Oriunda de uma família de tradição republicana e liberal, Paula Rego teve ligações às culturas inglesa e francesa. Iniciou os seus estudos no Colégio Integrado Monte Maior, em Loures, seguindo para a St. Julian’s School, em Carcavelos, onde os professores cedo lhe reconheceram o talento para a pintura.
Incentivada pelo pai a prosseguir o seu desenvolvimento artístico fora do país salazarista dos anos 50, partiu para Londres, onde estudou na Slade School of Fine Art, até 1956.
Em Londres conheceu o pintor Victor Willing (1928-1988), com quem se casou em 1959.
Ao longo da década de 1960, a viver na região da Ericeira, em Portugal e continuou a participar em exposições coletivas em Inglaterra e, em 1966, entusiasma a crítica ao expor individualmente pela primeira vez, na Galeria de Arte Moderna da Escola de Belas-Artes de Lisboa.
Em princípios da década de 1970, com a falência da empresa familiar, vende a quinta da Ericeira e radica-se em Londres.
Torna-se bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para fazer pesquisa sobre contos infantis, em 1975, e figura com 11 obras na exposição Arte Portuguesa desde 1910 (1978), dominado pelas colagens.
Volta à pintura, mais livre e mais direta, retratando o mundo intimista e infantil, inspirado em dados reais ou imaginários, com figuras de um teatro de crianças de Victor Willing (o macaco, o leão e o urso). A obra literária de George Orwell inspira-a em seguida no painel Muro dos Proles (1984), com mais de seis metros de comprimento, onde estabelece um paralelismo com as figuras de Hieronymus Bosch.
Dá uma viragem radical na sua obra com a série da menina e do cão. Nela, a figura feminina assume claramente a liderança na acção, enquanto o cão é subjugado e acarinhado. A menina faz de mãe, de amiga, de enfermeira e de amante, num jogo de sedução e de dominação que continua em obras posteriores. Tecnicamente as figuras ganham volume, o espaço ganha solidez e autonomia, a perspectiva cenográfica está montada.
Em 1987 Paula Rego assina com a galeria Marlborough Fine Art, o passo que ainda faltava para a sua divulgação internacional. A morte do seu marido, ocorrida em 1988, é assinalada em obras como O Cadete e a Irmã, A Partida, A Família ou A Dança, de 1988.
A convite da National Gallery, em 1990, vai ocupar um ateliê no museu e pintar várias obras inspiradas na colecção. Desse período destaca-se Tempo – Passado e Presente (1990-1991).
Em 1994 realiza a série de pinturas a pastel intitulada Mulher Cão, que marca o início de um novo ciclo de mulheres simbólicas.
Demonstrando uma crítica ao resultado do primeiro referendo ao aborto, realizado em Portugal em 1997, pinta Aborto (1997-1999).
Em 2006 respondeu afirmativamente ao convite que lhe foi dirigido pelo Presidente da Câmara Municipal de Cascais, António Capucho, para expor em permanência a sua obra no concelho onde viveu grande parte da infância. Indicou o nome de Eduardo Souto Mourapara desenvolver o projeto e escolheu um dos terrenos que lhe foi apresentado, ao lado do Museu do Mar, como lugar do futuro museu.
Casa das Histórias Paula Rego
Foi assim que nasceu a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, inaugurada a 18 de Setembro de 2009, e que tem o intuito de acolher e promover a divulgação e estudo da sua obra, e cuja entidade responsável é a Fundação Paula Rego. A par de Maria Helena Vieira da Silva, Paula Rego é a pintora portuguesa mais aclamada a nível internacional, estando colocada entre os quatro maiores pintores vivos em Inglaterra.
Em Julho de 2012, apresenta uma série de pinturas novas, numa exposição em parceria com a artista Adriana Molder, inspirada na narrativa histórica de Alexandre Herculano e intitulada “A Dama Pé-de-Cabra”, com inauguração a 7 de Julho na Casa das Histórias em Cascais.
Em Agosto de 2012 foi anunciada a vontade do Governo em encerrar a Fundação com o seu nome, com a oposição, entre outros, da Câmara Municipal de Cascais.
Fonte: wikipedia, google art project
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