Ai Weiwei, nascido em 1957, é um desses artistas contemporâneos híbridos, que flutuam sobre diversas linguagens e materiais. Com uma pitada de criticismo e ativismo, o chinês, trabalha a escultura, instalação, arquitetura, curadoria, fotografia, performance e vídeo para tratar de temas atuais de cunho social, político e cultural.
Dentre seus feitos na arquitetura, está sua colaboração como consultor artístico do projeto do Estádio Nacional de Pequim para as Olimpíadas de 2008.
Como ativista politico, Ai Weiwei já se mostrou diversas vezes contra medidas políticas do Governo Chinês quanto a democracia e aos direitos humanos. Em consequência a sua declarada posição política, em novembro de 2010, ficou em prisão domiciliar um dia após a divulgação do banquete de 10.000 caranguejos que ele iria oferecer como celebração simbólica e ritual à demolição de seu estúdio recém construído em Xangai, ação ordenada e executada pelas autoridades chinesas em razão de sua suposta ilegalidade. 10 mil é um número muito utilizado em slogans maoístas, e “caranguejo de rio” em chinês assemelha-se muito à “harmonia”, um dos conceitos mais utilizados pela propaganda do Partido Comunista Chinês.
Apesar de o anfitrião ter sido colocado em prisão domiciliar em Pequim para que não pudesse organizar o protesto, centenas de simpatizantes e ativistas pró-direitos humanos reuniram-se em torno do estúdio para “celebrar” a demolição do mesmo. Em declarações à imprensa, Ai Weiwei destacou que a grande presença de pessoas no protesto, muitos deles jovens, é um sinal de que as coisas no país estão mudando, e garantiu que não pensa em deixar a China, apesar das pressões sofridas nos últimos anos.
Nessa mesma época, a curadoria da 29ª Bienal de São Paulo prestou solidariedade ao artista expondo a obra Circle of Animal. Ai Weiwei garante, contudo, que a construção do ateliê aconteceu após ser concedida a autorização.
Seus trabalhos apontam para os problemas consequentes a rápida modernização que países como a China podem sofrer, incluindo em seu processo questões como a produção manufaturada, a perda do valor de objetos e processos culturais e históricos frente a grande massividade do mundo globalizado. Seus trabalhos sempre apresentam uma linha tênue do que é real e o que é falso.
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