Tarsila do Amaral é a estrela de uma grande exposição em sua homenagem no Museu de Luxemburgo, na França. Quase um século após sua primeira exibição em Paris, a mostra “Pintando o Brasil Moderno” propõe uma retrospectiva da carreira da principal artista brasileira do dia 9 de outubro de 2024 até dia 2 de fevereiro de 2025. Com curadoria de Cecilia Braschi, a mostra traz 49 quadros e cerca de 150 obras, incluindo peças icônicas como A Negra e Operários.
Figura central do modernismo brasileiro, Tarsila do Amaral (1886-1973) é uma das artistas mais conhecidas e amadas do Brasil. Ela criou um corpo de trabalho original e evocativo, com base em imagens indígenas e elementos modernizadores de um país em rápida transformação.
A partir da década de 1920, transitando entre São Paulo e Paris, Tarsila navegou entre as vanguardas dessas duas capitais culturais. Tendo construído um mundo iconográfico “brasileiro” em Paris, posto à prova pelo cubismo e pelo primitivismo tão em voga na capital francesa, sua pintura foi a raiz do movimento “antropofágico” que defendia a “devoração” pelos brasileiros das culturas estrangeiras e coloniais como forma de assimilação e resistência.
Paisagens de cores brilhantes, composições oníricas e geometria abstrata confirmam o poder de um corpo de trabalho firmemente enraizado em seu tempo e sempre pronto para se renovar. Seu trabalho também levanta questões sociais, de identidade e raciais e nos convida a reconsiderar as divisões entre tradição e vanguarda, centros e periferias, alta cultura e cultura popular.
Amplamente exibida no Brasil, pouquíssimas exposições até agora foram dedicadas à sua obra no exterior. Esta primeira retrospectiva na França pretende preencher essa lacuna e levar o público ao coração do Brasil moderno.
Organizada pelo GrandPalaisRmn, após a exibição em Paris, a mostra segue para o Museu Guggenheim em Bilbao, na Espanha, de 28 de fevereiro a 8 de junho de 2025.
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