Wang Peng é um artista nascido na década de 1960. Como a maioria dos artistas nascidos no mesmo período, ele foi testemunha da transformação da arte chinesa contemporânea, sua a transição de não-existência à existência, de estar escondido no subsolo para estar acima do solo, de estar do lado de fora da parede para estar dentro da parede, da solidão à vivacidade, de ser avant-garde para estar na moda, do empobrecimento à riqueza .
A trajetória pessoal de Wang Peng também é universal , até certo ponto , pois é compartilhada entre um certo número de artistas chineses.
Ele deixou sua cidade natal na província de Shandong para entrar na prestigiada Academia Central de Belas Artes, depois de se graduar lecionou na Academia Central de Belas Artes, migrou para os Estados Unidos em meados dos anos 90 , voltou à China em 2000 para se estabelecer em Pequim, cidade que mora desde então.
Sua prática artística evoluiu nos pincéis, porem, assim como muitos artistas chineses, largou os pincéis para buscar conhecer outros tipos de linguagens. Nas últimas duas décadas, Wang Peng se dedicou a fazer uma grande variedade de instalações , projetos de arte relacionadas à tecnologia, performances, fotografia e tornou-se conhecido por seus excepcionais conceitos e linguagens visuais concisas.
A transição e o impacto do clima político e cultural na China, as diferentes experiências de ter vivido e trabalhado lá e no exterior, a mudança de sua própria identidade, e de toda a sua trajetória de experimentação artísica, são todas marcas duradouras sobre a obra de Wang Peng produzido a partir de vários períodos de tempo.
Como um dos veteranos da avant –garde chinesa , Wang Peng criou uma peça altamente conceitual chamado “Wall ” em 1993, em confronto com a intensa atmosfera cultural e política na China naquela época.
Ele construiu uma parede de tijolos na entrada do espaço da galeria que deveria sediar a sua exposição, e esta se tornou a única obra de arte da exposição. O que tornou-se irônico foi que no segundo dia da exposição, o gerente da galeria pediu a Wang Peng para derrubar sua obra, que ele mesmo tinha programado para mostrar somente por três dias, devido à ” situação apertada “.
Tal resultado se transformou em uma prova convincente do valor e da força relevante desta obra de arte, que pretendia lidar exatamente com as questões que naturalmente foram levantadas por ela.
Este foi o pontapé inicial para a produção artística de Wang Peng tornar-se mais voltada a performance. Uma das mais questionadas e polêmicas performances do artista foi elaborada em 2001 onde convidados para a suposta exposição, Gate: An Exhibition of Wang Peng’s Performance and Vídeo Art, foram levados para a galeria, porém vazia, exceto por um monitor. O artista tranca as portas da galeria com um forte cadeado, e deixa a chave com um lojista da região.
O monitor dentro do espaço mostra imagens das pessoas de fora tentando entrar, enquanto um monitor de fora mostra a crescente fúria daqueles presos no interior que começam a perceber que foram trancados na galeria, bem como a sua expressão de pânico e violência, dirigido ao artista , tanto quanto à porta, em suas tentativas de escapar. A performance só terminou depois que a porta foi violentamente quebrada pelo público. Muitos de seus contemporâneos nunca o perdoaram por este trabalho.
Passing Through foi outra performance que tornou-se ícone de sua atuação como artista. A performance lida com o conceito e o sentido de passar por algum lugar, o conceito da transitoriedade.
Passing Through New York foi a primeira versão deste trabalho. O artista, surpreso com a aceitação e respeito do público de NYC e com um forte sentimento de livre expressão, saiu pelas suas de Nova York vestindo uma jaqueta preta, com um novelo de linha que saia de dentro da jaqueta, pela suas costas.
O artista passava pela rua separando as pessoas por um barbante. Ele conta no vídeo abaixo feito pela Tate Modern, sua reação aquele ambiente de descontração e liberdade de expressão que encontrou na cidade. Dez anos depois Passing Through foi refeita em Pequim num contexto completamente diferente.
Veja o vídeo do artista:
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