O artista Raphaël Zarka, representado pela Luciana Brito Galeria em São Paulo, nasceu em 1997 na cidade de Montpellier no sul da França. Estudou na Escola de Arte de Winchester e na Escola de Belas Artes de Paris. Sua ligação com o Brasil começou em 2002 quando realizou um intercâmbio pela FAAP no departamento de Artes Plásticas. O artista foi aos poucos ganhando espaço na França, Europa e EUA, realizando muitas exposições no ano de 2008. Atualmente suas obras fazem parte de grandes coleções de arte francesa, como do Centro Pompidou e do Museu de Arte Moderna de Paris. Recentemente o artista foi nomeado pelo prestigioso Prêmio Marcel Duchamp.
Nume entrevista à Arte|Ref o artista conta sobre sua obra, técnica, influências e o que pensa sobre a arte contemporânea.
AR: Conte-nos um pouco sobre o seu trabalho (técnicas usadas, material, etc)
Raphaël Zarka: Eu situo o meu trabalho no campo da escultura, porém os meios e as técnicas utilizadas são diversas: fotografia, desenho, vídeo, escrita e a própria escultura. A arte para mim em ordem de uma definição, seria um pensamento que se incarna em forma, se transformando em espaço. Eu normalmente escolho as técnicas e os meios com os quais produzo minhas obras em função da adequação do material com o meu projeto. Na atual exposição na Galeria Luciana Brito, o material usado é principalmente a madeira de Jatobá.
Quais são as grandes inspirações para criar suas obras?
O que me inspira particularmente é a ideia de descoberta. Penso que a arqueologia é para mim um modelo; eu não invento jamais as formas que estão no meu trabalho, eu as descubro! Estas descobertas podem estar no campo etnológico ou mesmo dentro de livros. Foi isso que aprendi durante minha infância, tempo onde praticava o skateboard: lidar com o que está a sua volta, transformar o uso dos materiais, das formas, estar sempre atento aos materiais e objetos simples. Os skatistas procuram inicialmente um lugar onde eles possam se apropriar, por vezes é necessário também a construção, adequação, junção ou reorganização de formas e objetos cotidianos.
Quando e como seu interesse pela arte começou?
Creio que começou com a descoberta do trabalho de Kurt Schwitters quando eu tinha ainda meus 16 anos. A prática de Schwitters se aproxima muito das que os skatistas que descrevi acima. Schiwitters, a arqueologia, os skatistas… Tudo isso para mim é a descoberta.
Quais são os artistas, na sua opinião, excelentes ao nivel nacional ou internacional?
É sempre complicado nomear sem deixar escapar alguma coisa, mas, na França, eu diria que o artista que me interessa mais é Jean-Luc Moulène. Gabriel Orzco, Michel François, Tacita Dean, Thomas Schutte, foram igualmente artistas que marcaram minha obra profundamente, os quais tenho um profundo respeito. Dentre os mais novos artistas, o pintos inglês Christian Hidaka é um destaque.
Como você definiria a arte contemporânea?
Não me ocupo muito em definir a arte contemporânea. Ela é infinitamente complexa, as possibilidades que foram abertas pelo século XX são ilimitadas. Paradoxalmente, essa abertura permitiu que as coisas fossem muito mais complicadas. Cabe a cada artistas se fazer suficientemente confiante, reduzir o campo de possibilidades é absolutamente necessário.
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