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Akira Kurosawa, o diretor oriental que revolucionou o cinema ocidental

Akira Kurosawa | O diretor oriental que revolucionou o cinema ocidental

Akira Kurosawa nasceu no Japão no ano de 1910, em uma família de classe média que descendia de uma antiga linhagem samurai. Graças a essa grande influência por parte da família, grande parte de seus filmes incluíam os guerreiros japoneses em sua narrativa.

Logo em seu primeiro filme, uma grande polêmica rondou seu nome. A Saga do Judô (1943) estreou de forma conturbada, sendo designado como influenciado demais pela cultura ocidental. Dessa forma, quase vinte minutos do filme foram cortados e nunca mais encontrados.

Após alguns filmes, Kurosawa foi consagrado com o Leão de Ouro, o maior prêmio do Festival de Veneza, pelo seu filme Rashomon (1950). A partir daí, seus filmes se tornaram enormes sucessos, tanto no Japão quanto fora dele.

Então, Kurosawa foi para os Hollywood, onde lançou Expresso Para o Inferno (1985), seu primeiro filme colorido.

Em 1970, depois de alguns problemas com a Fox, que produziria seu próximo filme, Kurosawa perdeu o projeto no qual trabalhava por dois anos, voltando para o Japão. No ano seguinte, Akira Kurosawa, sofrendo de problemas mentais e emocionais, tentou se suicidar, mas falhou. Kurosawa possuía uma técnica diferenciada e inusitada. Pelo seu amor a pintura, o diretor costumava pintar as cenas que seriam filmadas para seus filmes, idealizando a fotografia e os takes muito antes da produção.

Por ter sido um diretor com grande reconhecimento no ocidente (talvez maior que no próprio oriente), acabou por influenciar em muito o cinema de Hollywood, como por exemplo, na técnica de deslocamento de câmera a qual Kurosawa foi pioneiro e hoje em dia é algo básico no cinema.

George Lucas, diretor da famosa saga Star Wars, foi totalmente influenciado por Kurosawa. O código de conduta dos Jedi foi quase que completamente baseado nos samurais de Os Sete Samurais (1954) e A Fortaleza Escondida (1958). Entre outros diretores muito influenciados, mas em menor escala, temos Steven Spielberg, Francis Ford Coppola, Quentin Tarantino, Martin Scorcese e muitos outros.

Os Sete Samurais, talvez sua maior obra, foi refeita para os padrões ocidentais de várias formas, como no famoso Sete Homens e Um Destino (1960) e, de uma forma cômica e divertida, para a surpresa de muitos, Vida De Inseto (1998) pela Pixar.

Ao todo, Kurosawa dirigiu 31 filmes e tornou-se um ícone do cinema em todo o mundo, sendo talvez um dos diretores mais influentes de todos os tempos, onde seus filmes, mesmos repletos de ação, espadas e samurais, eram repletos de complexidade, refletindo os dramas da vida humana, como a morte, a velhice e o tempo.

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Rafael Poffo

Estudou desenvolvimento de jogos e design gráfico focado em 3d e animação. Atualmente preso nas aulas de marketing, é um amante de livros de horror, ficção e história, assim como adorador apaixonado de toda a sorte de animações. Maníaco por ideais hiperrealísticos de cybercultura, ramificações do expressionismo alternativo pós-moderon e (quase) pai de um cachorro.

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