Tomie Ohtake nasceu em Kyoto (Japão) em 21 de novembro de 1913. Foi uma artista japonesa naturalizada brasileira que chegou em nosso país para visitar um de seus cinco irmãos. Neste período, o governo de Getúlio Vargas tinha afrouxado as restrições de entradas de japoneses no país.
Ela foi impedida de voltar a sua terra natal, devido ao início da Guerra do Pacífico e acabou ficando no aqui. A artista casou e construiu sua família aqui, estabelecendo-se no bairro da Mocca (São Paulo). Com quase 40 anos começou a pintar incentivada pelo artista japonês Keiya Sugano.
A carreira dela atingiu o auge a partir dos seus 50 anos, quando realizou mostras individuais e conquistou prêmios na maioria dos salões brasileiros. Após uma longa e rica carreira, morreu dia 12 de fevereiro de 2015, em São Paulo, aos 101 anos.
Auxiliada pelo professor, Tomie fez inicialmente simples pinturas figurativas, depois, algumas paisagens com inclinação para o fauvismo e outras experiências já com a presença do cubismo. A maior parte dos quadros pintados nessa primeira fase artística se perderam numa enchente em São Paulo.
Depois, ao seguir no mundo artístico por conta própria (1951), ela mergulha por inteiro no abstrato, onde permaneceria definitivamente, mas sempre fiel à forma, ao desenho bem caracterizado e à aplicação das cores de uma maneira racional e organizada.
A partir dos anos 1970, ela trabalha com serigrafia, gravura em metal e litogravura. Na década de 1980, a pintora passa a utilizar uma gama cromática mais intensa e contrastante. Dedica-se também à escultura, e realiza algumas delas para espaços públicos.
1) Participou de 20 Bienais Internacionais (seis de São Paulo, uma das quais recebeu o Prêmio Itamaraty, Bienal de Veneza, Tóquio, Havana, Cuenca, entre outras).
2) Contabiliza em seu currículo mais de 120 exposições individuais (em São Paulo e mais vinte capitais brasileiras, Nova York, Washington DC, Miami, Tóquio, Roma, Milão) e quase quatro centenas de coletivas, entre o Brasil e exterior, além de 28 prêmios.
3) Produziu mais de 30 obras públicas desenhadas na paisagem de várias cidades brasileiras como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília, feito raro para um artista no Brasil. Entre 2009 e 2010, suas esculturas alcançaram também os jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e a província de Okinawa, no Japão.
4) Recebeu em Brasília o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura em 1995
5) Criou dois cenários para a ópera Madame Butterfly, o primeiro em 1983, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e o segundo em 2008, no Teatro Municipal de São Paulo.
6) Foi convidada a criar obras para prêmios e comemorações, como por ocasião do centenário da imigração japonesa, em 2008, quando concebeu a monumental escultura em Santos e a do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
7) Tornou-se uma espécie de embaixatriz das artes e da cultura no Brasil. Assim, durante toda sua vida foi sempre convocada a receber grandes personalidades internacionais, como a Rainha Elizabeth, o Imperador, a Imperatriz e o Príncipe do Japão, o dançarino Kazuo Ohno, a coreógrafa Pina Bausch, a artista Yoko Ono, o escritor José Saramago, o encenador Robert Wilson, entre muitos outros.
8) Em dezembro de 2014, a cineasta Tizuka Yamasaki lançou o documentário Tomie, que retrata com afetividade e delicadeza o universo da artista, mesclando momentos íntimos com depoimentos críticos de Paulo Herkenhoff, Agnaldo Farias e Miguel Chaia.
9) Foram publicados dois livros, vinte catálogos e oito filmes/vídeos sobre seu trabalho. Em São Paulo, dá nome a um vibrante centro cultural, o Instituto Tomie Ohtake.
10) Dos 100 aos 101 anos concebeu cerca de 30 pinturas.
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Fiquei contente por aprender mais sobre Tomie Ohtake. Conheço algumas das esculturas porque morei em São Paulo.
Parabéns pelo seu trabalho de postagem desse artigo.