Interessada por geometrias complexas e suas transformações no tempo e no espaço, Sandra Kranich aprendeu técnicas de pirotecnia e utiliza fogos de artifício em suas esculturas, quadros e instalações desde o final dos anos 1990. A pirotecnia é um espetáculo momentâneo e altamente sensorial que divide claramente nossa percepção em antes, durante e depois. São eventos que duram poucos minutos e se gravam na memória do espectador, mas que nas exposições geralmente permanecem visíveis apenas como rastros e resquícios. Dentro do contexto de um museu ou galeria, a prática de Kranich critica a lógica baseada na estabilidade, e, em vez disso, se refere incansavelmente ao momento da transformação e do acaso. Seus trabalhos tornam difusas as fronteiras entre criação e destruição, construção e desconstrução. Para a 32ª Bienal, Kranich desenvolveu dois novos grupos de trabalhos – R. Relief, 7, 8, 9, 10 [R. Relevo, 7, 8, 9, 10] (2016) e Times Wire[Fio dos tempos] (2016) –, um deles sendo uma série de quadros tricotados, feitos de fios elétricos, e o outro uma série de quadros de metal geométricos e coloridos. Ambos são equipados com explosivos cuidadosamente conectados entre si para que sejam incendiados pela artista de forma coreografada. A queima dos fogos de artifício em si ocorre antes da abertura da exposição para o público, confrontando o espectador com uma apresentação claramente marcada pela força transformadora da explosão.
Veja também:
Os cadernos de desenhos que possivelmente estão nos bolsos e bolsas de todo artista possuem…
Um bom estúdio para um artista é um lugar muito importante. Alguns estúdios podem parecer…
Mais e mais pessoas estão comprando, vendendo e colecionando arte graças a chegada da Internet.…
O marco inicial do Cubismo ocorreu em Paris, em 1907, com a tela Les Demoiselles…
O que é arte rupestre? Representa uma manifestação artística muito abrangente, que pode aparecer no…
Os movimentos artísticos do século XX se inserem em um contexto marcado por profundas mudanças…