Quando li esse trecho dito pelo filósofo Martin Heidegger, na crítica de um novo colega, eu senti um pavoroso frio na espinha, pois essa frase foi, pelo que entendi, a essência da sua amante filósofa, Hannah Arendt.
Isso me remeteu a várias mulheres que ficaram escondidas atrás dos homens, como as escritoras Virgínia Wolf e Florbela Espanca, Lou Salomé (amante de Nietzsche), às pintoras/escultoras como Kate Kolvitz (tomaram seus filhos de seus braços ao ir pra um campo de concentração), Camile Claudel (amante de Rodin) Jeanne Hebuterne (mulher de Modigliani), Suzane Valadon (pintora impressionista que só apareceu como modelo vivo), nomes praticamente desconhecidos apesar de estarem em movimentos importantes misturadas aos homens, Sabine Spilrein (psiquiatra ilustre desconhecida que teve participação ativa na criação das teorias de Jung), e complementado, a própria Hannah, que pelo que eu acabei de saber.
Obviamente eu não chego aos pés dessas mulheres, mas eu me lembrei, que antes do meu filho partir, eu sonhei que eu estava entrando em um caminhão pra ser levada pra um campo de concentração, no meu sonho, haviam muitas crianças de cabeça raspada dentro do mesmo, mas na última hora, alguém olhou pro meu filho, que era o único que não tinha sua cabeça raspada, e disse que nenhum judeu pode estar perto dos alemães os colocando em risco de adquirir parasitas: os piolhos. Então no sonho eu gritava que ninguém podia tirar ele de mim.Que ironia, o pior parasita é o mal, e me parece que aqueles que sentem o seu gosto jamais serão os mesmos. A impressão que eu tenho é que todos que já estiveram até hoje perto de mim, sentiram o gosto amargo da minha dor e partiram. Como no meu sonho, o meu filho partiu, por conta própria. Partiu demonstrando uma certa revolta comigo, dizendo que eu não o ensinei a se socializar.
Dentro da minha solidão, eu entendi que pra se socializar com esse mundo, pra se socializar com essa civilização com ares de parasita, é preciso também ser um para se conseguir sobreviver, da mesma forma que eu tive um sonho anunciado, ele teve um onde fica muito clara essa necessidade de socialização com o mundo e principalmente com seu pai. Um pouco depois a mais velha precisou partir por outros motivos, e eu me mantive por um bom tempo mergulhada na minha própria dor.
Por vezes cremos que pra pensar sobre algo é necessário ser um compêndio, cremos que pra pensar necessitamos ler algo volumoso e complexo, como a bíblia, o alcorão, ou diversos outros de conteúdos complexos, mas não, pensar é ir longe com uma pequena frase (não tão estúpidas como os memes desse mainstream).
Só as mães são felizes? Voltei pra Virgínia e a importância de um quarto só para si, e “pensar é um ato solitário”, pois é, os homens conseguem ser solitários até estando dentro de uma multidão, mas uma mãe jamais se permite ficar só.
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