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British Museum divulga fotos dos itens roubados

O British Museum vem enfrentando, desde agosto de 2023, uma de suas maiores crises envolvendo o desaparecimento de cerca de dois mil artigos, o que gerou imensa repercussão internacional acerca de segurança e confiabilidade sobre um dos principais museus do mundo e seu acervo que conta com cerca de cinco milhões de peças.

De acordo com as investigações, uma das principais causas do crime foi a falta de documentação de grande parte da coleção na reserva técnica do museu. Embora alguns itens já tenham sido recuperados, a força-tarefa para a identificação e localização de todos os itens foi determinada pelo Museu, que agora apresenta, em seu site, informações mais completas, fotos de artefatos similares, além de um canal de comunicação direta para quem tiver informações que colaborem com as investigações.

Relembre o escândalo no British Museum

Em 2021, o negociante e historiador de arte holandês Ittai Gradel entrou em contato com a direção do museu relatando que os artefatos da instituição estavam à venda na plataforma de e-commerce eBay. No entanto, embora tenha se comprometido a investigar a denúncia, o conselho do Museu não levou o caso a sério, retornando a Gradel a garantia de que não haviam indícios de problemas nos procedimentos padrão do acervo da instituição.

Dois anos depois, em 16 de agosto de 2023, os roubos foram confirmados e o museu anunciou a demissão de Peter Higgs, que trabalhava no Museu Britânico há três décadas, sendo este o principal suspeito, atualmente sob investigação. Além da demissão de Higgs, o diretor, o vice diretor da instituição também foram afastados e outros profissionais foram apontados para direção do Museu e contenção da crise.

O que está faltando?

O posicionamento do Museu é de grande determinação em recuperar as peças. Uma de suas ações foi a criação de uma página que fornece detalhes de peças similares às roubadas, com suas fotos e descritivos. A grande maioria dos itens vem do Departamento da Grécia e de Roma e se enquadram principalmente em duas categorias: gemas e joias.

Gemas clássicas gregas e romanas

Gemas, camafeus ou entalhes são pequenos objetos, muitas vezes colocados em anéis ou outros ambientes, ou deixados desmontados e inacabados. Podem ser feitos de pedra semipreciosa ou vidro; eles podem ser moldados ou gravados à mão. A maioria das gemas é do mundo helenístico e romano, mas algumas também podem ter sido feitas nos tempos modernos, imitando gemas antigas. Podem apresentar imagens de personagens famosos do passado clássico, de cenas mitológicas, animais ou objetos. Essas joias são de qualidade variada. Alguns estão fragmentados e danificados.

Entalhe de vidro azul, gravado com uma deusa com capacete brandindo um machado duplo e pisoteando uma cobra de várias cabeças, supostamente de Akhmin-Egito. (séc II a III dC ou falsificação moderna)
Entalhe gravado com o casal divino Serápis e Ísis e uma figura feminina segutando um chocalho ritualístico, montado em uma moldura de ouro moderna. (séc I-III dC)
Entalhe de plasnma helenístico, gravado com um jovem guerreiro sentado sobre uma rocha. (323-31 aC)

Anéis, brincos e outras peças de joalheria

Feitos em ouro, datam de toda a antiguidade, especialmente da Idade do Bronze Final (cerca do século XV a XI a.C.) e dos períodos helenístico e romano.

Pulseira romana (séc II a III dC).
Colar de corrente de ouro grego com terminais em cabeça de leão com chifres. Chipre (séc III aC).
Anel do final da Idade do Bronze, de Enkomi – Chipre. (1450 – 1200 aC).

O que vem sendo feito para recuperar itens perdidos?

As ações incluem:

  • Registro de itens perdidos na plataforma Art Loss Register;
  • Painel internacional de especialistas, incluindo figuras de destaque no estudo de gemas e joias, que oferecerão a sua experiência para ajudar na identificação e recuperação dos itens perdidos;
  • Monitoramento permanente do mercado de arte;
  • Trabalho em parceria com a Polícia Metropolitana;
  • Criação de uma linha direta por e-mail para qualquer pessoa com informações que possam ajudar no programa de recuperação: recovery@britishmuseum.org.

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Thais de Albuquerque

Thais de Albuquerque é Relações Públicas, artista visual e criadora de conteúdo. Atua há mais de 15 anos em marketing e criação de identidade visual para empresas, projetos e instituições. Em seu Instagram, desenvolve conteúdos autorais ligados a curiosidades sobre o mundo das artes.

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