomuns. Alguns deles dispensavam o uso de palavras, sendo construídos como sequências fotográficas de atos performáticos. No mesmo ano, participou com poemas visuais em videotexto da 17ª Bienal Internacional de São Paulo. Desde então, Lenora construiu uma poética marcada pelo uso de diversas linguagens: vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e construção de objetos.
Em 1990, mudou-se para Milão, na Itália, onde permaneceu por um ano, momento em que realizou sua primeira exposição individual, Poesia É Coisa de Nada, na Galeria Mercato del Sale. Na mostra, inaugurou a série de trabalhos Ping-Poems ao espalhar cinco mil bolas de ping-pong no chão da galeria com a frase-título impressa.
Entre 1993 e 1996, assinou uma coluna experimental no Jornal da Tarde, em São Paulo, intitulada “… umas”. Nesse espaço nasceram obras e ideias que se transformariam em vídeos e fotoperformances autônomas ao longo dos próximos anos. Em 2013, as 65 colunas e 2 vídeoperformances foram exibidas pela primeira vez na Casa Laura Alvim, no Rio de Janeiro, e em 2014 foram apresentadas no Pivô, em São Paulo.
Em 2017, participou da exposição Mulheres Radicais: Arte Latino-Americana, 1960-1985, curada por Cecilia Fajardo-Hill e Andrea Giunta no Hammer Museum, em Los Angeles, e no Brooklyn Museum, em Nova Iorque (2018). A mostra seguiu para a Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2018. Suas exposições coletivas e individuais mais importantes incluem a participação na 59ª Bienal de Veneza – The Milk of Dreams (Veneza, 2022), RETROMEMÓRIA, no MAM-SP – Museu de Arte Moderna de São Paulo (2022), Tools for Utopia: Selected works from the Daros Latinamerica Collection, no Kunstmuseum Bern (Berna, 2020), ISSOÉOSSODISSO, na Oficina Cultural Oswald de Andrade (São Paulo, 2016), 4ª Bienal de Arte Contemporânea de Thessaloníki (Grécia, 2013), 11ª Bienal de Lyon (França, 2011), além da participação na 17ª, 24ª e 30ª edições da Bienal Internacional de São Paulo (1983, 1998 e 2012).
Sua obra faz parte de importantes coleções no Brasil e em diversos países, entre elas a do Hammer Museum (CA, EUA), MACBA – Museo de Arte Contemporáneo de Barcelona (Espanha), Daros Latinamerica Collection (Suíça), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Espanha), MAM-SP e Pinacoteca do Estado de São Paulo.
A partir dos anos 90, Lenora passa a utilizar seu próprio corpo como expressão, partindo, também, para artes performáticas.
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