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Bruno Baptistelli/Beba e as narrativas visuais

Bruno Baptistelli (Beba) é um exemplo de artista jovem que tem ganhado espaço pouco a pouco em editais, prêmios, exposições e galerias de arte por aí.  Formado em Artes Visuais pela UNICAMP em 2010, Beba é daqueles que se encontra facilmente em qualquer evento artístico – coisa que sabemos ter papel fundamental para entrar nesse mar cheio de peixe grande que é a arte.

Seu trabalho é construído nas mais diversas plataformas e mídias, mas se existe um fio condutor que percorre sua produção, é a busca por narrativas visuais encontradas (ou construídas) a partir de um olhar atento em espaços de passagem e transição, como muitas vezes é o ambiente urbano.

Alguns podem achar sua pesquisa um tanto conceitual se não forem atentos à narrativa visual presente em suas obras, uma narrativa quase que “didática” que evidencia espaços, relações, intervenções no ambiente urbano e imagens corriqueiras e quase banais presentes em nossos espaços de convívio.

Em 2007 Beba e Gustavo Prafrente criaram a dupla Bebaprafrente que intervêm no ambiente urbano principalmente entre São Paulo e Curitiba. Entre as principais exposições que participaram encontram-se: Bolsa04-Fundação Cultural Curitiba, Bienal Ventosul e 18º Encontro de Artes de Atibaia. Recentemente Beba finalizou a pesquisa “Da Pintura ao Espaço Vida” financiada pela PIBIC-CNPQ e expôs na Galeria Pilar em sua individual com o artista Anton Steenbok.

Conheça um pouco mais sobre Beba e sua produção nesta entrevista!

Fale um pouco sobre o seu trabalho (técnicas usadas, material):

Não possuo técnica ou materiais a priori. Geralmente trabalho com séries e assim vou determinando o material necessário para aquele ou esse trabalho.

Porém, desenvolvo um trabalho que tem sua origem e formalização na visualidade. Assim há influência direta da pintura.

Quais as maiores influências para a criação de suas obras? (movimentos, artistas, música, viagens, assuntos, temas, poética)

-movimentos: Neoconcretismo

-artistas: Helio Oiticica, Francys Alis, Gordon Matta Clark, Kazemir Malevich

-música: no geral gosto de Caetano Veloso, Racionais MCs. Não escuto muitas músicas. Às vezes um CD novo que aparece.

-assuntos/temas: espaço, relações entre pessoas, pessoas e objetos, sujeito, imagem.

Quando e como começou o seu interesse pela arte?

Quando criança, gostava de desenhar na madrugada.

Como o artista jovem ganha espaço atualmente na cena contemporânea?

A “cena contemporânea” não é algo homogêneo.

Dois exemplos.

Os Salões servem para ganhar espaço em uma cena formada mais por artistas e alguns curadores e críticos que se envolvam em seus processos.

Numa cena que envolve a comercialização de obras, creio que num primeiro momento seja pelas relações pessoais e espaços que o artista frequenta. A partir disso então o trabalho, que não deve ter sido deixado de lado, começará a ser visto e comentado.

Como você definiria a arte contemporânea?

Definir é algo difícil de fazer.

Posso falar que acho que existem muitos trabalhos discursivos e com pouco acesso pela imagem (falo de imagem desconsiderando o texto – texto descritivo). Isso para mim afasta um público não pertencente a esse sistema.

Por outro lado existem muitos artistas que estão atentos a relação com pessoas de fora do circuito. O que me agrada.

Fale sobre a exposição que está participando e as obras que estão expostas:

Minha última exposição individual tinha trabalhos que se relacionavam com o espaço físico da galeria: colunas, calçamento, montagem específica e objetos pertencentes aquele espaço ou próximo (era uma exposição específica para o lugar que foi feita). Havia citações a artistas contemporâneos também.

De maneira que os “conteúdos” das obras não se finalizavam em sua visualidade, mas as obras possuíam essa característica, e apontava para outros “lugares”. Por isso ao título da exposição: 2.

Veja as imagens registro de sua última exposição:

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