Versalhes e Giverny são, sem dúvida, dois destinos incontornáveis não muito longe Paris, mas nem só dos clássicos e Impressionismo vive a cultura francesa.
Fontainebleau, Barbizon, Auvers-sur-Oise e Chantilly são algumas das rotas alternativas aos arredores da capital que também apresentam uma rica oferta cultural e nos permite descobrir um outro lado da monarquia e das obras expostas nos museus.
O quarto castelo mais visitado da França com uma média de 465.000 entradas por ano, o Château de Fontainebleau é um dos mais ricos testemunhos da história do país por abrigar, em um só endereço, obras e traços das mais diversas épocas. Os primeiros documentos sobre o castelo datam do século XII, mas modificações e acréscimos foram realizados no prédio e no seu interior até o século XIX.
Morada preferida do rei Francisco I (1494-1547), Fontainebleau foi também um lugar privilegiado de encontro entre a arte francesa e a arte italiana. Convocados pelo rei, os artistas italianos que vieram decorar o castelo deram origem a « Escola de Fontainebleau », rico período do renascimento francês. Apesar do castelo abrigar uma coleção de mais de 30.000 obras, a área verde do Domínio é tão importante quanto seu acervo. Do jardim que circunda o castelo em seu melhor estilo francês é possível ver a densa mata da Floresta de Fointainebleau.
O patrimônio e os eventos culturais organizados pelo estabelecimento, como o Festival Internacional de História da Arte, já seriam o suficiente para justificar uma visita e o deslocamento até a região, que fica a cerca de 60 km de Paris. Entretanto, não muito longe dali se desenvolveu, no século XVIII, uma corrente completamente oposta a esse luxo real: a « Escola de Barbizon ».
Justamente por não ser muito longe da capital francesa, Barbizon oferecia a localização ideal para os pintores que desejavam se afastar da agitação urbana e levar uma vida mais simples e em contato com a natureza. Jean-François Millet, Théodore Rousseau, Jean-Baptiste Corot, Narcisse Diaz de la Pena, Rosa Bonheur, Constant Troyon, Charles-François Daubigny foram alguns dos artistas que, entre 1830 e 1875, se instalaram na “aldeia dos pintores”, como Barbizon ficou conhecido.
Até então, a pintura de paisagem era vista como um gênero menor na arte, em contraposição à pintura neoclássica, considerada intelectual e representada por figuras como Jaques-Louis David. Influenciados pelo pintor inglês John Constable e pelas cenas rurais que ele apresentou no Salão de Paris de 1824, os pintores que se mudaram para Barbizon passaram então a se afastar cada vez mais do formalismo e a fazer seus quadros a partir da observação da natureza, na floresta de Fontainebleau e nas bordas do vilarejo.
Apesar de manterem a composição formal das obras, as pinceladas do grupo eram mais soltas e livres. A Escola de Barbizon (termo questionado, pois esses artistas nunca se reivindicaram como uma escola), foi uma fonte de inspiração para os pintores impressionistas e mesmo para Edward Hoppers, Walker Evans e Banksy.
No « circuito dos pintores » proposto hoje pelo serviço de turismo da cidade, em cerca de 3 horas é possível visitar o albergue Ganne – morada de alguns dos pintores paisagistas e que guarda ainda seus traços nas paredes – a casa de Théodore Rousseau, o ateliê de Jean-François Millet e o campo onde este último pintou L’Angélus (1857-1859). O vilarejo é extremamente charmoso e fazendo uma caminhada na floresta podemos nos aproximamos dessa harmonia com a natureza que buscavam os pintores pré-impressionistas.
Dos 38 endereços onde Vincent Van Gogh viveu, Auvers-sur-Oise foi o último deles. Foi nessa cidade à 45 km de Paris, que o artista colocou fim a seus dias com uma bala instalada no peito. Pequena e adaptada a escala humana, é possível visitar a pé e e em uma tarde diversas paisagens que inspiraram o artista, como a igreja (L’église d’Auvers-sur-Oise, vue du chevet, 1890) e os lugares que ele frequentava, como a casa do seu médico, o Doutor Paul Gachet.
Albergue Ravoux ainda conserva o quarto onde ele viveu e oferece uma visita guiada que retraça o último e um dos períodos mais férteis de Van Gogh (em 70 dias ele produziu 80 quadros). Também é possível visitar o túmulo do artista, que está enterrado ao lado do seu irmão Théodorus, no cemitério da cidade. Além das atrações ligadas à Van Gogh, a cidade abriga o Museu do Absinto e um Castelo do século XVII.
Para saber mais sobre os últimos dias e obras do artista, leio o artigo:
O Domínio de Chantilly serviu de morada a diversas dinastias de príncipes, mas é a Henri d’Orléans (1822-1897), filho do rei Luís Felipe e grande colecionador, que o Domínio deve em grande parte sua configuração atual.
As Três Graças (1504 – 1505) e a Madona de Lorette de Rafael (1509), o Massacre dos Inocentes (1628 – 1629) de Nicolas Poussin, o Auto-retrato na idade 24 (1804) e o Retrato da Madame Duvaucey (1807) de Jean-Auguste-Dominique Ingres, a Amante inquieta (1715-1717) de Jean-Antoine Watteau e O Concerto campestre (1844-1857) de Jean-Baptiste-Camille Corot são algumas das pinturas que compõem a coleção de mais de 800 obras do Musée Condé do Castelo de Chantilly.
Essa é a mais rica coleção de pinturas antigas, depois apenas do Museu do Louvre. A Biblioteca do castelo também não fica atrás com seus 19.000 livros.
Dos mais de 7.800 hectares do Domínio, 115 são ocupados pelo Parque: um jardim francês nos entornos do castelo, com espelhos d’água, fontes e esculturas, criado no século XVII por André Le Nôtre; um jardim anglo-chinês desenhado em 1773 por Jean-François Leroy e que serviu de modelo para o Petit Trianon de Maria Antonieta em Versalhes; e um jardim inglês, construído entre o castelo e os estábulos e pensado por Victor Dubois em 1819.
Chantilly, que fica a 30 minutos de Paris, não é só conhecido pelo creme de mesmo nome, mas também pela arte equestre. Os estábulos do Domínio, « o palácio dos cavalos » é outro ponto alta da visita. Além dos animais, eles abrigam o Museu do Cavalo com mais de 200 objetos e são palco de espetáculos equestres programados ao longo do ano.
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