Henri Rousseau (21 de maio de 1844 – 2 de setembro de 1910) foi um pintor francês da era pós-impressionista. Ele começou a pintar tarde na vida — aproximadamente aos 40 anos — e foi ridicularizado na época. Em contrapartida, posteriormente, foi reconhecido como um gênio e se tornou uma grande influência sobre os artistas de vanguarda posteriores.
Henri Julien Félix Rousseau nasceu em Laval, capital da região de Mayenne, na França. Desde cedo teve que trabalhar ao lado de seu pai, que era latoeiro. Quando jovem, frequentou a Laval High School local, sendo um aluno medíocre em alguns assuntos, mas se destacando em disciplinas criativas, como música e desenho, chegando até a ganhar prêmios.
Depois do ensino médio, tentou iniciar uma carreira na lei. Após ingressar seus estudos na área e trabalhar com um advogado, se viu envolvido num caso de perjúrio, precisando abandonar a profissão. Como alternativa, ele se alistou no exército, servindo por quatro anos (1863 a 1867).
Com a morte de seu pai, em 1868, Rousseau teve que sustentar sua mãe viúva. Para isso, deixou o exército, mudou-se para Paris e, por fim, assumiu um cargo no governo, trabalhando como coletor de impostos.
Nesse mesmo ano, o pintor se casou com sua primeira esposa, Clémence Boitard. O casal teve seis filhos juntos, mas apenas um sobreviveu, sua filha Julia Rousseau (nascida em 1876). Alguns anos após o casamento, em 1871, Rousseau assumiu um novo cargo, cobrando impostos sobre bens que entravam em Paris.
A partir de 1886, começou a exibir obras de arte no Salon des Indépendants, um salão de Paris fundado em 1884 que contou Georges Seurat entre seus fundadores.
Henri Rousseau era quase inteiramente autodidata, embora admitisse ter recebido alguns “conselhos” de Félix Auguste Clément e Jean-Léon Gérôme, pintores do estilo acadêmico.
Ele pintou cenas da natureza exótica — inspiradas nas suas visitas ao jardim botânico de Paris —, além de desenvolver uma visão particular da paisagem do retrato, na qual ele pintava uma cena específica e, depois, colocava uma pessoa em primeiro plano.
Seu estilo carecia de algumas das técnicas polidas de outros artistas da época, levando-o a ser rotulado como um pintor “ingênuo” e, muitas vezes, desdenhado pelos críticos.
Sua arte lentamente começou a crescer, e em 1891, a obra Tiger in a Tropical Storm (Surprised!) foi exibida e ganhou sua primeira grande crítica com sérios elogios do colega artista Felix Vallotton.
Rousseau aposentou-se formalmente de seu trabalho no governo em 1893, antes de completar cinquenta anos. Depois disso, passou a se dedicar às suas atividades artísticas.
Em 1905, Rousseau retornou a seus temas anteriores com outra pintura em grande escala na selva. Esta, intitulada The Hungry Lion Attacking an Antelope, foi exibida novamente no Salon des Indépendants.
O quadro, dessa vez, foi colocado perto de obras de um grupo de artistas mais jovens, que se aproximavam cada vez mais ao modernismo vanguardista. Uma das futuras estrelas cujo trabalho foi mostrado perto de Rousseau foi Henri Matisse.
A reputação de Rousseau continuou a subir na comunidade artística, embora ele nunca tenha chegado aos escalões mais altos.
Em 1907 ele recebeu uma comissão para pintar um trabalho que acabou sendo o La charmeuse de Serpents. Suas inspirações para as cenas da selva são erroneamente atribuídas a uma viagem ao México enquanto esteve no exército. Hoje sabemos que isso nunca aconteceu.
Em 1908, Pablo Picasso descobriu uma das pinturas de Rousseau sendo vendida na rua. Ele se interessou pela obra e imediatamente quis encontrá-lo e conhecê-lo melhor.
Encantado com o artista e sua arte, Picasso realizou um banquete em homenagem a Rousseau, chamado Le Banquet Rousseau. A noite contou com muitas das figuras pertencentes à comunidade criativa da época. Esse encontro foi considerado um dos eventos sociais mais significativos naquele momento.
A pintura final de Rousseau, The Dream (O Sonho), foi exibida em 1910 pelo Salon des Indépendants. Naquele mês, ele sofreu um abcesso na perna, mas ignorou a inflamação até que ela parasse de doer. Ele não foi admitido no hospital até agosto, e então sua perna ficou gangrenada. Depois de passar por uma cirurgia na perna, ele desenvolveu um coágulo de sangue e morreu em 2 de setembro de 1910.
Apesar de ter sido criticado durante a sua vida, foi extremamente influente na geração seguinte de artistas de vanguarda, como Picasso, Fernand Leger, Max Beckmann e todo o movimento surrealista.
Os poetas Wallace Stevens e Sylvia Plath também se inspiraram nas pinturas de Henri Rousseau, assim como a compositora Joni Mitchell. Talvez sua influência mais inesperada seja uma de suas pinturas que inspirou o universo da animação Madagascar.
Seu trabalho continua a ser exibido até hoje, onde é estudado e admirado muito mais do que jamais foi durante sua própria vida.
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